segunda-feira, 27 de setembro de 2010

26/09/2010 Fiz uma linha do tempo

Depois da iniciativa de criar o blog voltei às fotos e resolvi fazer uma linha do tempo com imagens. Foi um exercício muito interessante porque consegui localizar o momento em que o sobrepeso se instalou, lembrei os fatos que foram marcando minha vida e meu corpo.
Vi  que a minha obesidade pode ser entendida, em grande parte, como a materialização de uma imagem corporal distorcida.
A partir dos 13 anos comecei a ter uma preocupação excessiva com o corpo. Ao olhar as fotos me achei linda, mas, naquela época só via defeitos. Cultuava uma beleza ideal e criei uma auto-imagem muito diferente da realidade.  Olhava o espelho, e principalmente as fotos, e só via gordura. Nessa época pesava 52kg com uma altura de 1,60m. Esse era um corpo bastante razoável para quem não pretendia ser modelo. Essa desaprovação não era só com o peso, lembro que fazia as maiores loucuras para ficar bronzeada. Eu usava o óleo TAM o TOM que fritava minha pele ao sol e até coca-cola misturada com água e sal grosso. As  outras maluquices são inconfessáveis. Detestava ser branquinha e o preço é que hoje tenho um milhão de manchinhas de sol.
 Foi uma D E S C O B E R T A a constatação que a obesidade é um problema da minha idade adulta e não da minha vida toda.
 Acho me tornei mentalmente gorda aos 15 anos. Com 52Kg passei a sentir todas as culpas e me impor todas as restrições descabidas porque me via com sobrepeso. Ao mexer no baú das fotos e da memória vi que meus sentimentos pelo meu corpo de hoje são muito parecidos com aqueles de quase 30 anos atrás. Por enquanto estou concluindo que meu peso é a materialização dessa imagem aumentada construída na adolescência.
Estou amando rever minhas fotos com esse novo olhar, mas confesso que era com apreensão que recebia os pacotes que chegavam da revelação. Quando recebia elogios acreditava que eram suspeitos. Esse sentimento condicionou a minha relação com o meu corpo.
Fico pensando nas garotas de hoje. De forma geral elas parecem amar fotos. Mas será que amam sua imagem? Como será que se sentem ao se comparar com as modelos fotoshopadas?
Não estou identificando agora quais foram os meus referenciais para definir o que era um corpo ideal e porque o meu não era. Gostaria de lembrar e se lembrar, eu conto. Não costumava ver revistas e nem idolatrava modelos, que por sinal eram manecas. Internet? Era só sonho de cientista. Então vou  pesquisar as novelas.

Mais um pouquinho de pimenta nesse prato... Se defini que o meu corpo não era o meu referencial de beleza por que usei minha energia para engordar e não para perseguir o meu ideal? Um pouco indigesto, não? Mas estou aqui para provar novidades e não para experimentar só as delícias. Você vem comigo?
Até
Segue um pouquinho da linha do tempo. Escolhi as fotos mais sorridentes. Em quase todas as outras eu apareço séria.


 6 ou 8 meses – foto do meu cunhado Paulo

2 anos- Com meia rendada e botas de presente do meu cunhado José Ângelo. Foto do Pedrinho, o  retratista oficial da família.










5 anos  - Primeiro dia de aula, uniforme e merendeira nova (de casinha) para ir a escola da Tia Jane. Foto da Maria das Graças a outra retratista da cidade.
10 anos. Que evolução! Alguém na família comprou uma câmera colorida.










12 anos – Desfile de 7 de setembro. Eu adorava! Ficava emocionada com a homenagem à Patria.



15 anos – Aqui eu já era uma mocinha. Adorava namorar e fazia muito sucesso entre os mocinhos.













Festinha de 16 anos

17 anos_ Essa foto  marca o fim da minha adolescência em São Pedro dos Ferros. Na semana em que foi feita mudei para Belo Horizonte para estudar e me preparar para o vestibular.












Espero que TAM O TOM tenha saído do mercado, assim como sumiram o retratista, a maneca, e em grande parte o meu sentimento patriótico.
Até mais. Aguarde novas fotos

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