segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A arte de ser leve

Estou lendo e recomendo o livro A ARTE DE SER LEVE da jornalista, simpaticíssima, mineira, Leila Ferreira. Estou passando momentos muito agradáveis com os "causos" que a autora, bem ao jeito mineiro, vai contando. Ela tem uma intenção clara e consegue atingir seu objetivo. Quer levar o leitor a pensar sobre a leveza de ser e viver. Defende gentileza, bom humor, cordialidade, empatia como comportamentos possíveis e necessários para uma vida mais agradável.
Enquanto leio sinto que estou conversando com a autora. Para quem não a conhece, ela tem um sorrisão aberto, fala com pausas que dão mais expressão aos seus assuntos. Eu a conheço só da televisão. Certa vez almocei em um restaurante bem na mesa ao lado dela. Não tive coragem de ser tiete. Me arrependi. Quem sabe poderíamos ser amigas, não é? Eu, pelo menos, poderia agora falar o tanto que estou gostando do livro.
As crônicas são curtas, as idéias claras,o estilo descolado. Ela reúne casos, entrevistas, citações para sustentar a relevância dos seus argumentos.
Lembrei de uma entrevista com o super, mega, best seller, psiquiatra brasileiro Augusto Cury. Ele afirma que a maior dificuldade do adolescente e do jovem é a falta de capacidade de colocar-se no lugar do outro. Algo como ser empático e compassivo. Assim, os comportamentos rebeldes e até os marginais, são, em parte, explicados por essa incapacidade.
A Leila Ferreira amplia essa percepção ao universo adulto. Mal humor no trabalho, briga de trânsito, relacionamentos fracassados, e incontáveis dilemas humanos têm em comum essa mesma inabilidade de colocar-se no lugar do outro. Com muita delicadeza ela aponta o caminho da leveza, do humor para contrabalancear.
Qual a parte que me cabe nessa história? As reflexões sobre o humor (o bom) e a necessidade de olhar a vida mais positivamente.
Sempre voltarei à proposta da postagem inicial, que é considerar a minha obesidade nos seu aspectos comportamentais e também nos mais sutis.
Descobri hoje que aprendi muito nova a confundir a manifestação de alegria com uma postura negativa. Calma que vou explicar!. Na minha família um ar sério sempre dava mais resultado do que um jeito mais brincalhão. Excetuando-se aí os momentos de festa em que tudo mudava. No dia a dia, o drama fazia mais sucesso do que a comédia. Às vezes, quando me mostrava mais espontânea, meu pai tinha uma expressão muito engraçada para repreender meu comportamento, me chamava de "boba da praça".
Acho que vou precisar explicar a expressão para meus leitores metropolitanos. Nas cidades interioranas, no passado, as pessoas conversavam, namoravam, negociavam nas praças. Eram os points. Pois bem, era lá também o centro da fofoca, deboche, e provavelmente os mais alegrinhos eram considerados os bobos da praça.
A gente quando é criança aprende a jogar mesmo não tendo conhecimento claro das regras. Então, para ganhar atenção, chocolate, presente do dia das crianças, ou o pastel de vento vendido na cantina da escola, aprendi a agir com cerimônia, formalidade, seriedade. Resultado: até hoje não sei me valer do humor. Associei alegria, descontração, despojamento com a "boba da praça".
Uma citação do livro dizia mais ou menos que ser risonho, bem humorado, irreverente nas empresas poderia se confundido com inconsequência, irresponsabilidade, por isso esses comportamentos não são estimulados. Bingo! Essa foi para mim!
Vejam que coincidência! Eu aqui tentando refletir sobre as peculiaridades da minha obesidade, ganhei de presente de uma amiga muito querida - A ARTE DE SER LEVE. Me senti muito amada com essa escolha. Ela transformou em um gesto o seu desejo de me ver bem sucedida no meu projeto. Obrigada!
Até mais!

Um comentário:

  1. È engraçado ,como as percepções da gente diferem! Vc falando de sua seriedade cerimonia e seriedade..então me vem na cabeça quando trabalhamos juntas, sua postura mega profissional, comprometida realmente..seu nome era trabalho.Mas como esquecer das risadas diante dos apertos provocados pelos (as) agentes do poder...da vermelhidão da face diante de um comentario espontaneo que logo era censurado?Quer saber? no fundo a leveza sempre escapou entre os dedos..ou seja sempre esteve por ai!

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