terça-feira, 21 de junho de 2011

CONHECIMENTO DE VALOR

Assisti o programa Roda Viva de ontem, 20/06/11, com o Dr Alfredo Halpern endocrinologista com 43 anos de carreira, diversos títulos e pesquisas pelo HC da USP. Ele respondeu a diversas questões sobre obesidade e mostrou idéias originais sobre o assunto tanto do ponto de vista científico quanto filosófico.
A doença obesidade é muito mais complexa do que se sabe até agora. Inspirada pela entrevista, resolvi procurar um médico e discutir o uso de um medicamento para acelerar um pouco o meu processo de emagrecimento. Estou persistindo na prática de exercício físico e no controle alimentar, mas, meus joelhos não estão suportando o movimento a mais, estão doloridos e restringindo as minhas opções na academia. Assim, se for indicado, usarei algum medicamento como suporte para perder peso um pouco mais rápido e poder exercitar com mais liberdade.
Uma reflexão levantada pelo Dr Alfredo me fez perder o medo do famoso efeito "rebote" provocado pelos medicamentos para emagrecer. Ele ponderou: se alguém tem pressão alta e deixa de tomar o medicamento, a doença volta a incomodar. Assim, o medicamento é usado por anos a fio ou então para o resto da vida, com adaptações de dose, e o paciente pode ter perfeito controle da doença. O mesmo ocorre com diabetes, problemas cardíacos e mais milhares de patologias. Somente com a obesidade há essa preocupação permanente com o rebote.
Achei pertinente essa consideração. Lembrei do meu pai que teve uma sobrevida de 15 anos, morreu aos 78,  usando muitos medicamentos para controlar o problema cardíaco congênito. Viveu bem graças aos remédios e todos o incentivavam a usá-los corretamente. Se deixasse os medicamentos certamente morreria ou teria ataques constantes.
No meu caso, se não emagrecer um pouco mais, não poderei continuar me exercitando como espero fazer. Já estou com indicação de antinflamatórios para amenizar as dores nos doisssssss joelhos. Assim, acho que vale a pena conversar com um médico e ter a ajuda de medicamento pelo tempo necessário.
Espero que essa notícia não cause decepção. Minha proposta inicial era emagrecer sem usar medicamento, porém, veio a surpresa dos joelhos doloridos e pés reclamando... Persisto no meu objetivo principal, porém terei que mudar a estratégia.
Para mim, conhecimento só tem valor quando ilumina a reflexão e permite uma nova ação. Ontem, tive a oportunidade de ter informações que me possibilitaram rever minhas escolhas. Não estou em busca de atos heróicos, estou apenas tentando viver bem, resolvendo um problema que me atormenta. A forma de resolvê-lo é múltipla e não preciso fazer isso sozinha. Recorrerei então à medicina.
Até mais! 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PARA TER TEMPO PRECISO FAZER ESCOLHAS

Custo acreditar que hoje é sexta-feira e estou doida para reclamar: ai, o tempo... Não vou fazer isso. Desde que me propus a emagrecer, revendo meus valores e meus hábitos, me propus também a deixar de lado a reclamação.
O tempo não passou não passou mais depressa, eu fiz escolhas ao longo da semana que me distanciaram dos meus objetivos principais, então, como poderia acontecer, estou com a sensação que não senti a semana passar.
Escolhi dedicar-me integralmente a minha filha ao longo dessa semana. Não estou acostumada a isso. Aqui em casa somos muito amorosos, mas muito independentes também. Não tive fase de levar e buscar na escola, deixar no inglês, levar pro balé... Há um combinado antigo por aqui: eu e o pai trabalhamos e as filhas cumprem as obrigações da escola sozinhas, se precisarem, pedem ajuda e o tempo que sobra para nós quatro juntos, de forma geral, é divertido e afetuoso. Ficamos felizes juntos. É até meio careta para os padrões de relacionamento familiar modernos, mas já entendemos e assumimos que somos antigos em diversas escolhas.
Voltando ao tempo, minha filha precisou de atenção além do combinado e continua precisando. Escolhi converter o meu tempo em atenção a ela. Confesso abertamente que não tenho boa vontade com essa escolha. Não acho que mãe deva se doar totalmente a um filho. Mãe tem que viver, como qualquer ser social. Precisa de amor de família e de independência, realização social, amigos, enfim, esse é um princípio que adotei e acho que deu certo a considerar a forma como minhas filhas se comportam e como eu e meu marido conseguimos melhorar, a cada ano, a qualidade do nosso relacionamento.
Mas, essa semana resolvi ser mãe em horário integral. Levar e buscar, fazer dever junto, estudar, olha que aprendi muito sobre geopolítica. Nas horas vagas fiz coisas bem...não sei definir como ficar olhando vitrines, visitar feiras e encaixei um pouco de trabalho nessa história. Bem menos do que costumo fazer.
Toda experiência tem seu preço e seu ganho. Descobri que A D O RO  meu trabalho. Senti falta da rotina meio amalucada do comércio. O segundo ganho foi uma sensação de bem estar de ter feito o melhor que poderia para ajudar minha filha. Ontem, antes de dormir, estava cansada mas também tranquila.
Poucas vezes falei por aqui de tranquilidade. Esse é um estado raro para mim.
Conclusão dessa história toda: o ato de ter que esperar, de não poder definir o tempo e a forma como as coisas deveriam acontecer, me trouxe um ganho secundário - o afastamento da ansiedade. Ficar sem ansiedade é uma possibilidade. Óbvio para todo mundo? Não para mim. Passo a maior parte do tempo agindo e acreditando que tenho muito mais a fazer e que não posso parar, que os deveres estão se acumulando. Felizmente descobri que existe movimento sem adrenalina.
Uma escolha e muitos ganhos. Comecei falando de frustração e termino contando o que ganhei ao aceitar os limites.
Segui mais ou menos o plano alimentar e estou um pouquinho menor - na viradinha para 107- mas não tive esse presente hoje. Virá amanhã.
Até!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

TUDO NOVO DE NOVO

Esqueci de comentar aqui que fui suspensa da atividade que estava adorando na academia - circuito - por causa do problema no joelho. Assim, retornei aos exercícios só que fazendo musculação. Ai! Já estou com vontade de fugir. Aquela repetição é uma tortura, uma chatura, mas estou tentando. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

REDUÇÃO DE ESTÔMAGO

Fui a uma festa e ouvi uma mulher dizer que vai engordar 17 kilos para poder chegar aos 100 e assim conseguir a indicação médica para a realização da cirurgia de redução de estômago.
Tento acreditar que sou uma liberal, uma pessoa que sabe respeitar, mesmo sem entender, as escolhas dos outros. Mas é mentira! Achei completamente patético empenhar esforços para engordar para depois emagrecer. Ao considerar a perspectiva da minha recente conhecida julguei-a uma imbecil e a mim mesma uma conservadora.
Ah! Depois da tal da festa, fiz uns babados, comentei a escolha da moça com outras pessoas e descobri, cheia de espanto, que muita gente fez ou está fazendo a mesma coisa: engorda para atingir o peso necessário para tornar-se um indicado a cirurgia.
Quanto sofrimento o excesso de peso pode imputar a uma pessoa. Por um acaso, gordura é motivo para se perder a razão? Ou comer excessivamente já seria a própria demonstração dessa perda?
Continuo acreditando que pensar e conhecer na intimidade os sentimentos é o melhor remédio para as mazelas da alma.
Por um acaso um drogado pensaria em se viciar mais para chegar ao ponto de poder fazer uma cirurgia cerebral? Um compulsivo por consumo, por jogo, por sexo, por furto ou por qualquer outra coisa chega ao ponto de desejar mais e mais o vício para poder chegar a uma internação ou outro tratamento de choque?
Ou seria exclusividade dos obesos essa mágica do pensamento?
Ou sou eu uma pessoa incapaz de entender os motivos dos outros?
Acho a cirurgia uma excelente opção para quem já tem a indicação e é capaz de assumir a mudança radical de vida após o procedimento. Tenho amigas que se submeteram ao procedimento e estão muito bem. O que não consigo entender é empreender esforços para engordar mais para fazer a cirurgia.
Enquanto não entendo a mecânica desse raciocínio pós-contemporâneo (existe isso?) vou me esforçando e conseguindo emagrecer meio kilinho por semana- hoje pesei menos do que na sexta passada. Vou rezando também para ter mais paciência com essa gente que faz escolhas que não consigo entender.
Bom fim de semana!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

RETORNO A ACADEMIA

Fiz nova avaliação com o fisioterapeuta e estou liberada para voltar a malhar. É difícil de acreditar, mas estou com vontade de exercitar. Há 4 meses tinha medo de fugir da academia e hoje estou ansiosa para voltar. É muito bom ser a protagonista dessa mudança. Melhor do que isso é ter certeza de que quando eu estiver passando por alguma dificuldade poderei lembrar dessa conquista e me convencer que com o tempo tudo pode mudar. Já me imagino conversando comigo: "lá em 2011 vivia em mim alguém que detestava academia, mas, resolveu esquecer que detestava e continuou indo todas as semanas, mesmo naquelas em que sentia preguiça. Mesmo depois de faltar a uma ou duas aulas essa pessoa insistia em voltar, até que passados 4 meses ela descobriu que nem detestava tanto assim"...
Esqueci de contar, mas na última segunda-feira voltei a doar sangue. Desde o início dessa jornada tinha como meta fazer isso. É um jeito simples de ter mais um motivo para ser saudável. Entendo mais ou menos assim esse objetivo: cuidando de mim posso cuidar dos outros também.
No livro A ARTE DA FELICIDADE, o Dalai Lama explica que para os Budistas a felicidade é o bem supremo a ser alcançado. Pessoas felizes naturalmente irradiam bons sentimentos para quem está a sua volta e deixam de ser objeto de preocupação ou de desgosto para os seus próximos. A felicidade na tradição Budista não corresponde às imagens que vemos de realização material e social no mundo capitalista. Talvez a gente só consiga ter uma leve idéia do que possa ser esse estado de bem aventurança que eles costumam descrever. Mas essa idéia já serve para entender que buscar a felicidade é um objetivo muito digno e um ato de comunhão. A tristeza e o mal humor podem nos deixar solitários, mas a alegria nos faz solidários.
Seguindo essa lógica, ao me cuidar estou transformando a mim e oferecendo esperanças aos outros.
É muito bom ter você aqui comigo. Obrigada por ser meu companheiro ou companheira nessa caminhada.
Até amanhã!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

QUE VENÇAM OS BONS

Pensei que o ato de postar pudesse ser a mais livre das minhas iniciativas.
NÃO!
Como quase tudo na vida, ele também está submetido a regras. Nesse caso, estou falando de saber priorizar e fazer valer as escolhas feitas. Adoro criar meus posts. É um momento de entrega e ao mesmo tempo de desprendimento dos estímulos rotineiros. Acho que deve ser, para mim, algo equivalente a meditar. Vou escrevendo sem censura, meus medos ficam de lado. No máximo, eu tento melhorar uma palavra daqui, mudar a posição de uma frase dali.
Mas, como sempre digo, tem sempre o mas...
As tarefas e os imprevistos vão se embolando durante o dia e tenho parado pouquíssimas vezes para escrever. Comecei postando todos os dias, passei para quatro, três, dois, um e agora fico dias sem fazê-lo.
Entendi hoje que para fazer valer esse meu gosto tenho que colocá-lo na categoria das atividades que requerem DISCIPLINA.
Assim, cheguei hoje do trabalho e sentei para postar. Ao meu lado, todos os barulhos da casa sinalizando a necessidade de atenção. Tem que ser assim. Para postar tenho que parar e escrever.
Esticando um pouco esse papo, vejo que até para as atividades prazerosas tenho que ser mais disciplina. Passo tempos sem ir ao teatro ou sem visitar uma pessoa querida, por exemplo. Queixo-me por não fazer, mas estou sempre encaixando no meu dia as tarefas novas que vão surgindo. Que tempo então poderia sobrar para me dedicar a essas delicadezas do espírito? Só a mão mediadora da disciplina poderia acrescentar sabedoria a essa discussão. É preciso fazer a escolha e ser fiel a ela.
Então, que vençam os bons hábitos, os filhos da disciplina. Respeitarei minha escolha de escrever e terei meu tempo para isso. Esse assunto me leva a outro: amanhã retorno para avaliação na academia e espero voltar firme e forte ao movimento.
Até amanhã!

domingo, 5 de junho de 2011

VIVA A SEGUNDA

A bagagem excedente das férias já ficou para trás ou, traduzindo, os dois quilos adquiridos em Porto de Galinhas já foram eliminados. Amanhã, semana nova e proposta renovada de eliminar mais um pouco.
Segunda-feira é a salvação do calendário. Há sempre uma esperança de realização a partir dela.
Estou parada há uma semana, sem ir à academia. Meus dois joelhos estão doloridos e estou fazendo tratamento. Um já era o bastante para perturbar a minha paz, mas dois...
Joelhos em perfeito estado de funcionamento significa mobilidade, que por sua vez significa liberdade de ir e vir. É nesse desdobramento de idéias que encontro o motivo de ficar tão perturbada quando penso na possibilidade de fazer cirurgia neles. Então, para evitar, dá-lhes muito gelo, mesmo com o frio que está apertando por aqui.
Tenho uma amiga muito querida que parece ter nascido com a graça de ver tudo com leveza. Os problemas vão atormentando a vida dela e ela mantém uma expressão suave, dizendo sempre: "tá tudo bem, agora só falta resolver isso".
Estou tentando ficar parecida com minha amiga, mas confesso que tenho a tendência de ver as situações com mais gravidade ou intensidade. Digamos que costumo ser mais dramática. Preciso da ajuda do tempo e da respiração para pensar com mais calma e criar um  jeito de ver as coisas.
A vida é mesmo brincalhona, para não dizer desafiadora. Consigo ficar na academia por 4 meses. Dessa vez eu não fugi depois das primeiras aulas, mas meus joelhos não conseguiram se manter firmes como o meu propósito. Minha amiga diria assim: "são só uns dias, isso vai passar rapidinho". Então, o melhor a fazer é tomar emprestadas as palavras dela.
Eu nunca lembrei dos meus joelhos enquanto estava engordando. Experimentava todas as delícias e comia fazendo farra, agora, depois de tantos anos de desprezo, deveria reclamar que eles não deram conta de suportar o meu peso? Pensando bem, eles foram excelentes companheiros. Me aguentaram até aqui, fizeram o possível, mas precisam de cuidados. Dizem que é assim mesmo que a gente aprende, não é?
Esse é mais um motivo importante para persistir no propósito e na ação. Ter joelhos saudáveis é um motivo e tanto para emagrecer. Pensando bem, qual delícia do mundo das comidas pode ser tão atraente se comparada a viver sem dores?
Até amanhã!