segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

labirintite

A cabeça está rodando... Percorrer um corredor está sendo um desafio! Depois da comemoração da aprovação de Julia no vestibular fui atacada por uma labirintite. Estou repousando. Em breve volto porque não consigo ficar olhando para baixo para escrever...
Até amanhã

Festa

Vou vestir roupa nova, passar perfume e festejar. De coração agradecido vou curtir cada minuto dessa alegria. Minha filha passou no vestibular, bem classificada, numa escola e curso que darão a ela uma vida digna.
Foi um trabalho de 18 anos. A idade adulta e a universidade são, de certa maneira, certificados de garantia. Ela tornou-se independente, aprendeu a lutar para conquistar, a compartilhar as alegrias da vitória, a fazer para merecer.
No meu dicionário hoje vou criar um novo significado para comemorar.
Até!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A coisa mais divina que há no mundo

"A coisa mais divina que há no mundo
 é viver cada segundo
como nunca mais"

Puxei do fundo do baú um cd de Vinícius de Morais e adorei. Vi muito mais filosofia nas letras do que poderia ter percebido quando ganhei o disco.
Adorei o trecho que copiei acima, mas, peço licença para mudar um pouquinho...

A coisa mais difícil que há no mundo
é viver cada segundo
como nunca mais

Tentei hoje viver um dia de férias. Como não está sendo possível viajar, fiquei em casa como se estivesse de férias. Então, estiquei a rede, vesti biquine, escolhi cds especiais para montar o meu cenário. Fui logo percebendo um descompasso. Eu queria estar de férias mas meus pensamentos ziguezaguearam entre o futuro e o passado em um ritmo tipo "velozes e furiosos".
Ora eu estava planejando, cabeça no futuro, nos objetivos para minha vida, meu compromisso com o emagrecimento, as questões familiares, o desenvolvimento da empresa, os armários que quero colocar no banheiro, a melhor cor para a área externa da casa até o trivial: o que vou fazer no almoço hoje?
Delicadamente tomei minha mão diversas vezes e me trouxe para o presente. Senti o movimento da rede, a temperatura... Mas meu pensamento é menino levado, daqueles que que precisam de atenção permanente. Em um triscar de olhos fugia para o passado: por que fiz aquilo daquele jeito, se tivesse arrumado assim, talvez isso estivesse assado... Em 2005, para qual praia fomos no verão? Onde foi que comprei aqueles óculos que gostava tanto? Que pena que não voltei a encontrar os amigos das férias de 2007... Informações completamente irrelevantes para o meu presente.
Posso assegurar que nas minhas 12 horas aproveitei para viajar. Destino? Futuro ou passado, idas e vindas frenéticas. Impressões dessa viajem? Mais cansaço e mais desejo de ter a oportunidade de uma pausa no tempo.
Em uma postagem anterior, já havia comentado que às vezes minha mente parece uma ferramenta que usa o dono.
http://silviaesilvia.blogspot.com/2010/10/cauda-abanando-o-cachorro.html

Acabo de aumentar o tamanho das letras das palavras divina e difícil lá no início desse post. Existiria alguma relação entre esses dois adjetivos? Para ser divino precisa ser difícil?
Li certa vez que ILUMINAÇÃO transmite a idéia de uma conquista sobre-humana - e isso agrada muito ao ego, talvez, por isso, existam tantos "gurus". Mas, ILUMINAÇÃO seria a humilde habilidade de estar aconchegado ao momento presente.
Acho que precisarei de mais férias ou ser muito fiel à escrita para alcançar essa tal aconchego.
Até amanhã


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FÉRIAS

Apareceu, de repente, por aqui um vaziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiio danado. O fim de ano passou, as festas acabaram e as férias? Aquelas tão esperadas? Vão ficar para depois. Mas, meu corpo não está se conformando com esse adiamento e faz os seus protestos. Estou sentindo sono o dia inteiro e uma lerdeza para pensar, decidir, falar e escrever.
Há muitos planos para o ano que está começando, mas parece que sem descanso nada mudou. Falta uma pausa para acomodar as idéias e juntar forças para a ação. Isso atende pelo nome de FÉRIAS.
Até amanhã

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CARTAS PARA JULIETA

Que história linda! Mas, ficou aprisionada no jeito holywoodiano de fazer filmes. Excesso de produção, cabelos arrumados demais, bocas da moda, textos recitados, bom mocismo e estereotipia. Ai que pena!
A fotografia é linda, passeios pelo norte da Itália, vinhedos maravilhosos, paisagem deslumbrante.
Ainda assim, vale à pena assistir. Peguei carona na história e vou planejar a viagem dos meus sonhos. Espanha e França que me aguardem!
O filme começa com as mulheres visitando a casa de Julieta, em Verona, deixando cartas coladas ao muro para pedir conselhos sentimentais. As cartas são respondidas por uma equipe à serviço da prefeitura local. Uma das respostas é capaz de transformar o destino amoroso dos personagens. Não conto mais... Apesar do meu azedume com o empacotamento da história, tente assistir.
Sempre fui fã das cartas. Cuidei de amizades e namoros com muitas canetas bic, bloco pautado e os meus mais puros sentimentos transitavam pelos correios livres. Sabia a hora certa que o João carteiro iria passar e esperava ansiosamente as respostas.
Ao conhecer novas pessoas, a troca de endereço para a correspondência era o sinal do interesse mútuo de continuar "encontrando". O sinal valia para namoro ou amizade. Escrevia com vontade, caprichava na letra e tinha uma regrinha implícita: quanto maior a carta, mais sentimento dedicado ao outro. Então, amava receber as cartas bem grandes!
As redes sociais permitem, de certa forma, reviver esse bom sentimento. Sempre abro o blog, o orkut ou facebook com uma expectativa boa de encontrar algum recadinho novo. Mas sinto saudade da carta. Sentia-me mais à vontade com o tempo. Se tivesse assunto, era só ir enchendo mais folhas do bloco pautado. Com certeza, o destinatário entenderia a homenagem e poderia ler e reler. Penso que isso pode ser entendido como liberdade de expressão.
Atualmente devo ser breve em tudo. Mas gosto de falar muito. Explicar tudo direitinho e depois contar os detalhes rsrsrsrsrs. Então, estou aos poucos perdendo os meus espaços e mudando o meu jeito de comunicar. Às vezes, estou com saudades de uma amiga, mas, penso duas vezes antes de ligar porque sei que tem a vida corrida e o telefone a ocuparia mais ainda. Só ligo se a saudade estiver supitando!
Estou saudosista! Redigir um email não chega aos pés da emoção de mandar uma carta. Não estou falando aqui de praticidade, mas da incrível experiência de dar asas aos sentimentos.
Desejo esse mundo em que sentir, pensar e expressar estejam próximos. Não sei se estou sendo justa, mas acho que não estamos usando com sabedoria o tempo que economizamos ao fazer tudo com mais pressa.
Até amanhã!

domingo, 16 de janeiro de 2011

A lamentação é predadora da iniciativa

Estou de volta. A última semana foi de muito trabalho e dedicação à família. Terminei os dias exausta e sem energia para as postagens.
Além de tudo, como a maioria dos brasileiros, fiquei muito comovida com a situação das pessoas do Rio. Ao ver aquela tragédia toda, senti um vazio profundo e não havia idéia ou sentimento que me desse o estímulo para escrever. Diante das imagens tão fortes, não sabia o que dizer em um post, tudo me pareceu sem sentido e pequeno...
Hoje, ao ver as pessoas tentando retornar às suas atividades, vi que também era  a minha hora. Recuperei o ânimo. É necessário o trabalho e a dedicação para reconstruir as cidades e o bem estar. A lamentação e o desânimo são predadores da iniciativa.
Acho que todos viram a imagem da senhora que estava no telhado da sua casa quando a enxurrada quase a levou. Os vizinhos lançaram-lhe uma corda, ela se amarrou, pulou na água e foi salva. Tirando o lado trágico da situação, foi marcante ver a luta para o salvamento. Os dois lados: os socorristas e a socorrida tiveram um entendimento impressionante do valor da vida. Quem assistiu, ganhou a oportunidade de sentir a fragilidade humana e, ao mesmo tempo, o poder da solidariedade.
De onde veio tanta força para puxar aquela mulher? De onde brotou aquela coragem toda para se atirar naquele mundo de água lamacenta? Nesses momentos, não há entendimento ou razão que dê conta de explicar. Eu me curvo, mergulho no mistério e sinto a força Divina se manifestando.
Não creio que Deus só se manifeste nesses momentos exageradamente penosos. O cotidiano é repleto de milagres, mas muitas vezes eles passam despercebidos. Acho que todos nós temos um certo gosto para o drama, assim, nas situações de caos distinguimos mais claramente a proteção Divina.
Adotei a imagem desse salvamento como uma metáfora. Desde aquele dia me perguntei várias vezes se estou agarrando com a força necessária as cordas, ou oportunidades, que a vida me lança.
Então, estou de volta. Esse blog é uma oportunidade de resgate. Seguirei firme até o fim, agarrada à minha corda e puxada pelo carinho de tanta gente bacana que aqui conheci.
Até amanhã!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O texto perdido é um tempo perdido?

Precisei de muita transpiração para transformar em um post agradável as aventuras da minha última viagem.
Estive em São Paulo a trabalho entre domingo e terça, aproveitei para divertir um pouco. Ontem, contei com entusiasmo o que vi e o que senti nas ruas de Sampa. Quando cliquei para publicar a postagem o texto desapareceu misteriosamente. Em um segundo a dedicação de duas horas sumiu... Fiquei super frustrada, pois havia conseguido juntar as impressões colhidas na breve viagem com idéias que já venho construindo aqui no blog.
Recomeço e agradeço a quem me mandou recadinho sentindo falta dos posts de domingo e segunda. Esse é um estímulo bacana para continuar.
Estou meio sem graça, sem saber por onde começar. Não sei se volto ao assunto do post perdido de ontem ou se vou adiante. Me ocorreu perguntar se  escrevo para mim ou para quem lê. Seria fácil responder que o faço para os dois. Mas essa resposta rápida não atende a minha necessidade de entender como as coisas se processam.
Antes do blog eu já tinha um caderno comprado para ser o meu diário. Mas, ele costumava ficar esquecido meses a fio. Depois eu retornava, escrevia por um período e depois parava novamente. Isso aconteceu durante cinco anos.
Quando comecei a postar meus textos no blog tornei-me mais cuidadosa, aí sim, passei a fazer um diário. Isso significa que o olhar do outro pode me mobilizar mais do que o meu próprio olhar? Sendo assim, o texto de ontem, que me exigiu tanta concentração e empenho, ao desaparecer transformou o meu tempo em perdido?
 

domingo, 9 de janeiro de 2011

9 DE JANEIRO DE 2011

Olá,
Hoje estou viajando, por isso só passei aqui para dar um oi e não perder o pique de postagem.
Fui ver com Fernando a peça "Mulheres Alteradas", com um ótimo elenco. Assim que chegar de viagem conto tudo para vocês!
Silvia

sábado, 8 de janeiro de 2011

DIZEM QUE NÃO EXISTE ACASO

Dizem por aí que não existe acaso. Recuso essa idéia. Acho que quem une as pontas das experiências é cada um de nós. Não acredito que exista algum ser superior criando ligações entre os fatos para nos mostrar que "não existem coincidências" estimulando assim o nosso desenvolvimento.
Quando acredito que uma coisa que me aconteceu está associada a uma outra, essa costura é minha. Escolho como e porque juntá-las. Desdobrando um pouco mais o assunto, sou contra a idéia que sofrimento trás crescimento ou que chorar faz bem.
Gosto mais da idéia de Quincas Berro D'água: "Tristeza não paga dívida". Assisti o filme essa semana e me diverti muito. Veja, só se você estiver disposto a ouvir uma fileira de palavões, se curtir boemia e se gostar da Bahia sem ser a do axé music.
Vou começar a fazer a minha costura...
Hoje, me senti profundamente irritada. Um arco-íris de sensações apareceu no meu céu depois da primeira raiva. Tive vontade de brigar, chingar e dizer "verdades" a quem provocou o meu mal estar. Por fim chorei. Pela primeira vez na vida chorei de raiva.
Não cresci nada com esse sofrimento...Comecei a evoluir quando abri mão dele. Passada a tempestade emocional, a luz surgiu. Deixei nas mãos da pessoa que foi desleal comigo a sua própria deslealdade. Entendi que o "presente" que ela pode oferecer ao mundo é esse. Eu gostaria de oferecer outros, diferentes da raiva ou irritação.
Trocando em miúdos, decidi que uma pessoa desleal não seria merecedora do meu tempo, sempre raro e precioso. Minha atenção e afeto é o meu presente para as de bem. 
Entendo que evolui quando deixei de lado a agitação causada pelas emoções negativas. Desse ponto em diante tentei uma forma nova de lidar com os problemas antigos. No meu glossário isso é uma tentativa de crescimento.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Duas palavras novas

Meu glossário está crescendo. Terminei o ano sentindo-me orgulhosamente INTENSA. Tudo que faço tem um "que" de exagero e paixão. As simplicidades do dia a dia podem se transformar facilmente em experiências sensacionais.
Ocorre que re-comecei a ler O VALOR DO AMANHÃ, de Eduardo Gianeti. Esse livro inspirou uma série no programa Fantástico em 2009, muito interessante.
Na introdução encontrei uma palavra nova e comecei a namorá-la: MODERAÇÃO. Estou brincando com o som e descobrindo os sentidos dela. Coloco-a lado a lado com o meu adjetivo INTENSA.
Uma pergunta nova: Devo tentar uma mistura entre elas? Seria possível?
Hoje comecei a fazer Pilates. Minha professora e amiga querida, a Flavia, foi me recebendo assim:
"Suas palavras têm que ser: DISCIPLINA e PERSISTÊNCIA
Arrepiei, mas tentarei. Por enquanto entendo disciplina como "algo que não tenho". Persistência é um drama para mim que, muito cedo, aprendi a gostar de novidades, de conhecer, de experimentar.
Acabo de ter uma idéia interessante. Tratarei DISCIPLINA e PERSISTÊNCIA como países a serem explorados. Novidades a serem tocadas por todos os meus sentidos. Quem sabe assim ficarei estimulada a tentar?
Descobri com dor no coração um significado novo para IMPULSIVIDADE - custa muito caro. Ela também está no meu glossário e quero dispensá-la. Alguém me ajuda?
Até amanhã!

Está na moda ser fora de moda

Essa é a notícia dos meus sonhos!
Nunca podia imaginar que haveria moda até para as redes sociais. Mal acabei de me virar no orkut e meus amigos já estão no twiter, facebook, formspring e eu manquitolando atrás para não ficar fora da onda virtual.
Todo mundo já se acostumou com a moda para se vestir, mas a moda para todas as situações da vida está me estimulando a ser uma pessoa fora de moda.
Quando olho para a decoração da minha casa e comparo com as revistas, vejo que quase tudo está fora de moda. Mas, gosto tanto desses móveis que contam a história de cada conquista da minha família, que prefiro abrir mão de ser moderninha e viver em paz com o que já é de casa.
Ouvi um grupo conversando outro dia e pesquei que tem gente que viaja para o roteiro turístico da hora e não para o lugar que gosta.
Tem moda para comida - acho que o salmão é a bola da vez- ou já passou? Imagine comer aquilo que pessoas influentes comem e não aquilo que é saboroso?
Tem moda para absolutamente tudo!
Estar na moda deve ter suas vantagens. Estar fora também tem. Tudo é questão de escolha. Acho que sossego, alegria, quietude são valores forade moda nesse mundo tão veloz. Se a moda é correr e não ter tempo, qual o sentido de ter tantas coisas a se dedicar?
Amanhã, eu e o Fernando completaremos 22 anos de casamento. É tipicamente um casamento fora da moda. Nós gostamos de conversar, de ficar juntos, ouvir músicas e assistir os mesmos filmes. Quando temos uma informação nova ou um insight, corremos para contar tudo um para o outro. Brigamos e perdoamos. Depois, olhamos juntos para trás e rimos do quanto fomos ridículos ao brigar. Tomamos café com pipoca, gostamos da Praça da Liberdade, assistimos tv de mãos dadas. Debochamos, rimos, olhamos para nossos erros e culpas. Depois, olhamos para a frente e traçamos roteiros a seguir. Diante disso eu me rendo e confesso: adoro ser fora de moda.
Prefiro a intensidade do afeto, as dores das verdades, os riscos do amor. Se estou fora dos padrões de comportamento social, não sinto muito.
Até amanhã!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

RETRATOS DA VIDA

Meu filme inaugural em 2011 foi RETRATOS DA VIDA. É a quinta vez que o assisto e a beleza desse clássico se tornou ainda maior para mim. Lembro que ele inaugurou também a minha vida adulta. Fui vê-lo no cine Roxy (quem se lembra?), em Belo Horizonte, em 1985.  Tinha acabado de me mudar para a capital, como ainda não tinha feito amizades, o cinema tornou-se o programa mais frequente. Depois que vi RETRATOS DA VIDA, a sétima arte virou paixão.
O filme conta as histórias de famílias na Rússia, Alemanha, França e Estados Unidos cujos destinos são duramente marcados com a perda de entes queridos, a separação dos filhos, a prisão nos campos de concentração, durante a Segunda Guerra.
A vida de cada personagem é afetada pelo horror.  As histórias de amor são desfeitas e as famílias despedaçadas pela convocação dos homens para as batalhas ou pelo exílio.
A Guerra chega ao fim, mas as pessoas permanecem com suas perdas, suas esperanças bombardeadas, sua alma cheia de dor. A arte é o meio dessas pessoas retornarem à sua história. Cantando, dançando, regendo ou tocando um instrumento, cada um tenta resgatar algum poder sobre seu destino. A trilha sonora é maravilhosa e as coreografias também.
Eis que chegam os anos 60 e os filhos nascidos durante o conflito entram na trama, já crescidos. Os caminhos desses adultos vão se entrecruzando. O amor e fidelidade à música e dança passam de pai para filho e vão desenhando os encontros entre os personagens da primeira, da segunda e da terceira geração.
Os adultos e os nascidos nos anos 80, são ainda herdeiros das marcas do grande conflito. Estavam sob o jugo da guerra fria e da divisão do mundo entre comunismo-capitalismo. Continuam amando e fazendo arte na vida, agora para superar os dilemas da modernidade: individualismo, consumismo, drogas, niilismo.
O culto ao belo se sobrepõem e dá unidade ao filme. No fim, o diretor nos presenteia com uma coreografia divina, criada para o Bolero de Ravel e a gente então explode de emoção.
É filme pra gente chorar baixinho de tristeza de ver que os conflitos entre as nações é uma extensão das intolerâncias entre pessoas. Depois de tanto horror, é incompreensível a presença ou a iminência de guerras. Mas também, é filme para nos fazer chorar baixinho de encantamento e arrebatamento. A música tão linda afaga a alma e faz lembrar que a esperança é sempre possível. Podemos ter nossa redenção.
É muito bacana ver um filme muitas vezes, mas em épocas tão diferentes da vida. Retratos da Vida esteve na minha vida aos 18, aos 20, aos 30 e agora me deixou ver como mudei.
Quantos detalhes meus olhos não captaram quando o assisti pela primeira vez...
Quantos encantos passaram despercebidos...
Quantos entendimentos  não alcancei...
Depois de viver mais, pude fruir mais. É sinal que o tempo nos dá de presente o poder de tirar a tampa da alma para ver e cheirar o caldo saboroso, por vezes apimentado, das emoções. Acho que nos dá um pouquinho mais de entendimento também.
Tive um choro permanente e bem quieto durante o filme. Os sentimentos dos personagens entraram no meu coração sem encontrar resistências. Me senti tão perto e tão igual a gente do mundo todo. Essa irmandade me trouxe a compreensão que somos todos ligados nas dores e nas boas expectativas. Esse deve ser o sentimento que inspirou o nome do feriado: DIA DA CONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL.
Desejo confraternização a todos!

A MINHA  ESCOLHA

A certa altura do filme, um repórter pergunta a um maestro que serviu ao exército se ele considerava as gerações dos anos 80 mais infelizes do que aquelas que viveram durante a Guerra. Ele respondeu prontamente que sim, argumentando que quem conheceu o horror da guerra entendia que tudo que não era a guerra, era bom.
Escolho para a minha vida essa mensagem de contentamento. Quero olhar para quem sou e para o que tenho com alegria e gratidão.
Não há bem que possa trazer mais alegria do que o bem estar.
Amanhã começo a fazer Pilates. Meu jeito de buscar o que é essencial.
Até amanhã!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Recesso.
Pausa para divertir.
Espero que todos tenham aproveitado esse fim de semana que coincidiu com o início do ano.
Até amanhã!