domingo, 19 de setembro de 2010

18 de setembro de 2010

18 de setembro de 2010
Sobre JULIA AND JULIE...
Achava brega ter ídolos, assistir ou ler histórias acreditando que poderiam mudar minha vida para sempre. Imitar personagens, nem pensar,  parecia uma pobreza intelectual medonha.
Mas caí em contradição, traí meus (pré) conceitos. Apaixonei por JULIA AND JULIE e passei a acreditar que precisava fazer exatamente o que vi no filme para me resgatar. Não sou muito fã do Raulzito, mas nesse caso “prefiro ser essa metamorfose ambulante”.
Então, vou contar rapidamente a história, que por sinal é simples e despretensiosa.
Julie vivia em NY, tinha trabalho, casa, marido e um vazio existencial. Tinha também um gosto: cozinhar. Adorava experimentar receitas e saboreá-las. Ela descobre um livro de culinária francesa para mulheres americanas, escrito por Julia, editado em 1952. Ela se propõe experimentar as 524 receitas do livro no período de um ano, postando a sua experiência diariamente em um blog.
Durante o projeto, Julie vai pesquisando a vida da Julia e as duas nos vão sendo apresentadas paralelamente. Esta viveu em Paris uma linda história de amor pelo marido e pela culinária e fez dessas paixões o sentido de sua vida. Bem humorada, vibrante, carismática, elegante, aguerrida e apaixonada pela boa comida. Ela faz do seu prazer um trabalho criterioso. Ensina a misturar ciência e arte na culinária. Ela desnuda o prazer de um bom prato, principalmente comido numa mesa rodeada por amigos.
Ao mergulhar no universo de Julia, Julie cozinha, pensa, conversa e compartilha no blog e na mesa os sabores e dissabores do seu desafio. Nesse exercício de um ano ela resgata a crença em si, a força do seu relacionamento amoroso, o prazer de fazer o trabalho e o final é hollywoodiano. O blog foi um sucesso, ela escreveu o livro, fez o filme... O filme tem momentos divertidos, desperta uma vontade louca de conhecer Paris, de cozinhar, de comer, de andar a pé por Nova York, de despachar as amigas inconvenientes, enfim, é um mix bem dosado, sem preocupações filosóficas, sem intenção de ser profundo, mas agradável e delicado.
Ao conhecer as histórias dessas duas mulheres senti coragem de começar a escrever.  A paixão de Julia é emocionante. Os dilemas de Julie são conhecidos meus e de toda mulher que se ache contemporânea.
Vale à pena assistir.
Como as mulheres do filme eu também preciso de um meio de resgatar a confiança em mim, na capacidade de iniciar e concluir meus projetos, na possibilidade de transformar o prazer em trabalho e o trabalho em prazer. Por isso estou aqui.
Até amanhã!

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