sábado, 20 de novembro de 2010

Tristeza não é pecado

Depressão e tristeza não são sinônimos, embora quase todos confundam. A tristeza, o luto, a melancolia, são estados inevitáveis. Alguma vez na vida a gente tem, o melhor a fazer é entristecer, enlutar e ficar melancólico. Podemos valorizar a alegria, o entusiasmo e o bem estar conhecendo o outro lado da moeda.
Não deveríamos cuidar desses estados da alma com antidepressivos. Conhecer os sentimentos menos luminosos faz parte da nossa aventura. Fico assustada quando vejo tanta gente fazendo uso de medicamentos. Penso que estão se anestesiando. Perdendo a sensibilidade e a riqueza de experiências emocionais que a vida oferece.
Também descarto o culto ao sofrimento. É perda de sensibilidade, da mesma maneira, acreditar que "a gente só cresce na dor". A gente cresce sempre que pode, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Os fatos não determinam a evolução de ninguém. O que pode gerar amadurecimento ou infantilização é a forma como nos posicionamos diante deles.
Tenho observado uma intolerância completa à tristeza e outros estados semelhantes. Parece que virou doença ou pecado. Alguém consegue se manter alegre o dia todo? Isso seria um retardamento, falta de habilidade para perceber o mundo com ele é. Então, não adianta sonhar com um mundo colgate.
Vou lançar uma campanha defendendo o direito de viver a tristeza em paz e de poder chorar alto ou baixinho quando precisar.
Esclarecidas, de forma singela, as diferenças entre tristeza e depressão, vou criar outra campanha. Esta para defender o direito de viver sem depressão.
Até!

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