sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O BALANÇO E A BALANÇA

Meu balanço
Vou me despedindo de 2010 sem saudades, sem grandes aventuras ou realizações para relembrar. Não tive aquelas conquistas tipo viagem dos sonhos, casa nova, trabalho novo, essas coisas que empenhamos muita expectativa. No dicionário pessoal o sinônimo de 2010 talvez seja DISCRETO. Porém, meu coração está cheio da certeza foi um ano muito positivo. No silêncio, bem quietinha, fui dando vida a esse blog e ele me retribuiu precocemente. Recebi muito carinho e apoio do Fernando, das minhas filhas e em especial da minha querida Tia Jane (ela é minha irmã-mãe, para quem não sabe).
Conquistei amigas verdadeiras, aquelas com quem podemos dividir os segredos, minha prima Nathália merece destaque. Tem sido uma grande incentivadora e fora do blog temos os nossos bate papos mais íntimos.
Reencontrei minha prima Simone, minha melhor amiga de infância, que está tão longe, estudando, e há mais de 20 anos não nos vemos pessoalmente. Como diz aquela propaganda do cartão de crédito "isso não tem preço". No dia que achei seu primeiro comentário reli muitas vezes para repetir a amoção desse encontro.
Retomei o contato pessoal com diversas amigas na medida em que ia divulgando, elas lendo e assim fomos marcando nossos encontros, telefonamos mais vezes.
Recebi com tanta alegria os comentários! Cada um foi motivo para ir adiante, vencer o sono e dar asas às minhas idéias. Postar foi uma chance preciosa de espalhar meu carinho para pessoas que eu não sabia antes como alcançar.
O maior ganho, com certeza, foi o encontro comigo.  Algumas vezes mergulhei, noutras voei ou caminhei com pés firmes as trilhas do cotidiano. Me olhei nos olhos com uma atenção de uma mãe que cuida bem de sua filha. Vi sentimentos e pensamentos bonitos, feios, bons, maus, mas reconheço nesse conjunto uma vontande de ser uma pessoa bacana, de bem com a vida, com as outras pessoas e pronta para servir.
Há muitos anos escutei um dito popular: "quem não vive para servir, não serve para viver". Achava muito pesado! Recusava. Aqui no blog reencontrei o poema da Gabriela Mistral "Toda natureza é um serviço..."
Dê uma olhadinha no post:
Então, a noção de servir ficou positiva, ficou muito mais bacana do que usufruir.
Concluo dizendo que a rede de informação foi uma boa ferramenta para ampliação da minha vida afetiva e evolução pessoal. Não se restringiu ao uso para consumo, trabalho ou diversão. Achei o meu lugar nela e assim pretendo prosseguir.

QUANTO À BALANÇA...

Ficou para 2011 o trabalho para emagrecer. Estou certa que a reflexão desnudou os maus hábitos e o valores que associei ao ato de comer. Mas emagrecer pressupõe ação, movimento e escolha. Nesse sentido estou pronta para o início da empreitada.
Acreditava, quando comecei a postar, que a calma proporcionada por esse momento seria suficiente para me fazer renunciar ao excesso de comida. Via com essa simplicidade: sem ansiedade, darei menos mordidas ou garfadas. Não funcionou para mim. Então, continuo escrevendo mas vou para uma academia e terei acompanhamento semanal para fazer dieta e atividade física.
Até mais.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CARTA DE AMOR

DELICADEZA é uma das palavras que mais aprecio.
GENEROSIDADE é uma meta de vida.
SIMPLICIDADE é a que recoloquei no meu dicionário em 2010 e senti o seu valor.
FELICIDADE foi a minha recompensa.
PROSPERIDADE eu só uso no fim do ano.
FÉ sou eu.
TENACIDADE desejo para minhas filhas.
AMOROSIDADE é o meu mantra e o do Fernando também. Rima com FIDELIDADE.
PACIÊNCIA E TOLERÂNCIA  são objetivos a conquistar.
BLOGAR é um prazer.
DIALOGAR um aprendizado.
DORMIR  a grande necessidade.
SUCESSO  ganhou novos significados.
DINHEIRO faz bem também.
ANO NOVO  não é vida nova.
ATÉ AMANHÃ!



SUGIRO QUE FAÇA O SEU GLOSSÁRIO TAMBÉM. FOI DIVERTIDO O PRODUTIVO. ENCONTREI AS PALAVRAS QUE ECOAM NO MEU CORAÇÃO. É UM BELO EXERCÍCIO DE AUTO CONHECIMENTO.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pulei a porteira no Natal

O que não falta hoje é assunto para o post. Fiz uma rápida viagem, fiquei desconectada, diverti muito e abracei minha sogra, irmãs, cunhados e sobrinhos. Matei saudade e comi... comi... como só os Boronis Martins em dia de festa.
A primeira aventura da viagem foi tensa. O trecho da rodovia entre Belo Horizonte e João Monlevade é muito perigoso e fiquei assustada como as pessoas no papel de motorista tornam-se muito mais agressivas. Em 100 km de estrada presenciei, com assombro, acidentes e diversas situações de risco. As condições da estrada são ruins, mas o comportamento dos motoristas é pior.
Imaginei uma manhã tranquila, harmoniosa e presenciei uma guerra. Os carros pareciam armaduras e os condutores mostravam uma indiferença completa com a sua vida e a de quem encontravam. Estou indagando porque um carro pode dar tanta sensação de poder a uma pessoa.
Os outros episódio foram engraçados e cheios de aventura. Fui para a roça. Roça com chuva não é uma combinação das mais... elegantes. É preciso força moral para enfrentar o barro. Nesse cenário escorregadio precisei pular uma porteira para conseguir chegar à casa, de noite e com as bagagens nas costas. Isso rendeu risos e a sugestão do título do post de hoje.
Depois de horas seguidas de chuva, não tinha estrada para vir embora. Na primeira tentativa de enfrentar o desafio o carro afundou no barro e só ficou a alternativa de marchar a pé, descalça e escorregando. Cada passo poderia render diversão para os outros se terminasse em tombo.
No fim da história tudo deu certo, relembrei minha infância e minhas filhas viram como eram as coisas e como ainda vivem muitas pessoas no interior.
Da simplicidade dos acontecimentos ficou uma boa conclusão. Uma porteira trancada não é o fim da caminhada, afinal, ela pode ser escalada.
Até amanhã!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é Natal...
Mais do que esperar ganhar novos presentes, hoje senti vontade de agradecer pelos que já possuo. Pensando bem, todos os dias recebo a delicadeza de pequenos milagres. A saúde, o carinho, o trabalho, o lar, o bem querer, os desafios vencidos. São muitos motivos para dizer obrigada com o coração cheio de emõção.
Todos os dias surgem novos desafios. Eles também são presentes. São um chamado para a evolução, oportunidade de novas descobertas. Por eles também sinto gratidão.
Nesse Natal agradeço especialmente a cada um que passou por aqui e dedicou seu precioso tempo à leitura dos meus posts. Cada uma das visualizações significou um estímulo para eu persistir no meu objetivo e para tentar fazer melhor. Obrigada.
Se pudesse retribuir, gostaria de compartilhar a paz desse momento. Imagino um papai Noel passando sobre a casa de cada um dos meus amigos do blog, em tantos países diferentes, deixando um sopro de contentamento. Acho que esse é o meu melhor voto de Feliz Natal.
Desejo um lindo Natal a todos. Que tenha ceia, vinho, oração, abraços amigos e presentes. As alegrias da comemoração deixem lembranças para todo o ano. Que elas inspirem bons pensamentos e esperança.
Até amanhã!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Hoje vou participar da primeira festa de Natal da família. Atualmente somos muitos e torna-se difícil reunir todos. O jeito que encontramos de ficar juntos é fazendo pequenas reuniões.
Boa noite e até amanhã!
Vou para festa depois de 13 horas de trabalho seguido. Esse é um dos lados do meu Natal.

Uma imagem que valeu pra toda a vida

Aos seis anos de idade pedi ao Papai Noel que me desse um carrinho de bonecas. Eu o vi na loja, admirei por muitos dias, sonhei e escrevi a cartinha com o pedido. Até então, acreditava que o brinquedo exposto na loja era um mostruário providenciado pelo bom velhinho para que as crianças pudessem fazer suas escolhas. No dia do Natal chegaria em casa o presente verdadeiro, direto da fábrica de Noel e entregue pelas mãos dele.
Passava as noites de Natal na roça. Poderia chamar de sítio esse lugar encantado onde vivi meus primeiros anos e de onde desejei sair tão cedo. Mas esse nome não combina. A inscrição no meu coração é da nossa roça. Hoje vejo o quanto gosto daquele cantinho de mundo e como ele é muito mais presente na minha memória afetiva do que poderia imaginar.
De lá herdei lembranças que inspiram o meu gosto por transformar, minha habilidade para criar e agregar. Tive o privilégio de assistir e encantar com os frutos virando doces. O leite sendo processado para ser queijo, manteiga ou requeijão. Esses viravam um pouco mais de dinheiro para a família. Inclusive para os presentes de Natal que nunca me faltaram. Vi cana virando açucar, café sendo torrado e moído. Depois os dois se juntavam para virar o líquido precioso que saciava os trabalhadores ou animava os bate papos com as visitas. Enfim, a transformação era a ação mais presente no meu ambiente infantil.
Voltando ao Natal do meu carrinho, lembro que a chuva caiu sem parar na véspera e na própria noite. Como de costume, destruiu a estrada que dava acesso à cidade.  Tive muito medo de papai Noel não conseguir chegar...
A família estava toda reunida. Nessa época todos os meus irmãos já eram adultos e moravam em outras cidades. Eu já era uma titia. Meus melhores amigos eram os sobrinhos Ricardo, Ângelo e Lúcio.
A festa corria solta. Música, conversa alta, comida, bebida e... chuva... muita chuva. Meu irmão aumentava minha ansiedade reafirmando que Noel não conseguiria chegar.
Posso ver o aperto do meu coração. O medo do sonho não se realizar. Uma apreensão tão forte que deixou suas marcas.
A festa acabou, todos se deitaram e eu não dormia, pensando se Noel conseguiria vencer as agruras da estrada, ou se desistiria, levando  de volta meu presente.
Não sei como, minha insônia foi percebida pela minha mãe, que estava em outro quarto. No meio da noite, como um anjo, ela me pegou no colo, me levou até a sala e me mostrou meu carrinho, bem ao lado da árvore de Natal. Senti tanto alívio que antes dela completar os dez passos para me colocar de novo na cama eu já tinha dormido. Lembro apenas daquela visão iluminada do meu carrinho, do alto do colo da minha mãe.
Gostaria que minhas filhas pudessem ter uma lembrança tão linda como essa. Quando passo pelos pequenos e grandes apuros da vida eu busco essa imagem. Um anjo me retirando da angústia para me mostrar que o presente está lá.
Esse post é uma homenagem aos meus pais e irmãos. Sinto hoje a mesma alegria e ansiedade da infância. Vou reencontrá-los e isso me deixa muito emocionada. Embora minha mãe e pai já tenham falecido, nas celebrações com os outros familiares reencontrarei toda a força do seu afeto. Eles estarão vivos através da atenção que dedicamos uns aos outros. Eles permanecem entre nós no nosso gosto por estar juntos. Dona Néria e Sr Luizinho se tornaram eternos no nosso jeito de festejar, de conversar e de sentir o problema do outro na própria carne.
Preservar esses valores é dar de presente, principalmente para as novas gerações, o refresco da alegria de conviver, de compartilhar, de superar conflitos, de agradar ao outro para se agradar. No fim da história, acho que isso é amor.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O melhor presente de Natal

Meu marido perguntou-me se ainda fico emocionada com a comemoração do Natal. Sem hesitar respondi que não. Vejo muita correria, compulsão, exagero na comida, bebida e consumo. A brincadeira de amigo oculto se tornou tão tradicional e sem graça... Quase uma obrigação. Acho artificial reservar para uma data específica as manifestações de carinho. Com o tempo fui desgostando dessa celebração, vejo os objetivos comerciais se sobreporem ao espírito de cristandade.
Pode parecer utopia ou até infantilidade, mas tento ter o Natal todos os dias. Se é uma data para manifestação de afeto, alegria e generosidade, espero que isso aconteça o ano todo, mesmo no meio das dificuldades, dos desafios da vida material e dos conflitos.
Mas, pensando bem, vai chegando perto do 25 de dezembro a saudade dos irmãos vai crescendo, só de saber que estou prestes a reencontrá-los. Começo a lembrar de tantos motivos para agradecer a Deus, à família e aos amigos e, sem saber como explicar, surge uma vontade enorme de festejar. Então, é Natal e isso basta para ter alegria.
Parto para as compras, lista de presentinhos nas mãos e a vontade de expressar gratidão pelo ano de convivência e pelas delicadezas recebidas. Ela sempre cresce quando começo a comprar, vou lembrando da vizinha prestativa, da esposa do sobrinho, do cunhado... Quando acordo, minha humilde relação de candidatos à lembrança de Natal triplicou.
Mas esse ano tem gente nova no começo da lista: EU. O melhor e o primeiro presente de Natal de 2010 será para mim. Farei questão de me entregar, com emoção e entonação. Ainda procuro um objeto que possa representar bem, ou pelo menos, um pouquinho bem as conquistas que desejo celebrar nesse fim de ano. Foi um senhor ano. Como aprendi! Foi cheio de lutas, mas elas foram tão mais leves. Abri mão de expectativas, de raivas, de impaciências, de precipitações e por isso acho que não devo abrir mão do meu melhor presente de Natal.
Até amanhã!

Sou solar

Sol, calor, piscina, descanso...
Um dia de verão daqueles que sempre imaginamos quando esperamos tirar férias. Estou por conta da preguiça. Nada de papo sério!
Adoro o verão. "Calor no coração, magia colorida" é a melhor definição da estação.
Seja bem vindo!
Até amanhã

sábado, 18 de dezembro de 2010

Uma bicicleta pode ser um veículo para conhecer o mundo

Assisti  no jornal nacional de hoje uma reportagem sobre o teatro de bonecos que está acontecendo em Brasília. Os espetáculos são muito interessantes. Nas montagens, os objetos têm funções totalmente originais e buscam resgatar a visão infantil das coisas. Quando somos crianças, olhamos para uma bicicleta e enxergamos um veículo para conhecer o mundo. Um baldinho virado transforma-se em um castelo ou um chapéu. A proposta de cada peça é  buscar uma forma de interação bem original entre os personagens e os objetos.
Na minha infância, um cabo de vassoura podia ser uma espada ao um cavalo. Latas vazias de extrato de tomate podiam virar tamancos. O mundo das possibilidades era criado e recriado, um exercício agradável e útil. Um galho de árvore, um andar mais alto de um prédio luxuoso.
Hoje me valho desse exercício criativo para inventar soluções para o dia a dia. Diante de uma situação problema tento pensar em três soluções possíveis, no mínimo. Aliás, esse era um desafio que um antigo chefe, muiiiiiiiiito antipático sempre me propunha. Na época eu odiava, mas hoje eu amo ter feito esse treino.
Um olhar e muitas possibilidades. Essa é a minha filosofia de vida. Por isso gostei tanto do teatro de objetos.
Voltarei um pouquinho no tempo, lá no meu primeiro post, para lembrar que cada obesidade é única, portanto, requer um olhar individualizado. Quando olho para a minha, vejo que aprendi a olhar para a comida e ver um brinquedo muito divertido. Recebo pessoas queridas sempre em torno de uma mesa posta. Comemoro as pequenas e as grandes conquistas brindando ou comendo um prato especial. Vejo que o objeto transformou-se em um símbolo muito mais importante do que deveria ser. Por isso o teatro de objetos chamou tanto a minha atenção.
Até amanhã!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O pensamento me faz bem ao coração

Ando relendo os posts desde o começo. Muitos questionamentos, algumas idéias originais, outras nasceram e não duraram. Tenho sido profunda, verdadeira, e amiga íntima dos meus sentimentos. Aqui eles podem ser e aparecer.
Quando escrevi sobre minha confusão entre liberdade e indisciplina, alcancei um nível de entendimento muito importante. Desde a data dessa postagem estou mais quieta, silenciosa e focada no objetivo de emagrecer. Considero um privilégio essa capacidade de refletir e ficar cara a cara com minhas dores existenciais.
Tem uma música do Zeca Baleiro que diz assim
"Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar
Com a minha dor
...Eu existo porque penso
Penso porque existo"

Essa mesma letra fala "tristeza não é pecado", título de um dos meus posts.
O Toni Garrido canta (não sei quem é o autor):
"O pensamento
É o que me traz o livramento
O que me deixa positivo
E que faz bem ao coração"

É assim que me sinto. Aceito de boa vontade as dores da alma quando tenho a clareza da sua causa. Tomei um susto ao constatar que tenho um conjunto de maus hábitos para corrigir se quiser ter uma qualidade de vida melhor. Meu corpo se cansou e está reclamando os cuidados que venho lhe negando. Acreditando na autonomia, na independência, na liberdade para manejar meu tempo, tornei-me indisciplinada. Sem rotina para alimentar, dormir, descansar, esticar, respirar. A obesidade é só um dos sinais visíveis dessa inabilidade para seguir uma programação.
Estou de astral baixo, um leve mal estar, mas sem estar mal. Acho que é um estado natural de quem tem um grande compromisso pela frente: treinar hábitos novos, respeitar uma rotina, criar uma acordo de paz entre uma mente inquieta, que adora voar, com um corpo que está pedindo para ser bem tratado.
Assisti e li Fernão Capelo Gaivota, aos 12 anos de idade. Chorava ouvindo o LP e abraçada à capa, que tinha uma linda foto de praia. O personagem central tinha um apreço enorme pela liberdade e era totalmente desapegado das necessidades materiais. Ele não entendia como as outras gaivotas do seu bando podiam se ocupar apenas com a subsistência se tinham todo o céu para voar. Essas idéias produziram um eco forte na minha alma de adolescente. A lembrança, retratou com a melhor luz possível o quanto valorizei o lado filosófico ou imaterial da vida: os pensamentos, as idéias e os sentimentos. Descuidei do meu corpo como se ele tivesse menos valor do que minha mente.
A cisão entre corpo e mente nasceu, pelo menos em parte, da minha formação super católica. Fui uma maniqueísta convicta até pouco tempo atrás! O mundo era divididinho em gavetas. Acreditava na completa separação do bem e do mal, do bom e do ruim, do belo e do feio, enfim, do corpo e da mente!
Colocando o assunto em pratos bem limpos, na prática essa teoria toda funciona assim: sou capaz de trabalhar 10 horas seguidas e ainda cuidar da família, ler, blogar, informar, ver filmes, conversar... Porém, acredito que posso deixar para amanhã a caminhada, mas esse dia nunca chega. Todas as noites roubo "um pouquinho só" do tempo do sono. Horário certo para alimentar? Acho que nunca tive! E por aí vai a lista de descuidos, até chegar a dar o bolo na manicure, adiar o corte do cabelo...
Pensar dói! Mas é preferível ao conforto da ignorância.  
Até amanhã! Obrigada a quem chegou até aqui, partilhando minhas angústias. Estou aqui para fazer-lhe companhia quando você também quiser dar vez às suas dores.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mais atenção aos sinais do corpo

Sinto-me muiiiiito cansada. O mês de dezembro é uma prova de resistência. É quando mais trabalho. Tem um lado muito bacana, porque é o momento de colher os frutos do trabalho realizado durante todo o ano.Por outro lado, é preciso muita resistência física. As lojas funcionam 12 horas por dia, 7 dias por semana.
O post de hoje será breve. Estou dominada pela necessidade de repousar e, mais atenta aos sinais do meu corpo, vou pra cama mais cedo. Passei para deixar boa noite a todos e colocar uma foto nova. A imagem ao ar livre, cabelos sem produção, é mais a minha cara. A foto feita em dia de festa estava me causando muito incômodo. Aquela sou eu só em dias muito especiais.
Até amanhã!

Encomendei um bolo para comemorar

Hoje o blog faz 3 meses! Encomendei um bolo virtual para comemorar com vocês!
Imaginei um bolo simples, branquinho, com 3 velinhas, simbolizando a infância do blog, o início da caminhada. Fui ao google e não encontrei. Todos os bolos eram incrivelmente decorados e majestosos, verdadeiras obras de arte! Fiquei curiosa e fui clicando em mais, mais, mais. Vi bolos de todas as cores, formas, temas e personagens. Tinha até um decorado com bonequinhos fazendo sacanagem, em posições tão criativas que poderiam inspirar até diretor de filme pornô. Nunca imaginei a existência um bolo assim. Para qual comemoração ele é destinado? Não sei. Acho que estou ficando antiquada.
Já que não encontrei o bolo simples, branquinho, humilde, feito para simbolizar o afeto, resolvi fazer perguntas.
O simples perdeu o seu lugar?
Precisamos de espetáculos visuais em todas as circunstâncias?
O que simbolizam esses bolos tão arrojados?
Acho lindo o trabalho dos artistas que dão o melhor de si para fazer obras tão perfeitas. O meu estranhamento aconteceu por não encontrar o simples convivendo com o majestoso.
As imagens são lindas, porém, me senti no reino do exagero. Vi o excesso de detalhes e me cansei. Não encontrei nada para repousar o olhar e me sentir em casa. Senti saudades dos bolos da minha infância. Nos sábados, de longe se sentia o cheiro delicioso do bolo rústico, batido à mão, feito com ingredientes puros. Ele sinalizava que era um dia diferente, teríamos o ritual, era necessário reunir para partir. Isso era compartilhar.
Os bolos dos meus aniversários eram branquinhos. Queria muito um redondo, mas não tive. Porém, vivi toda a emoção de ver um bolo sendo preparado e depois enfeitado com o que se tinha à mão, flores, frutas, pastilhas coloridas, para celebrar a minha vida. Eram bolos com pouco enfeite mas repletos de significado.
Teriam os bolos magníficos o mesmo recheio de sentimento?
É bom perguntar, não acha?
Até amanhã!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Liberdade ou indisciplina?

Ainda não tenho repostas, nem sei se terei, para a lista de ontem. Mas, vou arriscar alguns palpites. Eles foram aparecendo nas laterais das trilhas abertas pelas dúvidas. Ah! Amo as dúvidas!
Pensei hoje que posso estar fazendo confusão entre dois conceitos: liberdade com indisciplina. Aprecio questionar as regras, sentir-me a dona do meu nariz, não ter patrão, expressar com honestidade minhas opiniões... No dia a dia, não tenho tempo marcado para dormir, acordar, comer, ver tv, trabalhar... Acabo de constatar que esse comportamento que me parece muito charmoso, pode estar sendo muito danoso. Se estou amando um livro, um filme, um trabalho ou quando estou entusiasmada com o que estou escrevendo, me permito ir adiante. Vou até a madrugada, me sentindo livre para decidir onde e como dedicar o meu precioso tempo.
Começo a desconfiar que subestimei as consequências físicas dessa forma de agir. Vou dar um exemplo bem prático. Ontem escrevi até de madrugada, antes de deitar fiz um lanche porque estava faminta. Na sequência dormi mal porque me sentia "cheia" (a palavra é feia mas é a mais verdadeira). Acordei mais tarde, tive que correr mais do que o normal para fazer as tarefas da manhã. Enfim, a tarde seguiu com outros atropelos e cá estou eu começando a escrever às 10h da noite.
Puxa! Que desabafo, heim?
Pensando bem, quem lida com o tempo dessa maneira tem mais ou menos chances de agir com equilíbrio na hora de alimentar? Em que momento do dia eu poderia frequentar uma academia?
Meu corpo estaria ficando mais "estressado" em função da incerteza quanto à chegada de alimento e repouso?
Pensei por associação na seguinte situação: Quando estou para tirar férias e não sei o dia certo em que poderei me afastar da empresa, fico muito ansiosa. Acontece também de estar esperando receber um dinheiro em uma data e meu cliente não fazer o pagamento. Fico muito insegura se ele vai de fato pagar na nova data combinada.
Acho que meu corpo pode estar sofrendo mais do que eu imaginava...
Essa maleabilidade com os horários pode ser a causa de uma desordem na demanda por alimento. Mais ou menos assim: "não sei quando e nem quanto terei, então vou pedir mais do que preciso para evitar que falte".
Em comércio essa é uma premissa muito comum. Tem a sua aplicação.
Poderia o corpo ter uma lógica assim também? Uma inteligência desconhecida da razão?
Mais perguntas...
Até amanhã! Vou deitar-me mais cedo, começando a testar a minha hipótese.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Minha lista de perguntas difíceis

Quando fiz perguntas sobre os momentos especiais no post de ontem, entendi que minhas questões mais importantes estão para ser escritas. Engraçado, elas começam a se esboçar e rapidinho somem.
Vou começar...

Para que eu quero emagrecer?
Se imagino muitos benefícios estando mais magra, qual o valor de estar gorda?
O que vou ganhar perdendo quilos?
Emagrecer é só perder quilos ou tornar-se uma pessoa diferente?
O que sinto quando tenho fome?
Por que uma porção de amendoim torrado é tão arrebatadora?
Quando devoro 3 porções de amendoim, estou ganhando o que? Estou perdendo o que?
O bem estar de comer bolo quente, pão doce, guloseimas, pode ser comparado ao prazer de movimentar o corpo livremente?
O que gosto de comer?
O que não gosto?

Às vezes penso que emagrecer é mudar o comportamento, às vezes acho que é construir uma identidade diferente.
Considero-me bastante íntima dos meus sentimentos. Pareço ter uma visão clara das minhas motivações ou dificuldades. Gosto da minha habilidade de alçar vôos pelo pensamento. Gosto também de mergulhar nas cavernas mais profundas, em busca de um detalhe que pode fazer diferença. Enfim, acho bacana ser capaz de compartilhar minhas reflexões com sinceridade.
Tudo isso me faz indagar: por que a resistência em abrir mão do excesso de comida?

A partir de hoje vou tentar responder minhas perguntas. Estou tentando chegar mais perto do meu objetivo inicial.
Continuo me pesando regularmente. Não emagreci e nem engordei. Quem sabe esse já é um ganho?
Até amanhã!

Cometi um pecado

Mas estou aqui para me redimir. Deixei de comentar o filme mais divertido que assisti esse ano. Quer rir até chorar? Veja SIMPLESMENTE COMPLICADO.
Assisti e não parei de recomendar e emprestar.
É bom avisar! Os críticos de cinema detonaram. Dizem que é comercial, muito focado em um segmento de público (as mulheres que já entraram pro clube do enta). Acham a diretora repetitiva porque ela já tinha feito ALGUÉM TEM QUE CEDER e que eu também adorei. Mas, voltando ao assunto, até crítico mal humorado deve ter se divertido muito com as trapalhadas do casal.
Muito bom para começar a semana! Peço licença para usar um clichê: "às vezes é melhor ser feliz do que ter razão". No caso do filme, os críticos ficaram com a razão e os expectadores, pobres mortais, com boas gargalhadas e a certeza que a vida comporta muito bem esses momentos hilários.



Até mais!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Todos os momentos deveriam ser especiais?

De novo o silêncio. Só os movimentos bem familiares. As visitas se foram deixando por aqui a certeza que a amizade é o bem mais precioso a ser conquistado.
Os bons momentos do fim de semana proporcionados pelo carinho, pelas boas conversas, brincadeiras, e, é claro, acompanhados de boa e farta comida, vão para o arquivo das boas lembranças. Durante alguns meses elas ficarão disponíveis para consulta. Depois, só as impressões. Mais algum tempo as imagens podem se desfazer. Mas aquela impressão, ou certeza, do que é o bem viver ficará gravada para sempre. É assim que reforçamos um valor ou crença.
Seria bom ter uma segunda-feira com astral parecido com o deste fim de semana!
Se fosse assim, todos os dias especiais, saberíamos o que é um momento especial?
Conseguiríamos reconhecer e usufruir dos momentos especiais?
Todos os momentos deveriam ser especiais?
As frustrações não seriam originadas da expectativa de ter mais momentos especiais do que a vida poderia oferecer?
Criei o hábito de fazer perguntas. Elas têm sido uma boa trilha para mudar conceitos e alguns hábitos. É simples assim, mas todo dia constato que recusei  fazer o que tinha que ser feito. Uma rebeldia cara e inútil. Quando deixo as perguntas nascerem livremente, sinto que estou fazendo o certo.
A minha lista de perguntas mais difícei está por ser feita. Estão relacionadas com a minha necessidade (ou seria só um mal hábito?) de comer muiiiiiiito além do que meu corpo pede.
Só de chegar pertinho as perguntas se escondem... Terei a paciência. Cada dia estou mais certa de não usar recursos artificiais para emagrecer: medicamentos, cirurgia ou mágica.
Insistirei na reflexão! Minhas crenças serão investigadas com rigor. Depois, tentarei um acordo. Elas cedem um pouquinho e eu começo a fazer diferente. Ganho a chance de gostar de movimentar e de saborear porções menores. Elas ganham férias, vão conhecer terras diferentes e conhecer seus novos cultos. É uma proposta razoável, os dois lados cedem e também ganham.
Até amanhã!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Hoje estou feliz porque estou com Beatriz

Tenho uma presença especial em casa. Minha comadre e afilhada estão por aqui, então tudo é festa.
Quando a Beatriz era bebê, agora está perto dos anos, criei uma música para niná-la:
"Hoje eu estou feliz, porque estou com Beatriz"
Ela devolveu o carinho cantando: "Hoje eu estou feliz porque estou com a madrinha". Derreteu meu coração.
Passamos horas brincando, cantando e sei que isso se chama plenitude. É o amor no seu estado puramente incondicional. Vou escolher vivê-lo, a reflexão deixo para amanhã, depois que ela se for.
Bom fim de semana a todos!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tomar consciência de quem a gente é

Transcrevo um trecho do escritor Eduardo Galeano, que muito me sensibilizou e encorajou. Volto comentando.

"Nas longas noites de insônia e nos dias de desânimo, aparece uma mosca que fica zumbindo dentro da cabeça da gente: Vale a pena escrever? Será que as palavras sobreviverão em meio aos adeuses e aos crimes? Tem sentido esse ofício que a gente escolheu - ou pelo qual a gente foi escolhido?
As pessoas escrevem a partir de uma necessidade de comunicação e de comunhão com os outros, para denunciar aquilo que machuca e compartilhar o que traz alegria. As pessoas escrevem contra sua própria solidão dos demais porque supõem que a literatura transmite conhecimentos, age sobre a conduta de quem a recebe, e nos ajuda a nos conhecermos melhor, para nos salvarmos juntos. Em realidade, a gente escreve para as pessoas com cuja sorte ou má sorte se sente identificado...
...A gente escreve para despistar a morte e destruir os fantasmas que nos afligem, por dentro;
...Ao dizer sou assim e assim me oferecer, acho que eu gostaria, como escritor, ajudar muitas pessoas a tomar consciência do que são.
...Então, o ato de escrever é um ato de solidariedade."

A obra do Eduardo Galeano tem uma forte conotação política. Sua literatura tem a função de denunciar as injustiças sociais e ser instrumento de luta pela igualdade de direitos.
Mas, me apropriei desse trecho. Penso que está além, muito além, da dimensão sócio-política. É tão repleto de sensibilidade que faz-se profundamente universal. Fala diretamente ao coração. Depois de ler, guardei as impressões e fiz questão de manter também o papel onde o colhi. Sabia que na época certa seria como um amigo que apoia e eleva.
Ele me estimulou a começar a blogar. Há alguns anos eu escrevia um diário e não pensava em abri-lo a mais ninguém. Mas, idéias e sentimentos só podem ganhar vida quando voam e encontram a chance da troca. Nesse caso, deixam de ser desabafo e se transformam em bom compromisso com a gente e com quem a gente quer andar de mãos dadas.
O ato de escrever diariamente me proporciona um momento sagrado. A mágica desse tempo se espalha pelas outras horas do dia, faz-me contente. Contentar-se é aceitar sem bronca as dificuldades do dia a dia.
Escrevo na primeira pessoa, mas sempre pensando na segunda e na terceira. Falo de mim deixando a estrada aberta para conhecer você.
Até amanhã!

Pequenas notas

  1. Chegamos a 2000 visualizações. Por aqui passaram leitores do Brasil, EUA, Canadá,Holanda, Russia, Portugal, Itália, Suiça, Taiwan, Croácia. Gostaria de saber agradecer em todas as línguas, como não sei, usarei a palavra mágica que me transporta para um estado profundo de felicidade:
AGRADECIDA!
  1. Na postagem http://silviaesilvia.blogspot.com/2010/12/ha-males-que-vem-para-o-bem-vc-tambem.html contei sobre um problema. Contei também que resolvi aceitá-lo por mais algum tempo ao invés de apelar para uma solução capenga. Pois bem, no dia seguinte à minha firme decisão, pela manhã, o problema foi magicamente solucionado. Interpretei como um sinal que realmente somos condenados a decidir. Assim os caminhos se abrem.
Até!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Em paz com o tempo

Adoro ter a minha idade atual. Não sei se gostarei das próximas, mas estou amando olhar para todos os fatos com olhos de 42 anos. Tantas situações me aborreciam. Olhava para o futuro com apreensão, achando que deveria cumprir uma lista interminável de requisitos para ter direito à felicidade.
Hoje, sou feliz quando quero. Os acontecimentos podem facilitar ou dificultar, mas não podem determinar. O "tem que" está escasseando até no meu jeito de falar. Se isso está parecendo delírio, principalmente para uma mulher moderna, não é. Estou fazendo escolhas. Se tenho que fazer uma coisa, abro mão de outra, com boa vontade.
Brinquei muitas vezes que nunca tinha lido os clássicos Pollyanna e Pollyanna Moça. A história da garota que sabia fazer o jogo do contente. Por mais cruel que pudesse parecer um fato, ela conseguia sentir esperança e ver bondade. Fez falta essa capacidade aos 20 e aos 30. Tornou-se dispensável aos 40. Tudo ficou mais suave, de maneira que não preciso me exercitar para ver o bom e o belo de cada experiência.
O tempo foi habilidoso me presenteando com oportunidades de abrir mão do orgulho e da vaidade. Pouco a pouco, vi que o prazer de "alfinetar" ou de "responder à altura", é muito menor do que o de rir das pequenas contrariedades. Elas estão lá, todos os dias. Mas, não reverberam. Aprendi alguns recursos: de vez em quando um palavrão, um chega prá lá, um "tô nem aí". Passa... Se fica, convido para conversar e pergunto o que espera de mim. Se a exigência é razoável, cedo para ficar em paz. Caso contrário, boto pra correr.
E a tolerância? Sabe a história de precisar de alguma coisa para ontem? Sumiu. Depois desse tempo de vida, já tive que fazer tantas concessões ou substituições que os problemas não são mais que desafios.
Melhor de tudo é ter outra vida para aproveitar. Calma! Não estou falando de reencarnação! As gerações de 40 anos atrás, tinham uma expectativa de vida muito menor, parece que nos anos 60 as brasileiras viviam, em média, 50 anos. Assim, uma balzaquiana era uma senhora. Uma quarentona, idosa. Viver de cinquenta a sessenta anos era sorte, capricho da genética, ou um grande azar, porque a qualidade de vida e a saúde eram péssimas.
Houve uma inversão bacana. Aos quarenta, eu e minhas amigas temos o mesmo vigor dos vinte e um jeito mais sábio de viver. Mesmo quando há doenças, as possibilidades de sobrevida com bem estar, são infinitamente maiores. Bom, o corpo carrega as marcas do tempo. As feridas dos combates, os sinais do quanto sorrimos ou choramos pela estrada afora. Acho que é por isso que amo minhas rugas. Quando me olho em um espelho de mão, com a ponta do indicador vou percorrendo suas trilhas. Estão indo cada vez mais longe. Eu, cada vez mais encantada com elas.
Acho Adélia Prado liiiinda! Os cabelos brancos, o rosto sulcado e a sabedoria tão visível, possível de ser tocada.
Estou em paz com o tempo. Espero a ajuda dele para emagrecer. Para convencer-me a mastigar lentamente, fracionar minhas refeições, escolher o que é mais saudável e por fim, trocar um pouco das horas na empresa por uma caminhada.
Até amanhã!

Sem conexão

Olá, fiquei desconectada desde ontem...
Postarei mais tarde.
Até

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Meditar

Acabo de meditar. Quem convive comigo, no trabalho principalmente, não consegue me imaginar de olhos fechados, quieta e silenciosa.
Ouvindo uma música bem baixinha e um livro nas mãos, inicio a minha prática. Leio um pouco e, lentamente, vou me desligando dos estímulos externos. Algumas vezes é demorado, minha mente tenta, pelo movimento rápido dos pensamentos, manter-se ocupada e no poder. Noutras ocasiões é tranquilo. Sento-me sempre no mesmo lugar, repito as músicas e desse modo facilito o meu próprio entendimento da hora de aquietar. Parecido com a mãe que veste o pijama e escova os dentes da criança para sinalizar que está na hora de ir dormir.
Conseguindo parar de pular de pensamento em pensamento, nasce um silêncio muito agradável. Em várias ocasiões, sinto uma energia amorosa, linda. Nesse estado vou apenas agradecendo por existir.
Repito AGRADECIDA... Mais lentamente A G R A D E C I D A... E mais uma vez.
Até que as palavras somem, tornam-se desnecessárias. Todas elas.
A gratidão vira uma espécie de alegria ou paz ou qualquer outra palavra, se é que exista, que possa significar um bem estar profundo. Desse estágio em diante só consigo me recolher dentro de uma certeza: Deus está em mim e eu nEle.
Silêncio
Quietude
Permaneço nesse encontro e retorno suavemente ao mundo dos sentidos. Sem susto e sem pressa.
Hoje, compartilho com vocês, leitores, esse estado do bem. É minha forma singela de dizer obrigada pela sua preciosa companhia.
Até amanhã!

Trem da Vida

Se puder, assista correndo essa linda história. O TREM DA VIDA, é uma metáfora da nossa existência. Venturas, desventuras, paixões, desafios, competição, amor e o desejo eterno de chegarmos à terra prometida.
O filme mostra a viagem surreal de judeus de uma vila do leste europeu para a Palestina, a bordo de um trem fantasma, fugindo dos nazistas. Tem muito humor e amor. A idéia criativa da fuga foi do louco da vila, que é também o sábio, quando o assunto é o encontro do homem com Deus, na oração.
A D O R E I!
Esqueça o esquemão americano de fazer filme. Curta o lado artesanal e detalhado do trabalho.
Eu acho que dá para fazer um blog inteiro com as interpretações dessa história.
Vá correndo à locadora!
Até

"Há males que vêm para o bem..." Vc também já ouviu isso?

Nasci e cresci em São Pedro dos Ferros, cidadezinha do interior das Minas Gerais, mais especificamente da Zona da Mata, com 8.000 habitantes. Todo bom mineiro, quando viaja para Guarapari ou outra praia do Espírito Santo, passa pertinho da entrada da minha terra natal. É assim que dou as coordenadas geográficas para explicar de onde sou. Aqui em Minas perguntamos desse jeitinho: "de onde cê é?" Nada da sofisticação de "onde você nasceu?"
Acho que é porque acreditamos ser, pela vida toda, do lugar onde nascemos. É que as coordenadas morais (não estou encontrando palavra melhor) continuam impressas em nós. Podemos até contrariá-las, mas impossível apagá-las.
Brinquei na rua, estudei em escola pública sem nunca ter visto agressões aos professores, andei à pé e descalça o quanto quis. Aos sete anos de idade tinha toda a cidade mapeada pela sola dos pés. Conhecia todos os moradores da rua direita e boa parte da esquerda. De casa até o armazém ou a padaria, eu cumprimentava, pelo nome, todos que encontrava. Era um mundo pequeno, mas nele eu me movimentava com muita liberdade. Acho que foi aí que comecei a tomar gosto por esse sentimento.
Voltando às coordenadas, muito da minha educação veio do uso dos ditos populares. Lá em casa se repetia:

_"há males que vêm para o bem"
_"muito riso é sinal de pouco siso"
_"pedra que muito rola não cria limo"
_"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"
_"onde comem 10, comem 20"
_"mais vale um pássaro na mão do que dois voando"
_"não conte com ovo na barriga da galinha"

A interpretação familiar dessas afirmativas  ficaram sacralizadas na minha memória. Elas se manifestam na minha visão dos fatos. Às vezes de forma fantasiosa, noutras, com um ar de verdade. Muitos dos ditos eram contraditórios entre si. Mas era praxe fazer o fechamento de uma idéia com uma desssas pérolas da cultura popular. Os meus, tinham um gosto pela eloquência.
Lembrei agora de duas situações divertidas. Até pouco tempo atrás, usava uma panela imensa para fazer arroz. Por obra exclusiva da minha imaginação, chegariam mais 10, de surpresa, para almoçar. Nunca chegou! Então, fazia os aproveitamentos, sempre queixando porque o alimento não estava fresquinho.
Mas a lembrança estava lá, guardadinha na forma de um hábito: "onde comem 10..."
Acho lindo como Gilberto Gil definiu isso numa de suas músicas: "toda crença quer se materializar, tanto quanto a experìência quer se abstrair".
O segundo caso diz respeito ao dito "muito riso é sinal de pouco siso". A responsabilidade e o trabalho foram excessivamente cultuados pelos meus pais. O riso fora das festas não era lá muito bem visto. Havia uma confusão de conceitos: o ato de rir poderia afastar uma pessoa das suas obrigações ou ela parecer menos competente. Essa distorção pode ter relação com alguma tradição do catolicismo ou com a visão dos bobos e doidos do interior, sempre muito sorridentes. Afastar o riso servia para manter bem longe a insanidade. Não saberia explicar porque a boa gargalhada não era assim, digamos, uma das delícias do nosso convívio. A seriedade ganhava de dez a zero na escala de valores. O fato é que também me tornei meio desconfiada de quem ri demais. É hilário, mas é verdade! Até hoje quando solto uma risada com força e vontade, olho para os lados para conferir se não me excedi.
Mas essa história toda foi para chegar no "há males que vêm para o bem". Hoje, estive a ponto de cometer uma das minhas típicas repetições, que com certeza desaguaria em erro e frustração no futuro. Enquanto dava seguimento ao meu plano, pensava com uma ingenuidade forçada: "as pessoas mudam, todos merecem uma segunda chance, eu não tenho outra alternativa para resolver o meu problema..."
Pois bem, uma série de desacertos aconteceram e não fiz o acordo previsto. Esbravejei até falar chega! Depois calei e vi que o problema atual vai persistir por alguns dias e vai passar, como todos os outros. O destino se encarregou de desacertar as coisas, me protegendo de cometer um grande erro e ter que assumir, em pouco tempo, um problema muito maior.
Lembrei na hora do bendito ditado. Guardei bem as palavras. Da próxima vez que alguma coisa não estiver dando certo, pararei para respirar. Depois, vou perguntar para as coincidências, aparentemente malditas, se não estariam ali para me poupar de um desgosto muito maior.
Acho que todo mundo tem uma historinha assim. Deixe a sua nos comentários!
Até amanhã.

domingo, 5 de dezembro de 2010

No meio do caminho havia uma pedra

Sabe aquela visão de uma pedra imensa lá no meio da sua estrada? Eu encontrei uma. A obesidade, que me acompanha há 10 anos, é quase uma montanha.
Resolvi desabafar! Fico perturbada ao ver que consigo resolver situações, aparentemente, muito mais complexas, enquanto o excesso de peso está há tanto tempo me incomodando. Pior, está prejudicando de forma geral a minha saúde. Sou responsável, estudiosa, empenhada, uma profissional incansável, mãe permanentemente atenta. Mas... (esse "mas" no caso da obesidade tem um peso muito maior) não consegui, até esse momento, seguir um plano de emagrecimento.
É estranho ter uma clareza tão profunda da situação e não ter a ação necessária para resolver. Frustrante também!
Não estou me rendendo! Acho que nunca o farei. É uma constatatação e eu seguirei firme e forte no propósito de emagrecer.
Falar de decepções para mim não é problema. Se silenciar, elas não vão sumir. Então, prefiro olhar nos olhos de cada uma e dizer: "você é uma grande adversária, mas não é uma inimiga. Se veio para mim, posso dar conta de você. Então, ficarei mais preparada para outros desafios". Parece muito teórico? Sugestão de livro de auto-ajuda? Pode ser, mas com essa fé superei grandes adversidades.
Esperava renunciar mais facilmente à comida e emagrecer lenta e gradualmente ao longo do ano. Estou perto de completar 3 meses de posts diários. Criei hábitos novos, estou muito mais centrada, feliz, bem humorada e tolerente. Porém, eliminei menos da metade dos kilos planejados. Tudo bem que é só comer com racionalidade e fazer atividades físicas, basicamente. Mas vá entender porque não dou conta de fazer isso? Já fiz regimes com remédio, mas essa não é a minha proposta atual, também não critico quem fez essa opção. Quando tive a idéia de escrever e postar, fiz um acordo comigo de rever as crenças que estão dando a sustentação para os maus hábitos.
Se estou desconfortável com o excesso de peso, por que não faço o que deve ser feito para eliminá-los? Acredito que encontrar a resposta para essa questão é uma boa e D E F I N I T I V A estratégia de superação. Não quero apenas emagrecer. Quero ser, a partir do emagrecimento, uma pessoa que encontrou seu peso ideal. Viver bem e ter uma atitude tranquila com o ato de alimentar.
Já emagreci e voltei a engordar. Não quero essa repetição.
A pedra é grande, estou tendo que pegar desvios para continuar seguindo a viagem. Mas insisto. "Não há bem que sempre dure e nem mal que seja para sempre".
Vou precisar de ajuda para remover a grande pedra da minha estrada. Estou disposta a buscar.
Hoje pesei novamente e a balança me contrariou. Tive 600kg acima da última pesagem.
Até amanhã!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Vida adulta

Amanhã a Júlia faz 18 anos. Parece que foi ontem. A barriga, o enxoval, o quartinho bem montado, o parto, os cuidados, o aniversário de 1 ano. Foi uma festa linda de Papai Noel. Depois a escolinha, a leitura e os dentes cairam. Sempre vibrei com cada acontecimento. Contava para meus amigos os casos dela com tanto entusiasmo, que os acontecimentos naturais pareciam notícia de jornal.
O tempo foi um bom aliado. Curti, junto com o Fernando, cada etapa. Comemoramos os aniversários, as apresentações de balé, as festas juninas. Sempre tinha lágrima e aplauso guardados para esses momentos. Primeira comunhão, quinta série, primeira menstruação... Até que chegou a primeira saída à noite, o carnaval e o beijo inaugural. Quando ela me contou, detestei saber. Respondi secamente que mãe não é a melhor amiga. Veio a certeza que ela sabia fazer as próprias escolhas. Então, comecei a perder aquele espaço tão grande na vida dela.
Foi difícil vê-la com o primeiro namorado. Do pescoço para cima o discurso estava pronto: "é normal, está na hora, ele é um bom rapaz". Meu coração contrariava tudo isso. Ficava com ciúmes cada vez que ela se afastava de nós.
Mas o Dr Chronnus (o tempo) é o especialista de todas as causas. Hoje, estou feliz por ver uma moça inteligente, sensível, delicada, responsável, divertida e amorosa nascida e crescida no nosso lar. Ela está apta a levar ao mundo um pouquinho dos valores que cultuamos.
Certa vez, li que a forma ideal de melhorar o mundo é cuidar bem dos filhos. Concordei e apliquei. Valeu à pena toda a dedicação. Isso significou abrir mão de muitas coisas. Aprecio, agora, os frutos dessa escolha. No meu dia a dia existe respeito, gentileza, generosidade. Isso basta para que eu afirme: Deu certo!
Tem conflito, luta, dificuldades também. Porém, à cada noite, quando nos encontramos, a energia se renova. Minhas esperanças reacendem com as nossas conversas.
Quando fecho os olhos para pensar no futuro, penso que já cheguei lá. Estar em paz, vivendo amorosamente com as pessoas que me rodeiam, para mim, é a meta mais nobre para uma vida.
Quero conquistar alguns bens materiais e fazer viagens. Mas, o bem mais precioso acho que conquistei: minha família é um grupo de pessoas de bem.
Até amanhã!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A grande família

Hoje é dia da Grande Família. Confesso que esses é um dos meus vícios. Está à cada pior, mas não resisto. Adoro assistir Nenê, Lineu e seua agregados. Ora me identifico com um, ora com outro. O fato é que sou fiel, toda quinta estou aqui, firme e forte, estando o episódio bom ou ruim.
Voltei.
Mais uma vez o acaso atrapalha a realização do sonho de dona Nenê. Ela lamenta, mas se conforma. Continua a mãe disposta a ceder tudo em prol do bem estar de todos.
Qual a medida ideal do ceder e do lutar?
Trabalhei por 10 horas seguidas. Sem intervalo. Foram alguns cafés e 15 minutos de almoço. No meio da tarde achei que não conseguiria continuar. Renunciei ao desejo de vir em casa, persisti firme até o fechamento, às 19h. Terminado o expediente, fiz compras, dei alguma assistência às minhas filhas.
Minha grande questão: como posso ser tão persistente no trabalho e ceder tão facilmente quando o assunto é organização da alimentação?
Vou tentar dormir com esse barulho...
Espero ter leitores tão fiéis como sou à Grande Família!
Até amanhã!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Anjo de Vidro

Acabo de assistir Anjo de Vidro e acho, que de certa forma, é uma história sobre o perdão. O elenco é muito bom _ Susan Sarandon, Penélope Cruz, Robbin Willians e um policial gatérrimo que não sei o nome.
Eles vão se encontrando casualmente na trama, numa noite de Natal em New York. Surgem pequenas interferências de um na vida do outro, mas todos têm os seus destinos transformados a partir desses encontros. Retornam à própria  vida revigorados por perdoar e serem perdoados.
Vale à pena conferir. Nada de grandioso. O filme é simples como deve ser.

Voltando a andar com leveza

Há alguns dias disse uma frase agressiva a alguém que muito admiro. Numa discussão, ela alterou a voz, e eu, revidei. Na hora funcionou como um bom desabafo, afinal, ficar com aquela cara de ah! éé? Ou com sensação de sapo entalado na garganta deixa mal qualquer cristão.
Horas depois, sabia que tinha sido injusta e essa certeza foi pior do que a perspectiva de calar ante a irritação da outra. Hoje resolvi esse assunto. Olhei nos olhos, disse que errei e pedi desculpas. Minha amiga  sabia que eu não acreditava no que tinha dito. Então, rimos e festejamos a reinauguração do nosso diálogo.
Já ouvi pessoas dizendo "o perdão é um presente que a gente se dá". Quando tive a oportunidade de sentir os efeitos dessa crença, vi o quanto é verdadeira. O fato de hoje foi bacana, mas não foi a primeira vez que experimentei esse alívio. Ser perdoada é bom, perdoar é maravilhoso.
Não há aqui nenhum sentido religioso. Me refiro ao ato de perdoar como uma chance de restaurar a esperança. Sem perdoar, ficamos amarrados a uma situação e temos dificuldade de caminhar. Quando tentamos, o peso daquela lembrança dificulta os passos. Questão resolvida, abandonamos o peso inútil na beirada da estrada e voltamos a andar com leveza.
Até amanhã!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dois caminhos diferentes para emagrecer

Hoje encontrei duas amigas que atingiram metas de emagrecimento surpreendentes. Elas escolheram caminhos muito diferentes. Mas ambas estão muito bem.
A primeira fez a cirurgia bariátrica e, aos poucos está fazendo plásticas para retirar o excesso de pele. Mudou completamente seu estilo de vida, faz pilates, acredita ter feito a melhor opção de sua vida. Emagreceu 40 kg e está há mais de dois anos mantendo o peso. Não a conhecia antes de operar, mas ela relata o sofrimento de ter passado por toda a adolescência e juventude obesa. Carregou todos os estigmas em uma idade em que o sofrimento fica muito maior.
A segunda tem 30 anos, estava com mais de 120Kg, tem o agravante de trabalhar de pé muitas horas por dia. Há um ano e meio começou a fazer dieta, pilates e caminhada. Emagreceu 45kg ao longo desse tempo. Há 3 meses não a via. Hoje fiquei encantada. Está super jovial, em nada se parece com a mulher que conheci há 5 anos.
Achei interessante a coincidência de encontrar as duas no mesmo dia, após muito tempo sem nenhum contato. Parecia um chamado. Elas são porta vozes da esperança.
Uma pessoa que realiza uma boa obra deixa um rastro bom. Olhamos para ela e pensamos, se ela pode, eu também posso.
Até

A comunidade está maior

Hoje, pela manhã, temos aqui no blog leitores de mais dois países!
Esse espaço é como uma carta perfumada que segue um destino deixando um pouquinho do seu conteúdo pelo caminho.
Até

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aqui tem gente de sete países!

Hoje, fiquei muito feliz por encontrar aqui leitores de sete países diferentes: Brasil, Estados Unidos, Holanda, Canadá, Rússia, Taiwan e Itália. É muito agradável ter a certeza que o mundo é pequeno, somos todos vizinhos e o que fazemos em qualquer canto do planeta pode afetar positiva ou negativamente o outro lado.

Todos os meses vou a São Paulo, pelo menos uma vez, comprar produtos para minhas lojas. Adoro caminhar pelo bairro do Bom Retiro. Numa mesma calçada seguimos juntos com judeus, mulçumanos de diversos países, coreanos, japoneses, cada vez mais bolivianos e todos nós brasileiros tão diferentes nos costumes e aparência. De uma esquina à outra encontramos sinagoga, mesquita, igreja católica e templos evangélicos. Há uma convivência respeitosa entre todos. Adoro sentar para um café, no intervalo entre uma compra e outra, e contemplar essa paisagem humana.

Não entendo quem diz gostar mais de bichos do que de gente. Trato bem os bichos, mas amo profundamente as pessoas. Aceito de boa vontade os revezes de toda convivência. Gente tem inveja, picardia, disputa e, por isso, todo relacionamento pode abrigar conflito. Na reconstrução de um novo entendimento, desenvolvemos a tolerância, aprofundamos o amor, perdoamos, enfim, entendemos que todos têm limites. Acredito que esse é o famoso crescimento humano, que dizemos valorizar e esperamos dos outros.

Aceitar as diferenças é um princípio de vida, uma meta existencial. Então, fico honrada de ter aqui a presença de pessoas de origens tão diferentes.

Lembrei de um mico daqueles! Quando estive em Roma, com o Fernando, tive um momento divertido. Tomamos um vinho e depois de caminhar um pouco, sentamos diante da Fontana de Trevi. Como sempre, estava lotada. Tinha gente de todo mundo, eu ouvia as conversas em outras línguas como uma boa música. Me senti tão à vontade na diversidade e, com o efeito do vinho, fuso horário, tombei a cabeça, cochilei e ronquei, a ponto do sujeito que estava ao lado me cutucar. No meio daquela confusão, fiquei em casa.

Sinto esse conforto com gente, mesmo sabendo de traições, competições, agressões e mais um sem número de ões. Para tudo isso existe perdão e tolerância.

A única tolerância zero deve ser com a bandidagem. Parabéns à polícia e à população do Rio, estão fazendo o que devem para retirar das mãos dos narcotraficantes o controle da comunidade.

Hoje, preciso da minha e da tolerância dos leitores. Não fui à academia. Não darei essa boa notícia, conforme pretendia ontem.
Mas ainda chego lá! Se posso persistir na escrita, na reflexão e no propósito, no tempo certo farei o que devo para alcançar meu objetivo. Gente é assim. Falha e recomeça!

Até

domingo, 28 de novembro de 2010

Boas perguntas!

No post anterior falei do adiamento de uma ação importante para meu bem estar. Essa é uma dificuldade de fazer escolhas? Ou esse é o território onde não é possível fazer escolhas?
Lembrei de comentar "A Insustentável Leveza do Ser", que assisti e me propus a pensar e comentar mais tarde. Isso foi no post de 13 de outubro.
http://silviaesilvia.blogspot.com/2010/10/insustentavel-leveza-do-ser.html
Pois bem, vamos a um rapidíííííssimo comentário, na esperança de jogar um pouco de luz e ânimo para começar a agir.
Os personagens representam duas linhas filosóficas de pensamento bem divergentes. Tomas nos abre a perspectiva da leveza, da liberdade de escolher, da possibilidade de viver sem se submeter a convenções sociais. Ele circula pelo mundo com desprendimento, sem infringir regras e sem se cegar por elas.
Tereza nos mostra o ser que se repete. Muda de ambiente, de profissão, de companheiro. Mas, continua esperando coisas iguais, embora viva situações diferentes. Permanece descontente. Necessita das convenções e das formalidades, contrastando com a leveza de Tomas. Ela nos leva a suspeitar da possibilidade de fazer escolhas. embora ela se movimente, permanece ancorada nas mesmas referências que compõem sua bagagem emocional.
Vou dormir com esse barulho. Divido com vocês.

Começar é preciso

Tivemos um domingo típico de verão. Dia claro e quente, deu para nadar e ficar grande parte do tempo do lado de fora da casa. Há 15 dias não tínha essa sensação boa.
Movimentar foi muito bom. Uma esticada daqui, outra dali, braçadas e pernadas na água, me deram um bem estar físico delicioso. Estou me sentindo leve e descansada. Gosto da atividade física depois de realizada, dá para entender? Mas resisto bravamente a começar. Dar o primeiro passo é o meu grande dilema. Planejo começar e adio a ação, vou priorizando o trabalho, passo em frente a academia, às vezes duas vezes por dia, repetindo: na volta paro aí. Ao retornar, esqueço do meu propósito porque tenho que fazer outras coisas e mais um dia se passa sem eu começar.
É lógico que tenho consciência desse boicote promovido por mim. Renovo meu propósito de no outro dia iniciar. Porém, fica aquela descrença e me causa muito desconforto. Algo assim: "amanhã eu vou! mas será que vou mesmo?"
Quando criei o blog, fiquei com medo de não ter a persistência de continuar. Mas tirei de letra! Adoro parar, pensar e escrever. Consegui melhorar meu padrão de alimentação de forma bem natural, embora não esteja seguindo dieta. Mas, malhar? Nada.
Vem a inquietação: como pode? Por que consigo realizar atividades tão diferentes durante o dia e adio a atividade física? Mesmo sabendo da importância dela para eu emagrecer e sentir esse bem estar que agora experimento.
Termino com a esperança de amanhã começar. Quero, sinceramente dar essa boa notícia amanhã.
Até

Ter problemas é muito precioso!

Acabo de assistir "MAR ADENTRO" com Javier Barden. O bonitão de Comer, Rezar e Amar e o psicopata de cabelo indefinível de Onde os fracos não têm vez (Oscar de melhor ator 2009).
Quer amar a vida e todos os desafios que ela lhe proporciona? Assista também.
Ter problemas é uma sorte! É oportunidade de pensar, de experimentar, de buscar e de insistir. Enfrentá-los é privilégio de quem está vivo e consciente.
O tempo é o presente mais precioso que temos, usá-lo com sabedoria é a melhor forma de honrar quem nos ofereceu.
O filme trata da vida de um tetraplégico que luta pelo direito de morrer. A história é contada com tanta delicadeza que produz só encantamento, nenhuma tristeza. Ele é um homem cercado de amor e de amigos, é inteligente, sensível, bem-humorado, mas tem o desejo profundo da liberdade. Assim, viver sem a possibilidade de movimentar-se virou uma obrigação insuportável. Esperou por 28 anos, na cama, sem movimento de tronco, braços e pernas, por uma permissão judicial para tirar a própria vida. O final? Não conto, vale à pena assistir. Acho que você vai chorar lágrimas fininhas... Silenciosas... Então vai ter paixão por estar vivo e ser livre.
Não me atrevo a entrar no mérito jurídico ou filosófico da questão. Admirei os detalhes do roteiro e, no fim das contas, achei lindas as histórias de todos os personagens. A movimentação da câmeras me convidou a sentir o mundo na pele do Ramón, personagem privado da autonomia, da liberdade de ir e vir, da intimidade e, por fim, do direito sobre a própria vida. O Estado negou-lhe o direito de morrer sem incriminar um possível colaborador.
O assunto eutanásia poderia ficar batido, mas o diretor aborda com tanta fineza, que senti uma mistura de alegria e gratidão por viver. Aliás, acho uma caretice danada tentar encaixotar um filme dentro de uma categoria e de um tema. Coisa do tipo: um drama sobre a eutanásia. Isso é reducionismo puro.
Cada filme pode entrar nos cantinhos da alma e sensibilizar diferentemente um a um. No meu caso, fiz uma costura muito pessoal do filme com a minha obesidade. Ramón perde os seus movimentos em um acidente. Os meus estão sendo prejudicados pelo excesso de peso, algo que tenho a  capacidade de agir para mudar.
Estou aqui tentando.
Até mais!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PAUSA PARA TRABALHO

Estou viajando a trabalho e sem acesso ao blog. Passei para deixar um recadinho e avisar que amanhã estarei de volta.
Todos os meses passo 2 dias em Sampa para fazer compras para minha loja. O ritmo não permite uma parada para escrever.
Até amanhã!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Balanço geral

Escrevo regularmente há 70 dias. São 66 postagens, 1780 visualizações, 21 seguidores, de 6 países diferentes e 2 kg a menos.
São dias de grande paz e alegria. Carinho e apoio das minhas filhas, irmãs, primas, amigas. Conquistas de novos hábitos.
Sinto gratidão pelas realizações contáveis e mais ainda pelas incontáveis.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O tempo do não fazer

Descobri um novo benefício de escrever diariamente. Nos minutos que antecedem a ação propriamente dita, um pequeno intervalo antes de começar a digitar, tenho um branco total. Todas as idéias fogem, há uma desconexão absoluta com o mundo real. Fico sem assunto, sem objetivo, sem rumo para a prosa. Tendo a coragem de começar, sigo o caminho. Dou pequenas paradas, volto quando percebo que perdi o fio, depois me envolvo tanto que não quero parar. Começo a pensar nos próximos posts.
A fuga das idéias e dos argumentos me aborrecia. Muitas vezes, já tinha pensado sobre um tema, avaliado a contribuição dele para os meus objetivos e simplesmente, não relembrava. Hoje anoto algumas palavras chave em papeizinhos e vou guardando. Criei um arquivo e dei o nome de prateleira de idéias. Salvo lá aquelas que continuo achando merecedoras de uma reflexão mais profunda, descarto outras. Mas, comecei a curtir o momento de esvaziamento mental. Acredito que esse tempo tenha uma relação direta com a superação da ansiedade.
Lembrei que muitas práticas meditativas consistem nesse esvaziamento da mente. Então, tenho aproveitado  mais e o melhor que posso desse instante de cabeça limpa.
Às vezes, quando tenho a intenção de conseguir esse desligamento, custo a fazê-lo. Começo a falar comigo:
 _ A partir desse momento, vou temporariamente me desocupar de todos os pensamentos...
Um certo ser rebelde responde:
_ Preciso fazer compras e arrumar os armários. Ah! tenho que viajar na semana que vem. Mas se tiver chuva? Preciso chamar o pedreiro para consertar o telhado. Se conseguir que venha, deveria chamar um jardineiro também, a grama está alta...
Volto a tentar:
_Meus pés estão relaxados, minhas pernas estão relaxadas...
Antes de chegar a relaxar a barriga, tenho mais umas duas fugas. A maior parte das vezes me refugio na lista de compromissos. Com delicadeza, insisto, até me entregar completamente ao estado de paz.
Poderia dizer que o produto das reflexões são importantes. Mas, o tempo do não fazer, do não pensar, do não planejar, tem contribuido enormemente para eu desenvolver as habilidades necessárias para comer como uma pessoa sem excesso de peso e pensar diferentemente para livrar definitivamente da depressão.
Até mais

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O melhor lugar do mundo é aqui e agora

Peço licença ao Gilberto Gil para citar esse pedacinho da sua música. Há dias escolhi esse título para um post. É assim que me sinto, completamente no presente, harmonizada com cada uma das minhas ações. Essa é uma sensação nova e maravilhosa. Como é bom poder compartilhá-la!
Tenho a impressão que passei quase todo o meu tempo de vida meio deslocada no tempo. Sempre olhando adiante, com grandes expectativas ou receios. Uma pressa constante, uma lista interminável de coisas por fazer. De certa maneira, essa atitude antenada me ajudou a realizar bastante no plano profissional e material. Mas tenho a impressão que o exagero disso chama-se ansiedade.
Essa companhia de tanto tempo foi-se e não sinto saudades. Olho com compaixão para os anos de convivência íntima e quero ir adiante, feliz e cantando: o melhor lugar do mundo é aqui e agora.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Voltando a falar de emagrecimento

Vou começar a semana escrevendo sobre emagrecimento. Até aqui perdi pouco peso, mas ganhei o hábito de comer com consciência. Aprendi estar presente no ato da refeição, com a atenção voltada para a ação de saborear, mastigar, engolir. Quando isso está acontecendo, automaticamente como menos porque tenho que satisfazer só a fome do estômago. As outras fomes ficam de lado.
Estou aprendendo a degustar. Deixo o alimento repousar um pouco mais de tempo na boca e registro os sabores. Hoje comi cinco vegetais diferentes no almoço, gostando de cada um. Ainda não consegui comer menos daquilo que engorda mais, porém, essas pequenas, mas significativas mudanças, também são importantes.
Estou muito certa do meu objetivo: emagrecer de forma sustentável. Isso requer cuidado e atenção com muitos detalhes do meu comportamento. Não me propus uma dieta com prazo determinado, então, conto como vitória as mudanças de percepção, de conceito e de atitude sobre a comida.
Até

domingo, 21 de novembro de 2010

Pensar é salvar-se

Foi muito interessante escrever com sinceridade sobre minha depressão e o tratamento. Apesar de ver a doença como qualquer outra, acho que guardava um pensamento mágico sobre ela. Algo como: "se eu falar ou pensar muito sobre esse assunto, eu posso me sentir pior, então estarei mais deprimida."
Penso que estabeleci esse fechamento porque, às vezes, ficava emotiva e chorava ao lembrar dos momentos mais intensos da doença.
Mas, cutucar o assunto e criar a coragem para entrar nele de cabeça me trouxe algumas conquistas práticas:
  1. Falar sobre a depressão não me  deixou mais deprimida, ao contrário, fiquei mais leve. Diminuida a bagagem do medo, estou mais animada para caminhar. Estou salva, a onda pode vir que eu, pensando, posso flutuar.
  2. O tratamento para depressão não pode ser apenas o uso do medicamento. Vi que nenhum daqueles que usei, foi capaz de me fazer sentir bem como agora. Continuo seguindo o tratamento medicamentoso, mas encontrei um caminho muito prazeroso, o ato de escrever diariamente.
  3. Escrever em nesse blog não está sendo uma atividade apenas intelectual. É uma troca diária de carinho com minhas amigas de muitos anos e aquelas que chegaram porque se tornaram leitoras. Reencontrei primas, colegas de escola, conterrâneas que estão longe e todo dia tenho a alegria de receber um telefonema, um recadinho no email, no orkut, no celular. Blogar é troca de afeto, é amizade, é humildade.
  4. Criei uma linha do tempo para relembrar como suspeitei da depressão e quando comecei a tratar. Há uma relação direta entre a manifestação dos sintomas de uma e da outra. Portanto, para emagrecer, não vou continuar o jogo do faz de conta que uma não coisa não tem nada a ver com a outra. Preciso do ânimo para tratar de dois problemas.
  5. Por último, criei coragem para ter uma conversa olho no olho com a ansiedade. Acho que ela estava na frente de tudo e provocou muitos estragos no meu tempo. Olhando para ela com severidade, mostrei que eu estou no comando. No popular, dei um "chega prá lá na menina". Por isso estou aqui, agora, bem no presente, teclando devagarzinho, sentindo paz.
Estou mais preparada para ir adiante na empreitada de emagrecer e me curar. Estou feliz.
Até!

sábado, 20 de novembro de 2010

Trocando a reflexão pela diversão

Hoje é sábado, é hora de dar uma amenizada. Comportei muito bem a semana toda. Vou trocar a reflexão pela diversão. A todos que passarem por aqui, bom domingo.
Até

Tristeza não é pecado

Depressão e tristeza não são sinônimos, embora quase todos confundam. A tristeza, o luto, a melancolia, são estados inevitáveis. Alguma vez na vida a gente tem, o melhor a fazer é entristecer, enlutar e ficar melancólico. Podemos valorizar a alegria, o entusiasmo e o bem estar conhecendo o outro lado da moeda.
Não deveríamos cuidar desses estados da alma com antidepressivos. Conhecer os sentimentos menos luminosos faz parte da nossa aventura. Fico assustada quando vejo tanta gente fazendo uso de medicamentos. Penso que estão se anestesiando. Perdendo a sensibilidade e a riqueza de experiências emocionais que a vida oferece.
Também descarto o culto ao sofrimento. É perda de sensibilidade, da mesma maneira, acreditar que "a gente só cresce na dor". A gente cresce sempre que pode, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Os fatos não determinam a evolução de ninguém. O que pode gerar amadurecimento ou infantilização é a forma como nos posicionamos diante deles.
Tenho observado uma intolerância completa à tristeza e outros estados semelhantes. Parece que virou doença ou pecado. Alguém consegue se manter alegre o dia todo? Isso seria um retardamento, falta de habilidade para perceber o mundo com ele é. Então, não adianta sonhar com um mundo colgate.
Vou lançar uma campanha defendendo o direito de viver a tristeza em paz e de poder chorar alto ou baixinho quando precisar.
Esclarecidas, de forma singela, as diferenças entre tristeza e depressão, vou criar outra campanha. Esta para defender o direito de viver sem depressão.
Até!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sei que me sondas. Sei que me amas.


Costumo usar a imagem das frentes frias para explicar a chegada e a saída das crises de depressão. É a metáfora perfeita para essa vivência. Chega uma nuvem e quase não dou atenção porque a maior parte do céu está azul. Lentamente, outras vão chegando, condensando, até deixar o sol totalmente encoberto. O tempo fica cinzento e, algumas vezes, ocorrem fortes tempestades.




Com o uso do medicamento certo, as nuvens vão se afastando, bem aos pouquinhos, até que um pedacinho do azul do céu se mostra. Parecendo uma mágica, elas se afastam cada vez mais rápido e chega  o dia de pleno azul.


Há, para mim, nesse momento, uma diferença muito bacana no ciclo.
Não, não, não, não... Não pensem em euforia ou em estado maníaco! Estou apenas mais lúcida do que costumava ficar ao sair dos períodos depressivos. O diagnóstico da moda para os psiquiatras é a bipolaridade. Cuidado se algum deles resolver receitar medicamentos para esses casos. Tive uma labirintite induzida por remédio errado e paguei caro.

A diferença desse momento é o esvaziamento da ansiedade. Sem a pressa permanente e infundada, posso alegrar ou sofrer, rir ou chorar, xingar ou elogiar, tudo no seu momento e com uma intensidade proporcional aos fatos.
Mas, minha proposta inicial era escrever sobre obesidade e depressão. Nos últimos dias inverti completamente a ordem. São as surpresas do caminho... Estava certa que as encontraria.
Numa bela manhã ensolarada, entendi que minha obesidade poderia, sim, estar associada à ansiedade e à depressão. Mas não sabia como se dava esse entrelaçamento. Também odiava a psicologização do tema, ao estilo de programa de auditório das tardes, dos canais de tv superpopulares.
Precisei escrever para pensar.
Nada está concluido, mas sinto a certeza que toquei a borda de vários temas e agora encontrei a minha trilha.
Fico muito emocionada quando escuto aquela música:
"Senhor, eu sei que Tu me sondas, Senhor eu sei que Tu me amas"
Soa assim: Ele me conhece profundamente e, sabendo das minhas belezas e tristezas, me aceita. Pois bem, eu que sou muito menor do que o Espírito que habita todas as coisas, posso também conhecer minha depressão com profundidade e me amar. Isso é curar. "E tudo mais será acrescentado".
Você também pode!
Até.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Preciso voltar para conseguir ir adiante

O post de ontem me pareceu confuso, embora eu tenha esforçado muito para fazer entender a importância dos acontecimentos.
Preciso voltar para conseguir ir adiante.
Recolhi do texto a frase: "Um ciclo vicioso não foi iniciado". Ela indica que algo novo aconteceu, embora sem a minha participação voluntária. Não sei explicar como e nem por que, mas ontem, uma experiência negativa não me conduziu a um estado negativista. Pode ser normal para a maior parte das pessoas. Porém, quando estamos falando de depressão, isso não é tão simples assim.
Há pouquíssimo tempo, um desconforto como o de ontem poderia virar um mal estar emocional generalizado. Da irritação para a culpa, angústia, raiva, pessimismo até o estado depressivo, o passo era curto.
Não deliberei. Não me impus um limite, do tipo: "estou apenas irritada com esse problema, assim não preciso sofrer mais do que o necessário."
Simplesmente aconteceu diferente e a partir dessa boa reação passei a esperar que seja sempre assim daqui para frente.
Uma hora de reflexão diária ou de meditação poderiam ser esse tipo de experiência tão transformadora na vida? Então, onde eu estava antes?
É uma habilidade natural, presente do tempo?
A independência dos sentimentos é uma conquista ou evolução natural?
Dúvidas boas de cultivar.
Espero ter muitas companhias nessa caminhada.
Até amanhã.

Ops! Continuo tranquila e feliz!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um pouco menos de ansiedade

Pretendo refletir um pouco mais, penso que é uma boa maneira de ter um pouco menos de ansiedade.
Queria contar o meu dia, pois foi bom relembrar os fatos e identificar como meus sentimentos estão mais independentes.
Pode parecer meio confuso, mas acho que vou conseguir esclarecer como a habilidade de "dar o nome certo aos bois", está me ajudando a vencer a depressão.
Voltando aos fatos, fiquei muito irritada com os acontecimentos de hoje na empresa. Funcionários faltaram e não consegui fazer nada do que era necessário. Como um problema costuma vir com outro de mãos dadas, o computador estragou e tive que enfrentar aquelas filas de banco, depois de feriado na segunda. Para arrematar, um erro de procedimento de uma moça trouxe mais um prejuízo. O aluguel disparou...
Deixando o desabafo de lado, o que está me chamando a atenção é que a irritação de hoje não se transformou em ansiedade. Não se desdobrou em mal humor. Não se juntou com a raiva. O mal estar do dia não produziu ecos e não chamou ningúem para partilhar o desgosto. Nesse momento estou calma, centrada, atenta ao que estou fazendo. Sequer estou "pensando positivo", recitando o mantra que amanhã tudo estará bem. Isso também seria ansiedade.
Qual a importância disso?
Para quem sofre e trata de depressão, faz uma diferença danada. Um ciclo vicioso não foi iniciado. Fiquei irritada, naquela hora, com razão e por motivos justos. (PONTO). Passaram as emoções assim que terminaram os fatos geradores.
Vou tentar fazer uma comparação para clarear o assunto. Imagine que uma pessoa tenha uma infecção e uma doença oportunista se junta ao quadro. Então é necessário o repouso, mas a coluna que já estava doendo piora e o pulmão junta água. O coração fica fraco e o rim padece. Em poucos dias temos um quase morto.
A depressão, no meu caso, ocorreu de forma parecida. Ansiedade no começo, irritação, depois exaustão. Queda de capacidade de pensar, memorizar. Mais ansiedade. Pensamentos derrotistas começaram a pipocar e aí a coisa desandou. Mais ansiedade. Insônia, dores. Mais ansiedade, afinal precisava dormir.
Tenho motivos para esperar que essa independência dos sentimentos possa continuar acontecendo e me beneficiando daqui para frente.
Refazer esse caminho é uma redenção. Estou abandonando o medo de me expor e já é um ganho viver com menos medo. Depois, penso que ao partilhar minha história posso levar um certo conforto a quem tem ou teve sofrimento parecido. Para terminar, é muito bom sentir o carinho de quem torce pelo bem.
Até!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VENCENDO A ANSIEDADE

Percebo uma psicologização da obesidade. Sempre deparo com a pergunta: "Você é ansiosa?" quando menciono o excesso de peso.
De fato, sou. Ou, fui.
O ato de escrever diariamente tem sido a atividade mais redentora de toda minha vida. Simples assim? Sim.
Essa hora em que fico íntima de mim, estende seus efeitos e a cada dia estou mais tranquila. Ás vezes acho engraçado sentir tanta serenidade. Olho um pouquinho para trás e vejo-me, logo ali, tão pertinho, tão ansiosa, preocupada, ausente do presente, a mente sempre distante.
Coincidentemente, hoje faz dois meses que comecei a postar. Sinto-me completamente diferente. Estou alegre, mas sem exaltação, agradecida, vendo as situações chatas do dia a dia com bom humor. Eu definiria essa caminhada como um milagre.
Esse é um presente maravilhoso para quem conviveu com sintomas depressivos ao longo de dez anos. Continuo seguindo as indicações médicas normalmente, porém, percebo uma melhora diferente. Nenhum outro tratamento tentado antes proporcionou-me o alívio que estou sentindo.
Mas a dieta...
Diria que não tenho nenhum sinal de ansiedade ou depressão nesse momento. Ainda assim não consegui fazer um dia de dieta até hoje. Então, obesidade e ansiedade andam juntas? Tem razão de haver essa associação entre os dois sintomas? Justifica psicologizar a obesidade?
Nesse momento estou achando que não. Foi-se a ansiedade e ficaram os hábitos errados.
Hoje foi feriado, um motivo a mais para adiar para amanhã.
Entre uma atividade e outra na casa, fiquei distraida com os enfeites de Natal e não fiz do dia de folga um motivo para devorar guloseimas o tempo todo.
Estou aprendendo a comemorar essas pequenas vitórias. Acredito que elas sejam o anúncio de um novo tempo para mim.
A propósito, tenho feito meditação ao menos três vezes por semana. Hoje recebi um um link com uma orientação muito bacana para relaxar. Vale à pena conferir e bom resultado a quem tentar.

http://sonora.terra.com.br/#/cd/46779/meditacao_e_relaxamento

Até amanhã

domingo, 14 de novembro de 2010

DIETA

Fim de festa. Passou a formatura, o baile, a ressaca e o pequeno intervalo para descanso.
Amanhã, segunda, é dia de trabalho e de... dieta!
Essa palavra é um grande problema para mim. Tornou-se uma espécie de impedimento para a minha realização.
Explico melhor.
Repasso minha história e todas as lembranças me deixam ver bravura, tenacidade, espírito de luta e muitas conquistas.
Mudei de profissão por três vezes. Iniciei minha vida adulta como professora primária, desejei outra função,  estudei e tornei-me uma profissional na área gerencial. Por fim, quis novas experiências e fiz-me empresária. A caminhada para ser empresária abracei desafios que até hoje espanto-me com a minha coragem. Venci muitas lutas, superei dificuldades pessoais importantes.
Na vida familiar sinto-me vitoriosa. Vejo minhas mãos e meu coração completamente engajados na construção de uma vida boa para todos. Exercito diariamente a habilidade da superação, do entendimento, da compreensão do mundo e do meu papel nele. Estou sempre em ação e nada me faz desistir dos objetivos  traçados.
Quando a palavra é dieta, tudo muda. Sinto medo, expectativa negativa, uma visão antecipada de fracasso.
Como posso ser capaz de realizar com prazer e determinação atividades complexas? Enfrentar situações de risco com tanta fé?
Como posso sentir-me tão frágil diante da necessidade de seguir um plano alimentar? A dieta desmistificada é isso. Uma escolha, combinação e ingestão de alimentos com menos calorias. Algo como consumir menos.  Por que me assusto e fujo?
De qualquer maneira, amanhã é dia de tentar recomeçar. Hoje estou enfrentando com bravura os meus sentimentos tão negativos relacionados ao tema. Será esse o caminho?
Até!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hoje é dia de agradecer

Hoje deixo um abraço carinhoso a todos que por aqui passarem. Estarei celebrando com toda a família o término do Ensino Médio de Julia. Vamos juntos rezar e agradecer. Ela foi abençoada em toda trajetória. Termina com honra um ciclo de vida. Alguns dias depois troca de idade e vira adulta.
São bons motivos para sentir feliz!
Até amanhã

FAZER ARTE PARA EMAGRECER

Hoje fiz uma descoberta fantástica! Minhas esperanças se renovaram e voltei a olhar firmemente meu objetivo inicial. Passei um dia completamente diferente de todos os outros nos últimos dez anos. Senti tanta paz, leveza, foco no presente e sem ficar desanimada. Houve momentos em que fiquei mais relaxada e ao mesmo tempo desvitalizada. Assim, criava motivos para voltar a um estado mais animado, com receio dos sintomas de depressão se manifestarem.
Voltando ao dia de hoje, ao perceber meu bem estar, lembrei-me que ontem à noite resolvi colocar em ordem umas coisinhas em casa. Esse é um ritual típico de fim de ano para mim. Desafogar os armários, fazer as doações daquilo que não estou precisando, desfazer do lixo que vai se acumulando, enfim, esse é o meu pequeno espírito de Natal.
Resolvi transformar um colchão que estava sobrando ém outros objetos. Pus a mão na massa, melhor, na tesoura, faca, agulha e linha. Consegui fazer com o entulho seis objetos diferentes. Para isso trabalhei o material por quatro horas seguidas, que por sinal, não vi passar.
Durante o exercício que foi meio a meio criatividade e trabalho braçal, não senti fome e nem impulso para comer por... Sei lá porque eu como tanto sem necessidade.
Essa descoberta tão singela pode fazer muita diferença. Isso porque é à noite que os fantasmas saem de todos os cantos para me lembrar que tem comida nos armários e na geladeira. Eu, sem querer, obedeço a esses seres tão desconhecidos. Até as 18h, quem manda em mim sou eu. Depois eles se atrevem. Se tem pão fresco, os fantasmas me conduzem gentilmente, mas com toda autoridade, à cozinha muito mais vezes do que gostaria de ir.
O trabalho manual é uma redenção.
Como tenho gosto por pensar, conversar, analisar, depois que termino as tarefas rotineiras da casa, à noite, vou buscar livro, computador, dvd. São atividades bacanas, mas não desligo do conteúdo da cozinha. Parece que minha mente funciona assim: uma paradinha no filme, tem que fazer uma busca na geladeira. Esticar a coluna um pouquinho, preciso tomar o restinho daquele suco para não estragar.
Há uma associação imediata entre a pausa da atividade e o retorno à cozinha. Com o trabalho manual, isso não ocorreu. Fiquei completamente entretida e, de quebra, dormi muito bem e tive um dia muito feliz.
Vejo que encontrei uma oportunidade nova.
A propósito, voltei a pesar hoje. Jogo empatado com a pesagem da semana passada.
Mas acho que como disse meu amigo Roberto Carlos, "daqui pra frente tudo vai ser diferente".
Ah! hoje à noite voltei ao trabalho manual e mais uma vez deu certo. Comi apenas o necessário.
Até amanhã

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CRISE DE INSPIRAÇÃO

Hoje estou vivendo minha primeira crise de inspiração, depois que criei o blog. Estou antenada, mas nenhum dos temas que pensei me pareceu atraente o bastante. Então, fiz a opção de reler algumas postagens, fazer algumas correções e deixar posts passadosmais atraentes. Juro que não é charme.
Ontem acabei de ler "A mulher de 30 anos" de Balzac. Considerando que a obra foi criada há menos de 200 anos e tem um cenário histórico fiel à realidade da França após a Revolução, fica fácil entender alguns traços do comportamento feminino que se repetem no tempo.
Escrevo isso porque 2 séculos são suficientes para evoluções tecnológicas imensas, basta pensar nos primórdios da industrialização e o cenário atual de desenvolvimento. Para mudanças comportamentais o mesmo tempo parece insuficiente.
Voltando ao livro, no capítulo intitulado a mulher de trinta anos, há uma descrição minuciosa do comportamento feminino nos salões de Paris. As festas eram os grandes palcos da representação social. Para o gênero que não produzia, economicamente falando, restavam os encontros da alta sociedade para se alcançar alguma projeção no mundo. Pois bem, nesse cenário, as mulheres se movimentavam para serem vistas e escolhidas. O autor fala textualmente que para ser mulher é necessário ser amada por um homem.
O tempo passou e fizemos tantas conquistas... Mas vejo com tristeza mulheres que não sairam dos salões franceses. Precisam ser vistas e acompanhadas por um homem para se sentirem pessoas plenas.
Já era tempo de poder sentir-se plena e, só então, escolher um bom parceiro para construir a dois uma boa jornada.
Até amanhã

Ops! Estou dando uma semana de tempo dos filmes. Acomodando as idéias mais novas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Só para maiores de 30

A convivência com jovens tem me deixado muito feliz. Além das minhas filhas, estão por perto o namorado, amigos, funcionários e sobrinhos. Posso dizer que tenho contatos variados com a galera entre 13 e 30 anos. Acho que a quantidade é suficiente para sustentar o argumento que vou apresentar aqui.
A passagem do tempo nos impõe alguns limites físicos. Atualmente bem menos do que os que conviveram as gerações anteriores. Mas parece que nossos limites internos, aqueles ligados a nossas emoções, relacionamentos, fé, se ampliam. Surge um poder especial de ser e estar de bem com quem a gente é. Essa surpresa está reservada a quem está em paz com o tempo. Voltando à alegria de conviver com jovens, sinto ao lado deles muita liberdade e divirto-me.
Enquanto curto a liberdade, rio dos meus erros passados e presentes, os menores de 30 desenvolveram um pavor supremo de pagar mico. Por isso, tentam afastar a diversidade a qualquer custo.  Cumprimentam, quando fazem isso, com as mesmas expressões, usam os cabelos sempre do mesmo jeito, são econômicos na afetividade, enfim, agem de maneira tão igual...
 Claro que é um comportamento comum entre adolescentes, porque o seu desejo de pertencer a uma turma é tão importante que abrem mão da expressão individual. Isso costumava passar, com o ingresso na vida adulta há duas ou três décadas. Afinal, era necessário tomar as rédeas da vida e ser independente mais cedo.
Bem, mas meu objetivo hoje não é fazer uma análise sociológica do comportamento dos jovens.
Quero celebrar a alegria de ser  jovial aos 40 e ver, um pouco ali na frente, em quem está com 50, 60, 70... uma  vitalidade extraordinária.
Quero hoje comemorar o fim do medo do mico. Depois de certo tempo na vida os foras são momentos de riso solto. Lembro agora que fui ao aniversário de 15 anos da sobrinha de uma grande amiga. A mãe da garota havia se casado pela segunda vez e eu ainda não conhecia o marido. Ao entrar no salão de festas dei beijinho nas faces do segurança achando que ele fosse o padrasto da aniversariante. A saudação ao profissional rende boas gargalhadas aqui em casa até hoje.
Quero festejar porque não preciso de cabelos liiiiiiiiiiiiiisos para ficar bem humorada.
Estou aqui lembrando como é bom perder medo do risco, valorizar a expressão individual e fazer isso sendo querida pelos amigos cultivados ao longo do tempo.
Em resposta ao compositor que em 1970 cantava “não confio em ninguém com mais de trinta anos” eu digo feliz: melhor do que trinta é fazer 40.
Até mais.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Viver em paz e carinhosamente

Hoje o dia foi tenso. Revivi a apreensão do vestibular ao lado da minha filha Julia, que fez as provas do ENEM. Agora estamos sentindo juntos a expectativa do resultado.
Nos fins de semana sempre dedicamos nosso tempo para conviver. Eu, Fernando, Julia e Bruna formamos um quarteto bem afinado. Fazemos as tarefas da casa juntos e depois reunimos na sala para rir, contar caso, ouvir uns aos outros. Nada de família de comercial de margarina. Temos conflitos de interesse e outros  problemas, como todos. Mas, aprendemos a dialogar e dessa maneira não deixamos o mal estar ficar muito tempo entre nós.
Sei que esse bem estar familiar foi construido, dia após dia, com ensaios, erros e acertos. Já tivemos "quebra-pau" e chineladas, mas prevaleceu o perdão e o desejo de acertar. O tempo nos aproximou, refinou nossa empatia e o desejo de um é vivido por todos.
Agradeço a Deus esse presente. Quando fecho os olhos para meditar penso que viver em paz e carinhosamente com as pessoas mais próximas é a melhor religião. Temos a oportunidade diária de exercitar a caridade, o perdão, a obediência, a superação. É nosso jeito de contribuir para fazer um mundo bom para todos. Os valores que construimos dentro da nossa casa não ficam restritos a nós. Intencionalmente ou não levamos um pouco desses sentimentos para quem encontramos e acolhemos os que querem partilhar conosco esse afeto.
Estou no quarto com as duas meninas dormindo. Tentei consolar a Julia que achou que não foi bem na prova. Aquilo que parecia tão desolador se abrandou pelo carinho e certeza de que temos uns aos outros para dividir as delícias e as dores.
Partilho esse momento de carinho com aqueles que por aqui passarem.
Até amanhã

sábado, 6 de novembro de 2010

Três histórias de amor e poder

Assisti a três filmes que aparentemente não têm nada em comum. Foi uma coincidência tê-los visto tão próximo um do outro e, ter ainda, o processo eleitoral em andamento no Brasil.
Os filmes são:
  • A insustentável leveza do ser
  • O segredo dos seus olhos
  • A casa dos espíritos
São histórias de lugares e épocas diferentes. Porém, o cenário das três sagas revela a mão cruel do Estado traçando o rumo da vida dos indivíduos. O amor e o desejo de se realizar afetivamente parece ser universal. A perversidade no exercício do poder também.

Praga é o cenário do primeiro filme e a invasão da antiga Rússia destrói a vida e os sonhos do casal. No segundo filme temos a Argentina dos anos 70 em pleno regime ditatorial. Uma briga pessoal, entre dois funcionários da Justiça, tem repercussões inimagináveis quando um deles torna-se membro do governo e passa por cima de uma decisão judicial. O terceiro desnuda a crueldade do golpe militar no Chile.

São três filmes lindíssimos, histórias para carregar as baterias do coração. Mas, depois de assisti-los, fiquei mais atenta para alguns fatos. O Estado determina, sim, a forma como vivemos. Ele pode nos abrir perspectivas de realizações pessoais ou, com sutilela, adiá-las. Pode também, com a força bruta, eliminá-las.
Entendi, pela primeira vez na vida, que a escolha de um presidente indicava a opção por um jeito de viver para mim, minha família e meus amigos.

Parece romântico? Pode ser, mas foi a minha maneira de entender para me envolver.

Minha razão está sempre a mandado dos meus afetos. Preciso compreender para amar. Invejo as pessoas que amam incondicionalmente. Nunca me entreguei loucamente a nada. Meu entendimento vai à frente, é o abre alas, depois paquero, namoro e peço a mão antes de casar. Aí sou fiel. Por muito tempo. Amo em cada canto do meu corpo e da minha alma.

Ainda estou em busca de conforto no cenário político do meu país, que tanto amo. Com todos os seus problemas eu o amo e procuro honrá-lo sendo uma cidadã descente.

Fui vencida mas não estou derrotada! Aguardo a manhã em que acordarei mais animada para o civismo. Entretanto, não sou partidária do quanto pior, melhor. Continuarei fazendo a minha parte na História.

Até amanhã!