segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dia de começar de novo

Quando menina, escutei muitas vezes a expressão: "o bom filho à casa retorna" e sinto-me hoje uma boa menina, voltando ao meu lar-blog. Que sopro agradável de vento que mandou para longe a quentura do desassossego de ontem.
Para inaugurar essa segunda etapa de empreitada, assisti agora à noite "MINHAS TARDES COM MARGUERITTE" fui transportada para um pequeno espaço de bondade e afeto criado por essa história contada pelo diretor com uma câmera de delicadeza. Nesse espaço, Margueritte lê para o seu amigo e a amizade intermediada pelos livros se aprofunda e transforma suas vidas. Lindo! Não tem tiros, nem pressa, nem carros bacanas e nem mocinhas lindas. Tem apenas simplicidade.  Filme para aconchegar a si mesmo, reencontrar-se, reler-se.
Contrastando com o filme, minha semana começou tensa e eu parecia um zumbi, cansada por não ter dormido, contando as horas para o dia terminar.
Será que dieta meio-expediente tem alguma serventia? Pois a minha foi embora depois do almoço e nem deu satisfação. Acabei o dia comendo muito pão e café.
Então, amanhã é dia de começar de novo!

A angústia supitou

Revirei na cama umas duzentas vezes e o sono foi embora. Despediu-se de mim, irônico, lembrando que amanhã é segunda-feira e terei que acordar cedo. Foi-se sem delongas e não encontrei consolo na tv, no facebook e quem dera eu tivesse um pingo de concentração para tentar ler...
Meu recurso foi voltar a escrever. Desde a minha última postagem, todos os dias uma voz me estimula: "vai, Silvia, continue! escrever foi tão bacana pra você". Uma segunda voz me reprime: "vai não! o mundo já está saturado de textos, não suporta mais tanta informação". Para colaborar com a despoluição do mundo das idéias eu sigo a última, mas meu coração sente. Sente saudades desse momento diário de intimidade, de foco e de diálogo.
Hoje a angústia supitou! Meu expulsou da cama gritando: " Vai mulher! Faz logo o que você precisa fazer!" Aqui estou eu. Obediente à voz interna e tentando reconstruir minhas esperanças de voltar com persistência ao exercício da escrita e ao projeto de emagrecer.
Postei pela última vez em 14/09/11 e desde então não emagreci uma única grama. Mas também não engordei. Relaxei com a dieta e com a atividade física, mas parece que meu cérebro assimilou o novo peso e meu peso não se alterou. Esse é o maior problema do fim das dietas! A maior parte das pessoas engorda mais do que o que tinha emagrecido. Assim, tenho um pontinho positivo a contabilizar nessa retomada.
A obesidade é, de longe, o problema que mais me aflige na vida. Um problema que tenho e que se confunde com quem sou. Mina minha esperança e balança a minha crença, pois, se não consigo ter uma atitude  equilibrada diante dos alimentos, como poderia ser diferente com tudo o mais que vou me relacionar?
Estou na vida então estou na luta e vou recomeçar. Negocio comigo uma meta de menos 9kg até 31/12/12, assim votarei aos dois dígitos  e mantenho a ideia original de emagrecer aos poucos, sem remédio e sem cirurgia.
Vai valer a pena!



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SOPRANDO VELINHAS

Ainda não criaram uma música melhor do que "parabéns pra você" para ser cantada nos aniversários. Também não existe uma frase melhor do que "HOJE É UM DIA ESPECIAL" para começar esse post, apesar de ser clichê.
Estou emocionada, relendo e relembrando os acontecimentos desse ano que passou tão rapidinho. Há exatos 365 dias criei o blog e comecei a a cuidar do meu emagrecimento.
Posso avaliar essa jornada de várias formas, vou começar com os números:
13kg emagrecidos
08 meses de permanência na academia
180 postagens
4000 acessos ao blog
35 amigos (ou seguidores)
22 países apareceram nas estatísticas de leitores
19 livros lidos
68 filmes assistidos
Sinto-me abençoada com essa contabilidade, mas, para falar a verdade, o que mais gostei foram os ítens zerados dessa lista. Após esse ano de dedicação e carinho comigo, apresento os seguintes resultados:
Zero de dor nos joelhos, coluna ou ombros!
Zero de medicamento contra depressão!
Zero de insônia!
Zero de crise de ansiedade!

Nem tudo são flores, estou na terceira crise de labirintite!
Problemas no trabalho? Todos os dias.
Irritação com a quantidade de impostos? Sempre

Os números são referências importantes, mas não têm o poder de revelar todo o contentamento que a experiência de blogar me proporcionou. Então, preciso de um pouco de reflexão.
Conquistei uma autonomia emocional em relação a todos esses fatos (os numéricos). O que é positivo vem, permite-me os sorrisos e vai-se, sem causar deslumbramento. O que é negativo entra, faz os desarranjos necessários para dar-me as forças de reação e também vai-se, sem reverberação.
Um jeito simples de avaliar a caminhada é dizer que aprendi a sondar meu coração. Tem uma música religiosa que fala : "Senhor, eu sei que Tu me sondas. Sei também que me conheces". Ouvi-a em muitas ocasiões solenes nesse tempo. Na formatura da Juju, no casamento do meu compadre e, por fim, apareceu um boliviano na porta da minha loja vendendo um cd com suas gravações e entre elas, Sonda-me. Comprei. Eu já gostava dessa palavra, mas passei a explorar o seu lado utilitário. Quando as perturbações alcançam-me, eu sondo meu coração e com muita delicadeza removo o sofrimento desnecessário.

Gostaria de ter emagrecido mais, porém, não fui fiel a uma dieta. De qualquer forma, fui construindo as bases comportamentais, objetivas, para continuar perdendo os quilos que excedem. Quando olho-me no espelho acho que meu corpo não me representa bem. Adquiri leveza para sentir e ligeireza do pensar. Mas quilos são resistentes, acho que eles às vezes têm vida própria e lutam para continuar existindo. Adotei como estratégia não brigar demais com eles e ganhei em troca a persistência. Talvez eu gaste 2 ou até 3 anos para chegar ao peso em que pretendo estabilizar. Terei essa paciência. Estou caminhando mais lentamente do que o esperado, mas estou indo adiante.

Guardei pro final do post o que mais me deixou feliz ao longo dessa jornada: as boas amizades, às vezes momentâneas, conquistadas ou aprofundadas com o blog.
  Agradeço, cheia de carinho, todos os que leram, divulgaram, comentaram, enfim, dedicaram-me o seu precioso tempo. Sei o valor do tempo na vida corrida de cada um, por isso, com muita verdade envio esse agradecimento.
Aviso que continuarei postando, emagrecendo e compartilhando essa história. Daqui para frente, estou liberada para diversificar os assuntos, como no início do blog. A partir de janeiro, quando decidi falar somente de emagrecimento perdi grande parte do entusiasmo com o blog. A partir de amanhã o meu acordo interno estará cumprido e voltarei à liberdade de expressão.
Então,
Até breve!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

UM POUCO MAIS DE CALMA

Ontem contei aqui que a auto-confiança foi o melhor presente, fruto desse período de postagens e de empenho na revisão dos meus hábitos. Hoje, queria contar como me sinto mais calma, outro grande presente.
Pensando bem, ao olhar no fundo dos meus próprios olhos, encontrei muitas características que não me agradaram. Esse tempo de auto-dedicação permitiu-me encarar certas "brabezas" do meu "gênio" que estavam escondidas. Foi abrir um pouquinho a cortina da alma e a minha impaciência saltou aos meus olhos. Senti vergonha de ter tanta pressa e apressar tanto os outros. Choquei de ver o quanto queria "todas as coisas para ontem", o quanto queixava da falta de tempo e o quanto esperava que os outros fizessem as coisas no meu tempo. Sofri. Foi uma visão desagradável da minha impaciência, que acabou virando intolerância.
Mas, recrutei bondade e perdão, também de dentro de mim, para me ajudar a cuidar dessas feridas. Tudo foi ficando mais confortável. Não fiz promessa de mudar tudo em mim. Apenas olhei para aquilo que não me agradava - e que era parte de mim - com um pouco mais de gentileza. Não me censurei ao relembrar meus arroubos de agitação e ansiedade. Bastou um jeito um pouquinho mais delicado de ver e nasceu a calma, a ponderação, o tempo de escutar, a tolerância.
Continuo a mesma pessoa realizadora, capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e apressada sim. Mas, ganhei a chave para ligar ou desligar o sofrimento. Se a ansiedade começa a passar dos limites, eu rio e lembro que aquele é o meu lado sombrio, que precisa de compaixão. A calma volta - confesso que menos no trânsito - continuo neurótica com engarrafamentos e com os "mautoristas", respiro fundo e relaxo.
É muito recente o prazer de viver sem ansiedade para mim. Acho que confundia o significado de agilidade com agitação. O preço dessa confusão foi alto, tem a ver com a obesidade, com a depressão que me acompanhou por muitos anos e com um desconforto permanente, um sentimento que nada estava bom do jeito que estava.
Será que hoje estou confundindo o blog com um confessionário?
Então, vamos ao happy end, porque essa história toda tem a ver com esperança e com a certeza que é possível fazer diferente.
Tudo passou. Sei hoje o significado da palavra calma e sei o quanto é bom viver assim.
Obrigada por ler minha confissão.
Até!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O MAIOR PRESENTE

Depois de um mês sem postar, sinto-me tímida para recomeçar. Adianto que continuo firme na luta, emagrecendo (bem devagar...), indo à academia e completamente livre das dores nos joelhos, na coluna e nos ombros. Isso já seria motivo mais do que suficiente para comemorar, não é?
Mas, ganhei mais, bem mais e é uma alegria compartilhar o meu presente.
Há 11 meses estou me dedicando a um objetivo. É a primeira vez que persisto esse tempo com tanta verdade e amor a uma causa. Também é motivo para comemorar, concorda? Mas tem ainda um ganho mais importante.
Mesmo sem postar, permaneci fiel ao propósito de emagrecer, tentando mudar meus hábitos. Acredito que para eliminar o excesso de quilos, preciso eliminar excesso de pensamentos, de pressa, de desejo por consumo e de exigência comigo. Pode parecer que estou estabelecendo muitos objetivos ao mesmo tempo. Porém, estou emagrecendo em caráter definitivo e para chegar ao peso desejado e manter-me lá, preciso construir novos valores. Isso requer tempo e precisa ser feito ao longo do processo.
Quando me propus a escrever todos os dias, repeti o conceito de obrigação. Com o passar do tempo, entendi e aceitei o hábito de postar como um prazer, uma comunhão. Hoje retorno com alegria a esse encontro.
Estive vagando por vários anos, contemplando muitas possibilidades e sem coragem de escolher um caminho de auto realização. Tenho certeza dos meus méritos como mãe, esposa, trabalhadora, cidadã, enfim, sinto-me realizada por essas qualidades. Mas, faltava-me paz e silêncio. Uma matraquice interna me consumiu por muitos anos e os verbos comer, pensar, planejar, mudar, comprar, brigar (entre outros) foram se conjugando de maneira aleatória. Sentia pouca ou nenhuma capacidade de ser a primeira pessoa do singular nessa conjugação. Em muitas ocasiões, senti-me incapaz de ter as rédeas dessas ações tão elementares. A consequência nefasta disso foi a perda da confiança em mim.
Ao repetir uma atitude sabidamente prejudicial - comer mais do que o necessário- eu repetia para mim um voto de desconfiança e desapreço. Ora, se não sei controlar-me diante de um prato, como poderia ser capaz de agir adequadamente em situações mais complexas? Essa auto-desconfiança se expandiu e tomou outros espaços da minha vida, para muito além do próprio ato de comer ou de engordar. Desse jeito, a obesidade corroeu meus bons sentimentos e consideração por mim.

Página virada!
Estou aqui. Tenho a clareza desses fatos. Tenho a coragem de encará-los. Tenho o desejo de persistir.
Isso me dá a certeza que sou a minha melhor companhia, uma pessoa em quem posso confiar. Esse é o maior e o melhor presente que posso ganhar dessa experiência de emagrecer compartilhando nesse blog meus sentimentos.
Esse é o melhor presente que posso oferecer ao mundo e, em especial, a você que me lê há alguns meses. É certo que é possível pensar diferente, mudar o rumo da história, desfazer os grandes incômodos da vida. Está certo que é preciso calma, mas calma também é um excelente presente a se ganhar nessa estrada.
Até!

sábado, 9 de julho de 2011

Essa ausência me aperreia

Acabo de copiar esse título de uma música dos anos 70, da Banda de Pau e Corda. Costumava escutar sem entender nada, mas o som me marcou tanto que nunca esqueci. Vivia me perguntando onde reencontrar essas canções e só hoje lembrei do youtube. No tempo que essa banda fazia sucesso, minhas irmãs pediam o LP emprestado de uma amiga para fazer uma cópia em fita cassete. Inevitável: hehehehehehehehehe
Estou ficando muito antiga, cheia de histórias para contar. Porém, estou decidida a ter o direito de envelhecer. Peço à Deus lucidez e saúde para viver o tempo que me for dado de presente. Até chegar lá quero o direito de ser uma mulher da minha idade. Cabeça e corpo no tempo em que eu estiver vivendo. Não quero fazer a dança do estica e puxa das cirurgias plásticas e nem quero ser uma gatona de 60 anos. Quero ficar macia por dentro e por fora. Músculos serão para movimentar-me com destreza e ter um coração bom, não os quero para parecer ter menos idade. Ouço e continuarei ouvindo a música que eu gostar. Não pagarei o preço de escutar o novo porque é novo, mas sim porque é bom. O antigo, enquanto me parecer bom será novo e eu escutarei com ouvidos de criança, disposta a achar surpresa e graça.

Anuncio que depois de um período de platô de 45 dias voltei a emagrecer. Estou com 106kg, o que significa que já eliminei 12kg, lentamente, me acostumando aos novos padrões e muito segura de que não voltarei a engordar porque desenvolvi um repertório novo de comportamentos em relação à comida e aos movimentos. Na hora de ir para a academia tenho preguiça sempre, então resolvi chamar de remédio. Tenho que tomar para estar saudável, então virou uma obrigação que compensa.

Relembrando, desde janeiro me propus a escrever apenas sobre o meu processo de emagrecimento já que estava me dedicando ao gosto de fazer as postagens e desprezando as iniciativas mais diretas para emagrecer. Como fiquei mais de um mês sem emagrecer nada julguei-me sem assunto para o blog. É um reducionismo, mas também é uma estratégia para me conduzir. Mas, a "ausência me aperreia".
Passei por um período de muito gosto pelo silêncio. Sumi do mundo virtual, das redes, para ficar quietinha e curtindo a calmaria.
Estou aprendendo a me dar permissões e não só obrigações. Acho que por isso estou reencontrando tranquilidade, sensatez e vivendo muito menos ansiosa. Emagrecer é bom, mas livrar-me da ansiedade é muito melhor. Posso afirmar que todos os dias tenho vivido momentos completamente relaxados e quando começo a ficar ansiosa, o que é um passo para a repetição de pensamentos depressivos, seguro as rédeas e tudo passa, sem grandes incômodos. Estou contabilizando 7 meses sem uso de antidepressivos. Caso precise usá-los novamente, sem problemas. Mas, meu presente é sem eles: vou curtir.
Até breve!

terça-feira, 21 de junho de 2011

CONHECIMENTO DE VALOR

Assisti o programa Roda Viva de ontem, 20/06/11, com o Dr Alfredo Halpern endocrinologista com 43 anos de carreira, diversos títulos e pesquisas pelo HC da USP. Ele respondeu a diversas questões sobre obesidade e mostrou idéias originais sobre o assunto tanto do ponto de vista científico quanto filosófico.
A doença obesidade é muito mais complexa do que se sabe até agora. Inspirada pela entrevista, resolvi procurar um médico e discutir o uso de um medicamento para acelerar um pouco o meu processo de emagrecimento. Estou persistindo na prática de exercício físico e no controle alimentar, mas, meus joelhos não estão suportando o movimento a mais, estão doloridos e restringindo as minhas opções na academia. Assim, se for indicado, usarei algum medicamento como suporte para perder peso um pouco mais rápido e poder exercitar com mais liberdade.
Uma reflexão levantada pelo Dr Alfredo me fez perder o medo do famoso efeito "rebote" provocado pelos medicamentos para emagrecer. Ele ponderou: se alguém tem pressão alta e deixa de tomar o medicamento, a doença volta a incomodar. Assim, o medicamento é usado por anos a fio ou então para o resto da vida, com adaptações de dose, e o paciente pode ter perfeito controle da doença. O mesmo ocorre com diabetes, problemas cardíacos e mais milhares de patologias. Somente com a obesidade há essa preocupação permanente com o rebote.
Achei pertinente essa consideração. Lembrei do meu pai que teve uma sobrevida de 15 anos, morreu aos 78,  usando muitos medicamentos para controlar o problema cardíaco congênito. Viveu bem graças aos remédios e todos o incentivavam a usá-los corretamente. Se deixasse os medicamentos certamente morreria ou teria ataques constantes.
No meu caso, se não emagrecer um pouco mais, não poderei continuar me exercitando como espero fazer. Já estou com indicação de antinflamatórios para amenizar as dores nos doisssssss joelhos. Assim, acho que vale a pena conversar com um médico e ter a ajuda de medicamento pelo tempo necessário.
Espero que essa notícia não cause decepção. Minha proposta inicial era emagrecer sem usar medicamento, porém, veio a surpresa dos joelhos doloridos e pés reclamando... Persisto no meu objetivo principal, porém terei que mudar a estratégia.
Para mim, conhecimento só tem valor quando ilumina a reflexão e permite uma nova ação. Ontem, tive a oportunidade de ter informações que me possibilitaram rever minhas escolhas. Não estou em busca de atos heróicos, estou apenas tentando viver bem, resolvendo um problema que me atormenta. A forma de resolvê-lo é múltipla e não preciso fazer isso sozinha. Recorrerei então à medicina.
Até mais! 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PARA TER TEMPO PRECISO FAZER ESCOLHAS

Custo acreditar que hoje é sexta-feira e estou doida para reclamar: ai, o tempo... Não vou fazer isso. Desde que me propus a emagrecer, revendo meus valores e meus hábitos, me propus também a deixar de lado a reclamação.
O tempo não passou não passou mais depressa, eu fiz escolhas ao longo da semana que me distanciaram dos meus objetivos principais, então, como poderia acontecer, estou com a sensação que não senti a semana passar.
Escolhi dedicar-me integralmente a minha filha ao longo dessa semana. Não estou acostumada a isso. Aqui em casa somos muito amorosos, mas muito independentes também. Não tive fase de levar e buscar na escola, deixar no inglês, levar pro balé... Há um combinado antigo por aqui: eu e o pai trabalhamos e as filhas cumprem as obrigações da escola sozinhas, se precisarem, pedem ajuda e o tempo que sobra para nós quatro juntos, de forma geral, é divertido e afetuoso. Ficamos felizes juntos. É até meio careta para os padrões de relacionamento familiar modernos, mas já entendemos e assumimos que somos antigos em diversas escolhas.
Voltando ao tempo, minha filha precisou de atenção além do combinado e continua precisando. Escolhi converter o meu tempo em atenção a ela. Confesso abertamente que não tenho boa vontade com essa escolha. Não acho que mãe deva se doar totalmente a um filho. Mãe tem que viver, como qualquer ser social. Precisa de amor de família e de independência, realização social, amigos, enfim, esse é um princípio que adotei e acho que deu certo a considerar a forma como minhas filhas se comportam e como eu e meu marido conseguimos melhorar, a cada ano, a qualidade do nosso relacionamento.
Mas, essa semana resolvi ser mãe em horário integral. Levar e buscar, fazer dever junto, estudar, olha que aprendi muito sobre geopolítica. Nas horas vagas fiz coisas bem...não sei definir como ficar olhando vitrines, visitar feiras e encaixei um pouco de trabalho nessa história. Bem menos do que costumo fazer.
Toda experiência tem seu preço e seu ganho. Descobri que A D O RO  meu trabalho. Senti falta da rotina meio amalucada do comércio. O segundo ganho foi uma sensação de bem estar de ter feito o melhor que poderia para ajudar minha filha. Ontem, antes de dormir, estava cansada mas também tranquila.
Poucas vezes falei por aqui de tranquilidade. Esse é um estado raro para mim.
Conclusão dessa história toda: o ato de ter que esperar, de não poder definir o tempo e a forma como as coisas deveriam acontecer, me trouxe um ganho secundário - o afastamento da ansiedade. Ficar sem ansiedade é uma possibilidade. Óbvio para todo mundo? Não para mim. Passo a maior parte do tempo agindo e acreditando que tenho muito mais a fazer e que não posso parar, que os deveres estão se acumulando. Felizmente descobri que existe movimento sem adrenalina.
Uma escolha e muitos ganhos. Comecei falando de frustração e termino contando o que ganhei ao aceitar os limites.
Segui mais ou menos o plano alimentar e estou um pouquinho menor - na viradinha para 107- mas não tive esse presente hoje. Virá amanhã.
Até!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

TUDO NOVO DE NOVO

Esqueci de comentar aqui que fui suspensa da atividade que estava adorando na academia - circuito - por causa do problema no joelho. Assim, retornei aos exercícios só que fazendo musculação. Ai! Já estou com vontade de fugir. Aquela repetição é uma tortura, uma chatura, mas estou tentando. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

REDUÇÃO DE ESTÔMAGO

Fui a uma festa e ouvi uma mulher dizer que vai engordar 17 kilos para poder chegar aos 100 e assim conseguir a indicação médica para a realização da cirurgia de redução de estômago.
Tento acreditar que sou uma liberal, uma pessoa que sabe respeitar, mesmo sem entender, as escolhas dos outros. Mas é mentira! Achei completamente patético empenhar esforços para engordar para depois emagrecer. Ao considerar a perspectiva da minha recente conhecida julguei-a uma imbecil e a mim mesma uma conservadora.
Ah! Depois da tal da festa, fiz uns babados, comentei a escolha da moça com outras pessoas e descobri, cheia de espanto, que muita gente fez ou está fazendo a mesma coisa: engorda para atingir o peso necessário para tornar-se um indicado a cirurgia.
Quanto sofrimento o excesso de peso pode imputar a uma pessoa. Por um acaso, gordura é motivo para se perder a razão? Ou comer excessivamente já seria a própria demonstração dessa perda?
Continuo acreditando que pensar e conhecer na intimidade os sentimentos é o melhor remédio para as mazelas da alma.
Por um acaso um drogado pensaria em se viciar mais para chegar ao ponto de poder fazer uma cirurgia cerebral? Um compulsivo por consumo, por jogo, por sexo, por furto ou por qualquer outra coisa chega ao ponto de desejar mais e mais o vício para poder chegar a uma internação ou outro tratamento de choque?
Ou seria exclusividade dos obesos essa mágica do pensamento?
Ou sou eu uma pessoa incapaz de entender os motivos dos outros?
Acho a cirurgia uma excelente opção para quem já tem a indicação e é capaz de assumir a mudança radical de vida após o procedimento. Tenho amigas que se submeteram ao procedimento e estão muito bem. O que não consigo entender é empreender esforços para engordar mais para fazer a cirurgia.
Enquanto não entendo a mecânica desse raciocínio pós-contemporâneo (existe isso?) vou me esforçando e conseguindo emagrecer meio kilinho por semana- hoje pesei menos do que na sexta passada. Vou rezando também para ter mais paciência com essa gente que faz escolhas que não consigo entender.
Bom fim de semana!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

RETORNO A ACADEMIA

Fiz nova avaliação com o fisioterapeuta e estou liberada para voltar a malhar. É difícil de acreditar, mas estou com vontade de exercitar. Há 4 meses tinha medo de fugir da academia e hoje estou ansiosa para voltar. É muito bom ser a protagonista dessa mudança. Melhor do que isso é ter certeza de que quando eu estiver passando por alguma dificuldade poderei lembrar dessa conquista e me convencer que com o tempo tudo pode mudar. Já me imagino conversando comigo: "lá em 2011 vivia em mim alguém que detestava academia, mas, resolveu esquecer que detestava e continuou indo todas as semanas, mesmo naquelas em que sentia preguiça. Mesmo depois de faltar a uma ou duas aulas essa pessoa insistia em voltar, até que passados 4 meses ela descobriu que nem detestava tanto assim"...
Esqueci de contar, mas na última segunda-feira voltei a doar sangue. Desde o início dessa jornada tinha como meta fazer isso. É um jeito simples de ter mais um motivo para ser saudável. Entendo mais ou menos assim esse objetivo: cuidando de mim posso cuidar dos outros também.
No livro A ARTE DA FELICIDADE, o Dalai Lama explica que para os Budistas a felicidade é o bem supremo a ser alcançado. Pessoas felizes naturalmente irradiam bons sentimentos para quem está a sua volta e deixam de ser objeto de preocupação ou de desgosto para os seus próximos. A felicidade na tradição Budista não corresponde às imagens que vemos de realização material e social no mundo capitalista. Talvez a gente só consiga ter uma leve idéia do que possa ser esse estado de bem aventurança que eles costumam descrever. Mas essa idéia já serve para entender que buscar a felicidade é um objetivo muito digno e um ato de comunhão. A tristeza e o mal humor podem nos deixar solitários, mas a alegria nos faz solidários.
Seguindo essa lógica, ao me cuidar estou transformando a mim e oferecendo esperanças aos outros.
É muito bom ter você aqui comigo. Obrigada por ser meu companheiro ou companheira nessa caminhada.
Até amanhã!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

QUE VENÇAM OS BONS

Pensei que o ato de postar pudesse ser a mais livre das minhas iniciativas.
NÃO!
Como quase tudo na vida, ele também está submetido a regras. Nesse caso, estou falando de saber priorizar e fazer valer as escolhas feitas. Adoro criar meus posts. É um momento de entrega e ao mesmo tempo de desprendimento dos estímulos rotineiros. Acho que deve ser, para mim, algo equivalente a meditar. Vou escrevendo sem censura, meus medos ficam de lado. No máximo, eu tento melhorar uma palavra daqui, mudar a posição de uma frase dali.
Mas, como sempre digo, tem sempre o mas...
As tarefas e os imprevistos vão se embolando durante o dia e tenho parado pouquíssimas vezes para escrever. Comecei postando todos os dias, passei para quatro, três, dois, um e agora fico dias sem fazê-lo.
Entendi hoje que para fazer valer esse meu gosto tenho que colocá-lo na categoria das atividades que requerem DISCIPLINA.
Assim, cheguei hoje do trabalho e sentei para postar. Ao meu lado, todos os barulhos da casa sinalizando a necessidade de atenção. Tem que ser assim. Para postar tenho que parar e escrever.
Esticando um pouco esse papo, vejo que até para as atividades prazerosas tenho que ser mais disciplina. Passo tempos sem ir ao teatro ou sem visitar uma pessoa querida, por exemplo. Queixo-me por não fazer, mas estou sempre encaixando no meu dia as tarefas novas que vão surgindo. Que tempo então poderia sobrar para me dedicar a essas delicadezas do espírito? Só a mão mediadora da disciplina poderia acrescentar sabedoria a essa discussão. É preciso fazer a escolha e ser fiel a ela.
Então, que vençam os bons hábitos, os filhos da disciplina. Respeitarei minha escolha de escrever e terei meu tempo para isso. Esse assunto me leva a outro: amanhã retorno para avaliação na academia e espero voltar firme e forte ao movimento.
Até amanhã!

domingo, 5 de junho de 2011

VIVA A SEGUNDA

A bagagem excedente das férias já ficou para trás ou, traduzindo, os dois quilos adquiridos em Porto de Galinhas já foram eliminados. Amanhã, semana nova e proposta renovada de eliminar mais um pouco.
Segunda-feira é a salvação do calendário. Há sempre uma esperança de realização a partir dela.
Estou parada há uma semana, sem ir à academia. Meus dois joelhos estão doloridos e estou fazendo tratamento. Um já era o bastante para perturbar a minha paz, mas dois...
Joelhos em perfeito estado de funcionamento significa mobilidade, que por sua vez significa liberdade de ir e vir. É nesse desdobramento de idéias que encontro o motivo de ficar tão perturbada quando penso na possibilidade de fazer cirurgia neles. Então, para evitar, dá-lhes muito gelo, mesmo com o frio que está apertando por aqui.
Tenho uma amiga muito querida que parece ter nascido com a graça de ver tudo com leveza. Os problemas vão atormentando a vida dela e ela mantém uma expressão suave, dizendo sempre: "tá tudo bem, agora só falta resolver isso".
Estou tentando ficar parecida com minha amiga, mas confesso que tenho a tendência de ver as situações com mais gravidade ou intensidade. Digamos que costumo ser mais dramática. Preciso da ajuda do tempo e da respiração para pensar com mais calma e criar um  jeito de ver as coisas.
A vida é mesmo brincalhona, para não dizer desafiadora. Consigo ficar na academia por 4 meses. Dessa vez eu não fugi depois das primeiras aulas, mas meus joelhos não conseguiram se manter firmes como o meu propósito. Minha amiga diria assim: "são só uns dias, isso vai passar rapidinho". Então, o melhor a fazer é tomar emprestadas as palavras dela.
Eu nunca lembrei dos meus joelhos enquanto estava engordando. Experimentava todas as delícias e comia fazendo farra, agora, depois de tantos anos de desprezo, deveria reclamar que eles não deram conta de suportar o meu peso? Pensando bem, eles foram excelentes companheiros. Me aguentaram até aqui, fizeram o possível, mas precisam de cuidados. Dizem que é assim mesmo que a gente aprende, não é?
Esse é mais um motivo importante para persistir no propósito e na ação. Ter joelhos saudáveis é um motivo e tanto para emagrecer. Pensando bem, qual delícia do mundo das comidas pode ser tão atraente se comparada a viver sem dores?
Até amanhã!

terça-feira, 31 de maio de 2011

FELICIDADE É QUESTÃO DE SER

Ouvi uma música que diz assim: "felicidade é só questão de ser". Essa letra é do Marcelo Jeneci e Chico César. Vale à pena baixar e conferir. Felicidade é o nome da música mas é também o estado que a gente fica depois de ouvi-la.
http://www.youtube.com/watch?v=4PSqwdUo_sc
Acho que eu e bem mais da metade da humanidade desacreditamos que ser é o bastante, que existir é a própria felicidade. Investimos nosso tempo e esforço no fazer para assim conquistarmos a fatia da torta do bem estar. Compulsivamente fazemos coisas: planos, trabalhos, compras, escritos, fotos, telefonemas, leituras... Contraditoriamente, ficamos insatisfeitos porque a busca insistente desgasta e queixamos da falta da paz.
Então, para ser feliz bastaria ser. Simples, não?
Até aqui as coisas parecem fazer algum sentido, mas, sempre tem o mas.
Hoje pela manhã eu comecei a escrever um post inspirada na questão: por que é tão difícil ser leve? Não consegui terminá-lo. Assim, tento costurar as idéias que foram passando ao longo do dia. Vamos ver se construirei algo ou se faltarão emendas.
Estou tão consciente dos meus motivos para emagrecer e dos benefícios que terei ao me desfazer do excesso. Ainda assim, depois de um curto período de férias estou tendo muitas recaídas e demorando a ter ritmo que me permitiu sentir-me bem, dando sequência ao meu projeto.
Gosto daquelas imagens de filme ou de novela em que o personagem joga as malas fora para simbolizar o ato de estar se desfazendo daquilo que não é mais o seu desejo.
Acho que a música do Jeneci também fala dessa imagem. Ser feliz é só ser - não tem que pagar tributo e nem comprar ingresso, não tem que pedir autorização, só tem que ser. Não tem que carregar o peso que você não quer.
Emagrecer é para mim o ato de jogar fora um jeito de viver e de fazer as coisas que não me realiza mais. É deixar a música do Jeneci tocar na minha rádio. Mas, acho que para desfazer do peso tenho que jogar fora outras bagagens que parecem estar mais amarradas a mim do que a própria gordura.
O bom dessa história nesse momento é a minha falta de pudor ou de temor para saber que devo abandonar tanto as cargas emocionais quanto as físicas. O ruim da história nesse momento é estar tão incomodada com essas questões e não poder apenas "dançar na chuva, quando a chuva chegar" como recomenda a música para ser feliz.
Até amanhã!


domingo, 29 de maio de 2011

FORÇA PARA CONTINUAR

Acho que vou fazer um cartaz bem grande e pendurar no peito:

PRECISA-SE DE FORÇA PARA CONTINUAR

Estou completamente desorganizada, sem seguir o meu plano alimentar. Esse fim de semana senti medo e pela primeira vez imaginei como seria horrível desistir do meu projeto.
Os dois kilos a mais depois das férias estão pesando muito mais no meu ânimo do que poderia imaginar.
Ontem e hoje fiz tudo absolutamente contrário ao que deveria. É claro que estou pensando que amanhã é segunda e tenho a chance de recomeçar. Mas, também estou pensando que estou sabotando o meu esforço e por isso tenho medo de não conseguir recomeçar.
Por que é tão difícil abrir mão do excesso?
Vou ficar quietinha e responder a essa pergunta. Em diversos momentos eu voltei ao meu velho amigo diário e consegui colocar o carro nos trilhos.
Até amanhã!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Que saudade danada

Desde a criação do blog, nunca fiquei tanto tempo sem postar. Senti uma saudade danada. Esse hábito se incorporou à minha rotina e deixar de fazê-lo me deixou muito aflita nos últimos dias. Tive um problema com o navegador e não consegui fazer login. Só hoje entendi que poderia usar um outro navegador (estou no mozila, o meu salvador!). Muito elementar, não é? Mas apesar de ter um blog, usar a internet para muitas atividades, ainda dou umas escorregadas dessas. Que vergonha!
Precisava desabafar! Cheguei de viagem com doisssssssssssssssss kilos a mais. Será que sol engorda? Gostaria de ser cínica assim em alguns casos. Mas minha moral e costumes de boa moça indicam que devo assumir: Comi muita tapioca, castanha, peixe frito e cerveja. Pior do que isso, voltei de viagem na quinta passada e só hoje estou dando conta de seguir meu plano de alimentar de 3 em 3 horas, sem abusar do arrozinho com feijão de casa que eu estava com muita saudade.
Fiz uma viagem muito bacana e na hora certa. Lá pude perceber como estava cansada. Acho que um bom parâmetro para avaliar isso é que, ao voltar, comecei a achar tão simples as coisas que estavam me perturbando muito antes de dar essa parada. Eu costumo agir assim mesmo. Quando estou muito cansada confundo as coisas e vejo as dificuldades maiores do que elas são.
Voltei para a academia com muito ânimo, porque nesse tempo longe da rotina senti, mais do que nunca na vida, o desejo de emagrecer. Mais do que desejo, eu senti a possibilidade. Vi que esse projeto é viável e sou merecedora dessa conquista. Senti-me pronta para eliminar o excesso.
Parece contraditório depois de ter engordado, mas, entendi que quem não tem problema com a obesidade convive com essas oscilações. São raras as pessoas que matém o peso completamente estável. Nas férias sempre terei permissão para provar os novos sabores. O importante é voltar para o esquema alimentar e não continuar engordando depois do descanso.
Descobri mais motivos para continuar emagrecendo. Movimentar sem dores e sem restrições é o que me mobiliza. Para mergulhar, andar de bugue, subir dunas e outras aventuras mais é preciso um corpo mais enxuto e ágil.
Assim volto ao meu queridíssimo blog. Com uma mistura de muita vontade e paz no coração. Acho que é a mistura ideal para quem tem um projeto que é para o resto da vida.
Até amanhã!


sábado, 14 de maio de 2011

Porto de Galinhas

Estou de férias!
Praia é tudo de bom. O melhor descanso para mim.
Porém, muito difícil seguir um plano alimentar por aqui. Café da manhã de hotel é capaz de destruir toda a minha força de vontade. Comidinhas e bebidinhas ofertadas o todo tempo e em todos os lugares complica um pouco mais a situação. Para derrubar de vez a minha boa intenção de comer bem, tem uma situação local que está afogando os meus novos e bons hábitos. É que para poder usar guarda-sol e cadeira à beira mar, existe uma consumação mínima nas barracas de praia. Mais ou menos assim: tenho que comer e beber para ter o conforto e a proteção contra o sol. Cardápio: absolutamente tudo frito.
O recurso é não ficar sofrendo mais do que o necessário e tentar compensar os excessos nadando.
Até!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Conferindo o peso

Pesei pela manhã e decidi, a partir de hoje compartilhar como está sendo meu emagrecimento.

Março de 2010 -  118,5Kg
Tive um susto absurdo. Fui consultar uma endocrinologista acreditando estar muito abaixo do que a balança denunciou. De cara a médica pediu exames e receitou sibutramina, já prevendo que se não tivesse resultado, indicaria a cirurgia.

Maio de 2010 - 118Kg
Consultei um cirurgião e iniciei procedimentos para fazer a redução de estômago. Pesquisei, conversei com quem fez e decidi não fazer.

Junho - Julho - Agosto
Sem perspectivas e sem alteração no peso.

Setembro de 2010
Conheci o que era um blog e criei o meu. Apareceu uma perspectiva. Escrever me animou e senti que poderia ser um bom caminho.

Dezembro de 2010 - 113Kg
Muito animador. Comecei a seguir um plano alimentar e quem segue o blog conhece a história.

Janeiro de 2011 - 115Kg - Avaliação na academia
Entendi que precisava focar mais. Abri mão de muitos objetivos paralelos. Passei a escrever só sobre emagrecimento, dedicando minha atenção para a minha escolha.

Abril de 2011 - 109Kg - Avaliação na academia
Fazer atividade física foi o melhor jeito de fazer as pazes com meu corpo. Os resultados começaram a aparecer mais rapidamente porque redescobri o gosto por me mexer.

Maio de 2011 - 108Kg
Eliminei 10Kg sem nenhuma atitude radical.

Minha meta é chegar a 93Kg, permanecer nesse peso por algum tempo e depois dar uma nova arrancada para chegar aos 79Kg.

Perdi o pudor de revelar meu peso porque ao pensar sobre obesidade e tudo que rodeia o assunto, descobri que o desagradável da história não é  quanto eu peso. O meu grande incômodo é o jeito que me comporto diante da comida. Meu sofrimento (a palavra é essa mesmo, sem pieguice nenhuma) é ser devorada pela comida. Meu pudor é ver meu sonho de leveza, mobilidade, minha expectativa de equilíbrio ser frustrada por minha própria atitude diante da comida.
Mas, ao realizar tantas mudanças, ganhei a confiança de saber que hoje tenho 108, mas amanhã terei 93 e depois 79. Não importa mais a hora de falar sobre isso. Importa persistir na reflexão, no compartilhamento, no apaziguamento e o excesso de peso continuará se desfazendo. Estou bem hoje com o que tenho como estarei quando atingir o meu objetivo. Estou mudando profundamente a minha visão do meu corpo e agindo, cada vez mais, com gentileza com a comida. Ela está retribuindo. Já não quer me devorar.
Não estou de dieta. Estou em processo de reavaliação dos meus valores. O tempo de espera é bom e necessário para eu aprender a ser paciente.
Até o fim dessa jornada, temos muito a conversar.
Até amanhã, postando de Porto de Galinhas, no Recife.


Hora de despedir da dor

"Tudo na vida é passageiro, menos o trocador e o motorista"
Filosofia de boteco para começar o post de hoje. Acho que todo mundo já escutou a piadinha, né? Desculpem-me a repetição, mas considero uma pérola da sabedoria popular. Especialmente nesse momento preciso dar tchau para umas idéias (ou seriam valores?) que cultuei durante toda minha vida. Mas, estou apegada. O tal medo da mudança é, de fato, real. Precisei do encorajamento da piada.
As preocupações, um certo ar de tristeza ou de tensão e uma sensibilidade exagerada são características que me identificam. Elas me explicam, me apresentam e agora descobri que preciso me despedir delas porque tornaram-se peças obsoletas no meu armário. Mas, estou em dúvida. Quero deixar passar, mas tenho medo de não me reconhecer sem essas imagens.
Acho que esse papo está meio chato e confuso. Mas é absolutamente necessário. Tenho o desejo de, ao final, conseguir falar com mais clareza, mas, por enquanto, preciso dos rodeios para amenizar essa sensação de coração apertado.

Aprendi que preocupar, antecipar-se aos problemas, na vã expectativa de evitá-los, é sinal de amor. Nada feito! Preocupação é só preocupação. Os problemas sempre existirão, independentemente da minha infantil tentativa de adivinhá-los ou evitá-los.
Tristeza não é charme, não é atenção ao sentimento dos outros e não é meio de atrair a atenção de ninguém!
Por último, sofrer demais pelos próprios desafios e pelos dos outros é perder a oportunidade de rir mais e espalhar alegria pelo mundo. Essa sim, é a força revolucionária! Pode chegar e impor uma nova ordem.

Ter consciência nem sempre é ter a chave para abrir a porta do caminho desejado. Mas, estou aqui, pronta a encarar cada um dos incômodos e cada um dos motivos que tive para comer além da conta.
Estou a um passo de tratar a comida apenas como comida. Já sei que ela não é bálsamo para marcas da alma, sei que não é a alegria das comemorações, sei que não é o meio para extravasar, não é o jeito de falar de afeto.
Estou na porta, pronta para despedir das dores desnecessárias, aquelas que só existem porque aprendemos a ver nelas algum colorido pro nosso álbum de desenhos. Só falta abanar a mão com energia e gritar tchau!
Afinal, se tudo na vida é passageiro, por que nossos aprendizados também não podem ser? Tudo que vem de berço deve ser visto como tão sagrado? Por que perpetuar idéias que não colaboram com as novas expectativas de bem estar?
Então, está decidido! TCHAU!

Para vocês, meus queridos amigos, é só um até amanhã!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Viajando com a bagagem menor

Meu coração está acelerado. Sinto-me como uma criança, afinal, vou viajar! Vou sair de férias! A praia me espera. Toda a rotina ficará trancada e vou buscar as minhas novidades.
Para começar, férias, para mim, significam pé na areia, cheiro de mar e ficar de dedo enrugado de tanto tempo dentro da água.
Minha bagagem está menor, levo 1kg menos de gordura. Foram-se 10 kg!
Mas, a consciência está pesada, porque além de comer muito no domingo, festa do dia das mães, hoje não resisti e ataquei os restos. Eu chamo isso de complexo de lixeira. Eu costumo perder o controle e comer os restos das festas. Se tudo fosse para o lixo depois que terminassem as comemorações, minha vida seria bem mais simples. Sinto pena de dispensar as sobras, então, devoro-as. É um jeito pouco racional de jogar fora, do mesmo jeito.
Suspendi a ida à academia nesse mês, porque fiz uma viagem mais curta na primeira semana e agora vou me afastar por 12 dias. Está fazendo uma falta danada ter o horário certo de malhar. Tudo aquilo posso fazer a qualquer hora, eu nunca faço. Dessa forma, em nove dias, fiz UMA caminhada.
Entre deslizes, escorregões, tombos, persisto na vontade de percorrer o caminho. Levanto, ando um pouquinho, volto à rotina, deslizo novamente... Em nenhum momento pensei em parar. Essa é uma constatação animadora. Foi-se todo o medo de não dar certo, de não chegar ao fim. Estou certa que emagrecerei o necessário para sentir-me ágil. Assim, vou adiante.
Até amanhã!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Hoje faço questão de não escrever o que penso. Prefiro dar vez e voz ao comentário que ontem recebi de uma seguidora anônima.
Um pequeno gesto pode fazer mais do que mil palavras! Esse comentário foi um grande estímulo para persistir em um momento em que ando muito desanimada!
Agradecida! Essa é a palavra mais linda que conheço e só sei usá-la quando estou em um estado especial de entendimento.
Transcrevo o comentário:

Ei Sílvia! Desculpe me passar por anônima nesse momento. Não quero influencia-la.Porém lhe digo, vc não está sozinha nessa batalha.Também estou nessa batalha. Já venci vários desafios na minha vida. Parar de fumar fou um deles.Foi dificílimo de parar até o momento que disse: não nasci fumando e não vou morrer fumando. Assim falando comigo mesma essas palavras e outras desse tipo parei. Já fazem 23 anos que isso aconteceu. Será para sempre. Nós temos uma força interior que não conhecemos. T-O-D-O-S nós! Precisamos sim,usá-la. Hoje estou com 74 quilos e tenho 1,56 de altura. Pode uma coisa dessa? Aonde vou parar? Isso vai mudar...Mudaremos juntas. Revelarei para você meu nome oportunamente. Você é uma velha conhecida e hoje está se tornando minha parceira de uma grande JORNADA! Um beijo e vamos nessa...
Por Anônimo em EMAGRECER É MAIS DO QUE ELIMINAR PESO às 21:58


quinta-feira, 28 de abril de 2011

O culto ao excesso


Passou a Páscoa e eu não me acabei de comer ovos de chocolate. Usei o tempo do feriadão para descansar, terminar de ler e voltar a assistir RAZÃO E SENSIBILIDADE. Na segunda voltei à rotina com muita preguiça. Acho que assim caminhou a humanidade nessa semana, porque depois de 4 dias de folga total o corpo amolece e é difícil retomar o ritmo.
Mas, voltando à festa, tive notícias de pessoas que ganharam 15, 18, 20 ovos de Páscoa... Imaginem o esforço para dar conta de comer ou aguentar as pontas e resistir aos apelos desse excesso presentes. Estamos vivendo tempos de culto ao excesso. Tem tanta oferta de tudo, incluindo aí os ovos de chocolate, que tornou-se normal dar ou receber 20 (ou não sei lá quantos) ovos de chocolate. A intenção é pura e o gesto é aparentemente generoso. Ocorre, que por trás dessa delicadeza funciona a máquina do consumismo. Ela é eficiente e totalmente brutal.
Junto a tanto consumo, estão a multiplicação dos vícios, das compulsões, das obcessões e da... obesidade!
A obesidade está intimamente ligada ao culto ao excesso. Tenho escrito aqui sobre a minha, porém, não descuido de observar que a gordura é um problema social e recente, historicamente falando. É nascida e criada no berço do consumismo desenfreado. Por isso, ela merece ser analisada como um fato sociológico.
Pensando bem,  ela nada mais é do que o próprio excesso de consumo. A pequena porção não satisfaz. Um pedaço não é o bastante. Ao comer mais, estou comprando mais.
Poderíamos dizer que essa grande fome dos obesos é existencial? Na falta do afeto, da profundidade, da reflexão, do entendimento, da amizade, ou de qualquer outro valor, vai comida mesmo? 
A necessidade de pensar, de sentir e de transcender vai sendo confundida com uma necessidade de ter mais? Poderíamos usar esse raciocínio para entender o desejo por mais comida, bebida, droga, sexo, adrenalina, jogo até os objetos. Qual mulher que nunca se aliviou fazendo "comprinhas"?
Lembrei do Renato Russo:

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Assunto comentado, como poderia deixar o conforto desse entendimento iluminar as minhas ações? Ando pensando em voltar ao mundo da simplicidade. Há meses essa palavra vem ganhando encantos para mim.

Um ovo de Páscoa para toda a família
Refeições humildes no dia a dia, comida diferente, só no domingo
Andar a pé, de mãos dadas, para divertir
Ler, cheia de paixão, o romance de 200 anos que ainda faz chorar

Acho que a minha infância tão humilde teve mais lições do bem do que as loucuras eletrizantes e sensações espetaculares ultraradiantes do mundo atual. Estou de volta para a leveza desse tempo. Quer vir comigo?
 "O pensamento, é que me trás o livramento, o queme deixa positivo, e me faz bem ao coração"
Peço licença para repetir o meu ídolo Toni Garrido para endereçar esse convite.
Até!



terça-feira, 19 de abril de 2011

MEDIDA CERTA

Muitas pessoas querem emagrecer para voltar a comer. Eu não! Quero emagrecer para voltar a confiar em mim. Esse é o meu motivo e meu estímulo. Quero estar diante do prato mais gostoso ou mais calórico do mundo e comer uma pequena porção. Sentir todo o sabor, guardar na alma aquela boa impressão. Só!
Luto para que a comida não engula a minha vontade. Por isso escrevo, penso, faço muitas perguntas.
Não faz sentido emagrecer e querer como recompensa a comida. 
Sonho ter muita mobilidade. Viajar sem ficar apertada na cadeira do avião. Andar sem dores nos pés ou joelhos. Subir e descer escadas, dançar, nadar, tudo com muito mais conforto do que tenho atualmente.
No meu esquema alimentar tenho comido de tudo. Se tenho uma pizza pela frente, como uma fatia e dou uma volta para desistir da segunda. Como devagar, contando causos, então ous outros terminam antes de mim e quando estão repetindo eu ainda estou servida.
Penso que se eu emagrecer para poder comer uma pizza inteira sem culpa, eu terei continuado absolutamente gorda na minha forma de pensar. 
Voltando à confiança, cada vez que faço uma troca, fico mais feliz. Ontem, senti fome à noite e um leite quente com uns biscoitinhos começaram a dançar nos meus pensamentos. Estou com o propósito de não comer após as 21h, porque esse mal hábito ainda atrasa o meu emagrecimento. Então, eu tentava assistir ao CQC (TV Bandeirantes) em paz e eles acenavam para mim como se fossem a delícia das delícias. Fui à cozinha e troquei tudo por um chá com adoçante. Dei um tchauzinho de madame, pro pacote de biscoito, voltei para a televisão e hoje acordei me sentindo elegantérrima. Uma pessoa capaz de fazer trocas inteligentes. Deixar de ter um prazer hoje para uma conquista amanhã. Acho que essa frase indica com perfeição qual é a minha busca.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um pouquinho menos

Comecei a semana subindo na balança antes de seguir para a academia. Estava cheia de culpa por ter comido mais do que precisava para ser feliz no fim de semana. Um pouco de ironia é melhor do que muita raiva, né? Mas, tive o perdão e fiquei surpresa ao ver que estou com 800 gr menos do que na última pesagem.
Pois é, as surpresas boas existem. Então, "peraí", por que fico sempre apreensiva quando vou pesar? Isso não combina com meu empenho e nem com a minha proposta. Afinal, resolvi ficar de bem comigo e não é por dar uma escapulida do plano alimentar que devo disparar os alarmes e acordar o medo e a culpa.
Ter um peso proporcional à altura e sentir-me bem com o meu corpo significa desde já viver em paz com a comida. Se comi mais um pouco hoje, amanhã dou uma maneirada. De toda maneira, o comer mais da atualidade é muitíssimo menos do que eu comia há dois meses.
O bacana dessa história toda é que estou recuperando dois sentidos: o olfato e o paladar. Antes de morder, estou apreciando os cheiros. Esse intervalo curtíssimo é poderoso, porque o ar entra e a compulsão sai. Então vou experimentando porções menores. Foi desse jeito que um pão de queijo, sempre insuficiente para saciar minha vontade, (veja que escrevi vontade e não fome) ficou grande no último sábado. Estava uma delícia!
É claro que não tenho sido essa boa moça diante de todos os alimentos. Ah! O amendoim continua ganhando de mim. 10 a 0 para ele. E a cerveja então?
Mas, aqui estou. Fiel e comprometida, fazendo todo o necessário para emagrecer. Toda semana tem uma segunda-feira pra gente recomeçar.
Até!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

NEM TUDO SÃO FLORES

Algumas vezes tenho a impressão que o meu corpo trabalha contra o emagrecimento. É preciso ter muita força e empenho para continuar empenhada nesse projeto. Estou precisando de consolo e alternativas pois meu joelho esquerdo desanimou e não está querendo continuar a academia. Desde a última segunda sinto dores e depois de muito tempo ficando em pé começo a mancar.
Estou com medo. Sei que o movimento está sendo fundamental para me estimular.
Hoje pesei novamente. Mantido o número da semana passada. É um pouco frustrante porque imaginei que o ponteiro abaixaria. Porém, se não aumentou, estou no lucro.
Tenho momentos de irritação intensa. Noutros, fico desanimada. Quando recobro a consciência e fico dona da casa, dos meus pensamentos, entendo que é preciso ter paciência e deixar o tempo colaborar no ritmo dele. Estou persistindo e isso é uma virtude. Sempre fui muito entusiasmada para começar a fazer coisas novas. Agora, com o blog e o plano de emagrecimento estou aprendendo dar continuidade, a entender o valor do meio do caminho.
Escutei muitas vezes que para mim "era 8 ou 80". Eu concondo. Sou intensa para gostar e para fazer. Começo a descobrir o valor do 30, do 40 e do 50. Acho que isso se chama moderação. Seguir um plano alimentar depende muito de diplomacia, de negociação com o estômago e com o desejo. Então, continuo repetindo o meu mantra: emagrecer é muito mais do que eliminar kilos.
Um corpo diferente, despido da gordura, precisa de um ambiente que lhe dê sustentação. É preciso colocar-me a trabalho para criar as condições (ou seriam permissões?) mentais para acolher um novo jeito de ser e me ver bem, sem os excessos.
Não estou disposta a trocar a compulsão por comida por qualquer outro tipo de compulsão. Julgo que não está em melhor estado quem joga, bebe, fala, arrisca-se ou compra de maneira descontrolada. Estou em busca de viver em paz com meu corpo, meu tempo e minhas posses. Minha meta é emagrecer mais 17kg. Ficarei acima do chamado peso ideal para a minha altura. Porém, acho que essa é uma meta real, possível de ser realizada e mantida nos próximos anos.
Para terminar, queria contar que acabei de ler "ORGULHO E PRECONCEITO"  de Jane Austen, a autora lida pelas personagens do filme "CLUBE DE LEITURA", assunto do meu último post. Adorei a história, romantismo puro, transporte para um tempo pausado, manso, de cartas escritas diariamente e de diálogos longos. Comparei com o nosso tempo e fui lembrando do twiter - 144 caracteres para contar sua história. As mulheres viviam sob exigências sociais muito rígidas, porém, sem tantas expectativas como na atualidade. Ninguém precisava ser multifuncional para amar e ser amado. Precisamos pensar se as trocas valeram. Afinal, nesses tempos de independência, nem tudo são flores.
Até amanhã!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CLUBE DE LEITURA

Se você ama ter bons amigos, por favor assista - Clube de Leitura de Jane Austen. O nome é grande assim mesmo. Vi hoje à tarde, rodeada de pipoca e tomando um bom café. Terminei com lágrimas de encantamento, daquelas que nascem quando vejo coisas simples e bonitas.
Senti saudades das minhas amigas por perto...
A história me mobilizou como o Julia and Julie, aquele filme que vi e imediatamente decidi que iria seguir o caminho da protagonista e também começaria a escrever. Agora, estou decidida a tentar formar um grupo de leitura, parecido com o do filme.
Os filmes que comento aqui são antigos. Vou à locadora, escolho 20 e posso passar o mês com eles. Não tenho que devolver em dois dias como no caso dos lançamentos. Esse prazo alongado me permite rever os que gosto mais, insistir naqueles que não entendo no primeiro contato. Essa liberdade me agrada muito. Acho chique ver o que gosto e não o que está na moda.
Voltando à história, um grupo de amigas começa a se reunir para ler e conversar sobre a obra de Jane Austen. No período em que elas se encontram, é claro que a vida e seus dramas continuam. O clube torna-se um ninho, acolhe e aquece o coração de cada membro, na medida em que necessita. Assim, os laços afetivos se fortalecem e no fim eles se sentem fortes o bastante para acolher novos amigos.
Simples assim, mas também sensível, agradável, sem exigências. Uma dose de delicadeza na minha tarde. Estou relaxada e pronta para seguir minha viagem.
Antes de despedir, conto que terminei a semana fiel à academia e valeu à pena. Cada dia que vou é um fio que acrescento à corda da minha auto-confiança. Fui disciplinada hoje, então poderei ser amanhã também.
Até!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

EMAGRECER É MAIS DO QUE ELIMINAR PESO

Há alguns meses entendi que emagrecer não seria apenas eliminar kilos. O ato de escrever permitiu-me pensar sobre minhas atitudes. Com um pouco de coragem, fui buscando os motivos que me fazem desrespeitar os limites do meu corpo e comer além (muito além) do necessário para viver bem.
Daí, estabeleci que emagrecer seria a revisão e a reconstrução de muitos valores. Quero emagrecer e permanecer com o peso que eu achar bacana. Um dos traumas que me fazia adiar o início de um tratamento era justamente o medo de voltar a engordar. Agora, tenho a segurança que estou queimando gordura e desenvolvendo ações de sustentação. Surgiu um novo jeito de ver, de tratar, de me entender com o meu corpo.
O meu excesso de peso, significa um desacordo com muitas coisas. Os maus hábitos alimentares são apenas uma parte do meu desafio. Há muitos outros a serem trabalhados. É um caminho lento e às vezes incômodo. Estou sempre questionando minhas ações e tentando encontrar as suas motivações. Não saberei de tudo. Jamais terei o comando consciente de tudo. Mas o exercício tem garantido algumas vitórias importantes e gostaria de partilhá-las com vocês.

Primeiro: Para emagrecer preciso ter paciência e deixar o tempo fazer o seu trabalho. Sempre quis tudo para ontem. Esperar é um verbo que recuso conjugar... Mas, para realizar meu objetivo estou tendo que desenvolver essa virtude.

Segundo: Para emagrecer preciso calar e escutar. Sempre fui partidária da eloquência. Não tinha o aquietamento interno para escutar. Até gosto muito das histórias dos outros. Mas, uma energia excessiva me dominava (ainda domina, estou na transição) e os meus ruídos sufocavam a voz do outro. Mas, o outro também é o meu corpo. Andava tão afastada dele! Enquanto escrevia um post, em meados de dezembro - http://silviaesilvia.blogspot.com/2010/12/liberdade-ou-indisciplina.html -  tive uma intuição transformadora. Entendi que meu corpo pedia o bom sono, exercício e horário para comer. Estava tão ligada ao trabalho e às atividades de natureza mais intelectual, que desprezei essas necessidades mais básicas. Qualidade de vida era um estudo teórico, algo a ser conquistado com muito empenho. Hoje, sinto a qualidade da minha vida quando lembro que é hora de provar uma fruta. Quando dou o melhor de mim na academia e chego em casa cansada, suada e energizada. Quando deito às 22h e durmo tão satisfatoriamente que acordo sem despertador.

Terceiro: Para emagrecer preciso renunciar ao gosto de ficar voando no planejamento ou na saudade. Preciso agir no presente, entregar-me com amor ao hoje, fazendo o que deve ser feito. Lembra da história de adiar a dieta para a segunda? Essa peça não cola.

Quarto: Para emagrecer, tenho que ser tolerante. Quase todos os dias tomo um escorregão. Perdôo e retomo meu plano. Ser muito exigente não funciona. É preferível emagrecer pouquinho e seguir em frente do que desistir.

São reflexões bem desafiadoras, mas quando fecho os olhos, respiro e vejo meu coração eu sinto uma verdade profunda no que estou fazendo. Essa sensação da verdade é suficientemente forte para me ajudar ir adiante.
Até amanhã!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

MENOS DOIS

Todo o empenho começa a transformar-se em resultado. Hoje pesei e fiquei muito feliz ao ver que eliminei dois kilos. Do começo até hoje foram-se oito kilos.
Junto com essa gordura foi-se a fome inexplicada. Foi-se a preguiça. Foi-se a descrença.
Repito que esperava ter emagrecido mais em seis meses...
Mas, a certeza de não voltar a engordar compensa o ritmo mais lento.
Até! 

domingo, 3 de abril de 2011

Que venha a segunda feira

Abandonei a dieta no fim de semana, sem nenhuma culpa. Acho necessário dar uma flexibilizada para continuar tendo o sucesso no meu plano.

quinta-feira, 31 de março de 2011

QUANDO MENOS É MAIS

Cada quilo perdido me deixa mais confiante. Não estou eufórica, mas descobri uma fórmula, que não tem nada de mágica, para deixar de avançar sobre a comida. Vejam bem que escrevi - fórmula para deixar de comer- o emagrecimento é a consequência natural disso.
 Desde o dia em que dei o nome certo ao meu principal motivo para emagrecer, a comida deixou de ter tanto encanto. Acho que passei por mais um portal!

"Quero possuir a comida. Não ser possuida por ela" 

Esse entendimento (fiz um post na última terça) me deu um ânimo diferente. Como uma tela que se desbota, a imagem supercolorida da comida está desfazendo-se. Ontem e hoje trabalhei horas a fio sem lembranças de gostosuras saltitantes a roubar minha atenção. Nas horas planejadas parei, comi, descansei e retornei.

Tenho mais 19 motivos conscientes para persistir. Dentre eles não está "sentir-me mais bonita". Sinto-me contente com o que a natureza me deu. Também nunca sonhei (nem aos 12 anos) ser modelo de nada. Assim, vivo feliz com o que tenho. Não confundo excesso de peso com falta de beleza. Muito menos a magreza com  a beleza!
Para a mídia e para o senso comum esses conceitos estão misturados e a forma de traduzir essa idéia leva sofrimento a muitas pessoas. Pelo menos dessa eu estou livre.
Até amanhã