domingo, 28 de novembro de 2010

Ter problemas é muito precioso!

Acabo de assistir "MAR ADENTRO" com Javier Barden. O bonitão de Comer, Rezar e Amar e o psicopata de cabelo indefinível de Onde os fracos não têm vez (Oscar de melhor ator 2009).
Quer amar a vida e todos os desafios que ela lhe proporciona? Assista também.
Ter problemas é uma sorte! É oportunidade de pensar, de experimentar, de buscar e de insistir. Enfrentá-los é privilégio de quem está vivo e consciente.
O tempo é o presente mais precioso que temos, usá-lo com sabedoria é a melhor forma de honrar quem nos ofereceu.
O filme trata da vida de um tetraplégico que luta pelo direito de morrer. A história é contada com tanta delicadeza que produz só encantamento, nenhuma tristeza. Ele é um homem cercado de amor e de amigos, é inteligente, sensível, bem-humorado, mas tem o desejo profundo da liberdade. Assim, viver sem a possibilidade de movimentar-se virou uma obrigação insuportável. Esperou por 28 anos, na cama, sem movimento de tronco, braços e pernas, por uma permissão judicial para tirar a própria vida. O final? Não conto, vale à pena assistir. Acho que você vai chorar lágrimas fininhas... Silenciosas... Então vai ter paixão por estar vivo e ser livre.
Não me atrevo a entrar no mérito jurídico ou filosófico da questão. Admirei os detalhes do roteiro e, no fim das contas, achei lindas as histórias de todos os personagens. A movimentação da câmeras me convidou a sentir o mundo na pele do Ramón, personagem privado da autonomia, da liberdade de ir e vir, da intimidade e, por fim, do direito sobre a própria vida. O Estado negou-lhe o direito de morrer sem incriminar um possível colaborador.
O assunto eutanásia poderia ficar batido, mas o diretor aborda com tanta fineza, que senti uma mistura de alegria e gratidão por viver. Aliás, acho uma caretice danada tentar encaixotar um filme dentro de uma categoria e de um tema. Coisa do tipo: um drama sobre a eutanásia. Isso é reducionismo puro.
Cada filme pode entrar nos cantinhos da alma e sensibilizar diferentemente um a um. No meu caso, fiz uma costura muito pessoal do filme com a minha obesidade. Ramón perde os seus movimentos em um acidente. Os meus estão sendo prejudicados pelo excesso de peso, algo que tenho a  capacidade de agir para mudar.
Estou aqui tentando.
Até mais!

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