terça-feira, 21 de setembro de 2010

21/09/2010 ESCOLHAS

“O pensamento
É o que me traz o livramento
O que me deixa positivo
E que faz bem ao coração”
Pensar sobre escolhas me indicou um caminho e me deixou mais esperançosa. Tive um entendimento profundo, muito além da compreensão racional, que tudo é escolha. Parece óbvio, mas é difícil de ser assimilado quando a minha opção tem sido fazer coisas que estão me deixando obesa.
Um breve histórico...
Fui uma criança linda. Adoro ver minhas fotos! Fui bastante fotografada. Tenho um álbum lindo, o que não é muito comum entre pessoas da minha idade. Poucos tinham máquina fotográfica, meus cunhados tinham. Ou então, nos aniversários, festas juninas, casamentos e batizados o Pedrinho retratista estava por perto.  Ah! Preciso chamar a atenção para isso: a gente conseguia viver sem máquina digital!
 Voltando ao tema, não pesava mais do que as outras crianças, mas adorava comer. E acho que as pessoas percebiam isso porque vivia ganhando doce como presente. Adorava mirabel (alguém lembra?). Para ter maçã argentina, pêra ou iogurte eu até fingia estar doente. Mas a festa completa era o pão com salame acompanhado de fanta, o banquete do dias de piquenique.
 Em família, a comida era o centro das atenções em toda celebração. Tenho 7 irmãos e com dois anos já tinha sobrinhos. Somos todos sociáveis, alegres e festeiros. Minha mãe era uma anfitriã notável, agradabilíssima, afetiva, inteligente e vibrante. Acho que nos visitar era um bom programa e a casa sempre estava cheia. Minhas lembranças de almoço de domingo são sempre de mesa cheia. A casa era sempre farta em afeto acompanhado de bolos deliciosos, café, biscoito de polvilho frito.
Muitas vezes, quando estávamos almoçando chegavam mais cinco, seis, dez pessoas, dava-se um jeito e todos comiam. As panelas eram enormes e a culpa mínima. Comer era um ato festivo e ninguém à mesa abria a boca para falar de dieta no momento sublime de experimentar uma iguaria.
Agora preciso desabafar! Não suporto essa mania de conversar sobre dieta nos momentos festivos.  Rio muito de mulheres que na noite de Natal gastam seu tempo calculando as calorias da rabanada.
Bem, pelo que lembrei até aqui, acho que a comida diferente e até com exagero, estava presente em algumas datas. Como eram momentos muito alegres, essas lembranças ficaram muito vivas. Mas passadas os encontros da família a vida voltava para uma normalidade que se caracterizava por muito trabalho para todos, inclusive para mim. Acho então que por isso não havia nem excesso de gordura e nem de preocupação com ela.
Me ocorre uma pergunta interessante:
Será que ao comer excessivamente eu estou tentando reencontrar aquele clima alegre, colorido, afetivo das festas de família da minha infância? E você?
Essas memórias deveriam ser breves... Mas acho que vão durar mais.
Até!

3 comentários:

  1. Muitas pessoas buscam algo mais na comida.
    Conheço muitos casos onde o amor à família raramente foi verbalizado ou expresso de outra forma que não fosse através da comida.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Mãe,
    meeu primeiro comentario !
    Queria te falar que eu to muito orgulhosa de você !
    Você esta escrevendo estremamente bem, e seus textos nos fazem refletir, o que é muito bom !
    Te adooro !
    Meus parabens !
    Beijos

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