terça-feira, 9 de novembro de 2010

Só para maiores de 30

A convivência com jovens tem me deixado muito feliz. Além das minhas filhas, estão por perto o namorado, amigos, funcionários e sobrinhos. Posso dizer que tenho contatos variados com a galera entre 13 e 30 anos. Acho que a quantidade é suficiente para sustentar o argumento que vou apresentar aqui.
A passagem do tempo nos impõe alguns limites físicos. Atualmente bem menos do que os que conviveram as gerações anteriores. Mas parece que nossos limites internos, aqueles ligados a nossas emoções, relacionamentos, fé, se ampliam. Surge um poder especial de ser e estar de bem com quem a gente é. Essa surpresa está reservada a quem está em paz com o tempo. Voltando à alegria de conviver com jovens, sinto ao lado deles muita liberdade e divirto-me.
Enquanto curto a liberdade, rio dos meus erros passados e presentes, os menores de 30 desenvolveram um pavor supremo de pagar mico. Por isso, tentam afastar a diversidade a qualquer custo.  Cumprimentam, quando fazem isso, com as mesmas expressões, usam os cabelos sempre do mesmo jeito, são econômicos na afetividade, enfim, agem de maneira tão igual...
 Claro que é um comportamento comum entre adolescentes, porque o seu desejo de pertencer a uma turma é tão importante que abrem mão da expressão individual. Isso costumava passar, com o ingresso na vida adulta há duas ou três décadas. Afinal, era necessário tomar as rédeas da vida e ser independente mais cedo.
Bem, mas meu objetivo hoje não é fazer uma análise sociológica do comportamento dos jovens.
Quero celebrar a alegria de ser  jovial aos 40 e ver, um pouco ali na frente, em quem está com 50, 60, 70... uma  vitalidade extraordinária.
Quero hoje comemorar o fim do medo do mico. Depois de certo tempo na vida os foras são momentos de riso solto. Lembro agora que fui ao aniversário de 15 anos da sobrinha de uma grande amiga. A mãe da garota havia se casado pela segunda vez e eu ainda não conhecia o marido. Ao entrar no salão de festas dei beijinho nas faces do segurança achando que ele fosse o padrasto da aniversariante. A saudação ao profissional rende boas gargalhadas aqui em casa até hoje.
Quero festejar porque não preciso de cabelos liiiiiiiiiiiiiisos para ficar bem humorada.
Estou aqui lembrando como é bom perder medo do risco, valorizar a expressão individual e fazer isso sendo querida pelos amigos cultivados ao longo do tempo.
Em resposta ao compositor que em 1970 cantava “não confio em ninguém com mais de trinta anos” eu digo feliz: melhor do que trinta é fazer 40.
Até mais.

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