quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O MAIOR PRESENTE

Depois de um mês sem postar, sinto-me tímida para recomeçar. Adianto que continuo firme na luta, emagrecendo (bem devagar...), indo à academia e completamente livre das dores nos joelhos, na coluna e nos ombros. Isso já seria motivo mais do que suficiente para comemorar, não é?
Mas, ganhei mais, bem mais e é uma alegria compartilhar o meu presente.
Há 11 meses estou me dedicando a um objetivo. É a primeira vez que persisto esse tempo com tanta verdade e amor a uma causa. Também é motivo para comemorar, concorda? Mas tem ainda um ganho mais importante.
Mesmo sem postar, permaneci fiel ao propósito de emagrecer, tentando mudar meus hábitos. Acredito que para eliminar o excesso de quilos, preciso eliminar excesso de pensamentos, de pressa, de desejo por consumo e de exigência comigo. Pode parecer que estou estabelecendo muitos objetivos ao mesmo tempo. Porém, estou emagrecendo em caráter definitivo e para chegar ao peso desejado e manter-me lá, preciso construir novos valores. Isso requer tempo e precisa ser feito ao longo do processo.
Quando me propus a escrever todos os dias, repeti o conceito de obrigação. Com o passar do tempo, entendi e aceitei o hábito de postar como um prazer, uma comunhão. Hoje retorno com alegria a esse encontro.
Estive vagando por vários anos, contemplando muitas possibilidades e sem coragem de escolher um caminho de auto realização. Tenho certeza dos meus méritos como mãe, esposa, trabalhadora, cidadã, enfim, sinto-me realizada por essas qualidades. Mas, faltava-me paz e silêncio. Uma matraquice interna me consumiu por muitos anos e os verbos comer, pensar, planejar, mudar, comprar, brigar (entre outros) foram se conjugando de maneira aleatória. Sentia pouca ou nenhuma capacidade de ser a primeira pessoa do singular nessa conjugação. Em muitas ocasiões, senti-me incapaz de ter as rédeas dessas ações tão elementares. A consequência nefasta disso foi a perda da confiança em mim.
Ao repetir uma atitude sabidamente prejudicial - comer mais do que o necessário- eu repetia para mim um voto de desconfiança e desapreço. Ora, se não sei controlar-me diante de um prato, como poderia ser capaz de agir adequadamente em situações mais complexas? Essa auto-desconfiança se expandiu e tomou outros espaços da minha vida, para muito além do próprio ato de comer ou de engordar. Desse jeito, a obesidade corroeu meus bons sentimentos e consideração por mim.

Página virada!
Estou aqui. Tenho a clareza desses fatos. Tenho a coragem de encará-los. Tenho o desejo de persistir.
Isso me dá a certeza que sou a minha melhor companhia, uma pessoa em quem posso confiar. Esse é o maior e o melhor presente que posso ganhar dessa experiência de emagrecer compartilhando nesse blog meus sentimentos.
Esse é o melhor presente que posso oferecer ao mundo e, em especial, a você que me lê há alguns meses. É certo que é possível pensar diferente, mudar o rumo da história, desfazer os grandes incômodos da vida. Está certo que é preciso calma, mas calma também é um excelente presente a se ganhar nessa estrada.
Até!

Nenhum comentário:

Postar um comentário