segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CARTAS PARA JULIETA

Que história linda! Mas, ficou aprisionada no jeito holywoodiano de fazer filmes. Excesso de produção, cabelos arrumados demais, bocas da moda, textos recitados, bom mocismo e estereotipia. Ai que pena!
A fotografia é linda, passeios pelo norte da Itália, vinhedos maravilhosos, paisagem deslumbrante.
Ainda assim, vale à pena assistir. Peguei carona na história e vou planejar a viagem dos meus sonhos. Espanha e França que me aguardem!
O filme começa com as mulheres visitando a casa de Julieta, em Verona, deixando cartas coladas ao muro para pedir conselhos sentimentais. As cartas são respondidas por uma equipe à serviço da prefeitura local. Uma das respostas é capaz de transformar o destino amoroso dos personagens. Não conto mais... Apesar do meu azedume com o empacotamento da história, tente assistir.
Sempre fui fã das cartas. Cuidei de amizades e namoros com muitas canetas bic, bloco pautado e os meus mais puros sentimentos transitavam pelos correios livres. Sabia a hora certa que o João carteiro iria passar e esperava ansiosamente as respostas.
Ao conhecer novas pessoas, a troca de endereço para a correspondência era o sinal do interesse mútuo de continuar "encontrando". O sinal valia para namoro ou amizade. Escrevia com vontade, caprichava na letra e tinha uma regrinha implícita: quanto maior a carta, mais sentimento dedicado ao outro. Então, amava receber as cartas bem grandes!
As redes sociais permitem, de certa forma, reviver esse bom sentimento. Sempre abro o blog, o orkut ou facebook com uma expectativa boa de encontrar algum recadinho novo. Mas sinto saudade da carta. Sentia-me mais à vontade com o tempo. Se tivesse assunto, era só ir enchendo mais folhas do bloco pautado. Com certeza, o destinatário entenderia a homenagem e poderia ler e reler. Penso que isso pode ser entendido como liberdade de expressão.
Atualmente devo ser breve em tudo. Mas gosto de falar muito. Explicar tudo direitinho e depois contar os detalhes rsrsrsrsrs. Então, estou aos poucos perdendo os meus espaços e mudando o meu jeito de comunicar. Às vezes, estou com saudades de uma amiga, mas, penso duas vezes antes de ligar porque sei que tem a vida corrida e o telefone a ocuparia mais ainda. Só ligo se a saudade estiver supitando!
Estou saudosista! Redigir um email não chega aos pés da emoção de mandar uma carta. Não estou falando aqui de praticidade, mas da incrível experiência de dar asas aos sentimentos.
Desejo esse mundo em que sentir, pensar e expressar estejam próximos. Não sei se estou sendo justa, mas acho que não estamos usando com sabedoria o tempo que economizamos ao fazer tudo com mais pressa.
Até amanhã!

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